11 de agosto, de 2020 | 07:31
Presidente russo Vladimir Putin anuncia registro de 1ª vacina contra a covid-19
Divulgação
Vacina foi desenvolvida no Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamalei
Vacina foi desenvolvida no Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamalei
O presidente da Rússia, Vladimir Putin anunciou nesta terça-feira (11) o registro da primeira vacina russa contra a covid-19.
"Tanto quanto sei, nesta manhã foi registada, pela primeira vez no mundo, uma vacina contra a covid-19", disse o dirigente em reunião com membros do governo.
O presidente russo pediu ao ministro da Saúde, Mikhail Murashko, que informasse todos os detalhes. "Sei que ela age de forma bastante eficaz, formando uma imunidade estável e, volto a dizer, passou em todos os testes necessários", afirmou Putin.
Putin também agradeceu a todos os que trabalharam na primeira vacina a ser criada contra a covid-19, descrevendo-a como "um passo muito importante para o mundo". O presidente ainda revelou que uma de suas filhas foi vacinada contra a covid.
"Uma de minhas filhas foi vacinada, nesse sentido ela participou dos testes. Após a primeira vacinação, ficou com 38 graus de temperatura, no dia seguinte tinha 37 graus e pouco. E é tudo. Depois da segunda injeção, da segunda vacinação, a temperatura também subiu um pouco e, pouco depois, já estava tudo bem, ela se sente bem e [os anticorpos] estão altos", afirmou Putin.
O ministro da Saúde, Mikhail Murashko, acrescentou que a primeira vacina russa contra a covid-19 continuará a passar por testes clínicos com a participação de milhares de pessoas.
"Os documentos estão sendo preparados para a continuação dos testes clínicos com a participação de alguns milhares de pessoas. Para monitoramento operacional da saúde dos vacinados e controle da eficácia e segurança, o Ministério da Saúde da Rússia está criando um circuito digital, que vai permitir monitorar a segurança e a qualidade da vacina em todas as fases", afirmou o ministro.
A vacina russa começará a ser distribuída à população em 1º de janeiro de 2021, indicam os dados do registro estatal de medicamentos do Ministério da Saúde da Rússia.
Conforme o governo russo, a vacina foi desenvolvida pelo Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamalei e pelo Ministério da Defesa russo. Tem dois componentes injetados separadamente que, em conjunto, produzem uma imunidade a longo prazo contra o vírus.
"Os testes clínicos começaram na Universidade Sechenov, em Moscou, no dia 18 de junho. A segurança da vacina foi confirmada em 38 voluntários. Todos os que testaram a vacina desenvolveram imunidade ao vírus", divulgou o governo.
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Desconfiança
Entretanto, nem todos compartilham do entusiasmo de Putin com a vacina da Rússia contra a covid-19. Indústrias farmacêuticas emitiram um comunicado ao Ministério da Saúde da Rússia afirmando que o rápido desenvolvimento gera riscos.
A falta de divulgação de testes e estudos faz com que especialistas da comunidade internacional coloquem em dúvida a vacina russa anunciada. A alegação é que "não há detalhes sobre como foram as fases de testagem, que são essenciais para garantir a segurança e eficácia".
Além da vacina russa outras vacinas em estado avançado da pesquisa são: Oxford-AstraZeneca (Reino Unido), Sinovac (China), CanSino (China), Sinopharm (China), Moderna (Estados Unidos). Mesmo na fase de pesquisa, governos de vários países têm feito reservas de milhões de doses às empresas e instituições responsáveis pelas pesquisas.
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