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14 de agosto, de 2020 | 13:50

Uma análise do filme Invictus pela ótica do Autoconhecinema

Luciano Luna *

“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar.” Esta célebre frase de Nelson Mandela, além de poderosíssima, demonstra como ele conseguiu agir para fazer uma nação inteira quebrar o ciclo de ódio proveniente da segregação ocorrida em 46 anos de Apartheid.

Para quem não teve muito contato com a sua história, o filme Invictus consegue sintetizar bem, demonstrando aspectos do presidente que te fazem compreender o quão justo foi e, por isso, foi contemplado com o prêmio Nobel da Paz. Filme de 2009, dirigido por Clint Eastwood e estrelado por Morgan Freeman e Matt Damon, aborda questões interessantíssimas e podem nos fazer refletir sobre temas como Inteligência Emocional, Liderança, Comunicação, Engajamento, Preconceito e Persuasão.

Parece que a base de sua filosofia está em encontrar o elo entre os discursos. Aquilo que conecta, mais do que aquilo que separa. Em que parte os discursos opostos se encontram? Como chegar a um consenso, a um ponto de equilíbrio? Como amenizar o conflito para que ele deixe de ser mero desgaste, para que não perpetue o retrocesso ou a intolerância?

O rugby simbolizava o fracasso social da época no país, com torcidas divididas, sem apoio da grande massa, sem uma expectativa a ser superada. Percebendo isso e reconhecendo o potencial disso, Mandela cria a ponte e facilita o diálogo para com o capitão da seleção sul-africana.

O capitão François teve a chance de conhecer o presidente de seu país e rapidamente transformando aquilo que sentia em relação ao Mandela (fosse o que fosse) em admiração. O próprio capitão tem características semelhantes em sua forma de liderar e pôde aproveitar da experiência de Mandela para aprimorar e rever sua postura com o time para instigá-los e também inspirá-los. Dito tudo isso, cabe colocar a primeira pergunta reflexiva para você praticar o seu autoconhecinema:

Sobre Liderança

Mandela, em determinado momento, pergunta para François: “Como você faz para inspirar seu time para que eles façam melhor do que eles acreditam que são capazes?” E eu replico esta pergunta a você: “Como você faz para inspirar as pessoas a sua volta a fazer o melhor, quando eles mesmos não acreditam tanto em si mesmos? Você possui esta habilidade?”

Ao entrar na cela de Mandela, François demonstra um perfeito exemplo de exercício e prática da empatia, ao literalmente estar no lugar de Mandela, buscando sentir o que ele sentiu estando preso ali por 27 anos, se questionando como o homem saiu sem sentir raiva ou mágoa daqueles que o mantiveram lá. O que, aliás, era uma dúvida geral que alavancava a curiosidade das pessoas.

Sobre Empatia

Você se considera uma pessoa empática? O quanto você acredita ser capaz de enxergar as coisas sob a ótica alheia?

Nelson Mandela parecia ter as palavras certas e criar os momentos certos para dizê-las, não tinha receio de entrar em um lugar em que suas ideias pudessem não ser bem-vindas. Tinha objetivos muito claros e conhecia ferramentas de discurso eficazes para alcançá-los. Além de ser um grande exemplo de resiliência, um conciliador eficaz e um mensageiro que deixou um grande legado em atitudes e palavras.

Sobre Legado

Qualquer que seja o legado que você esteja deixando, acredita que tem construído a sua trajetória mais por meio de atitudes ou de palavras? Mais do que isso, você se orgulha do legado que acredita estar deixando até aqui?

Autoconhecinema é assim. Olhar profundamente para as questões abordadas pelos filmes e trazer para o nosso processo evolutivo. Até a próxima análise.

* Roteirista de cinema, palestrante e criador do projeto Autoconhecinema, metodologia de desenvolvimento humano, realizada em parceria com a psicóloga Lidiane Luna, e que tem por objetivo promover o autoconhecimento a partir de discussões em grupo sobre grandes clássicos do cinema
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