10 de agosto, de 2020 | 14:29

Cartão de visitas

Fernando Rocha

Divulgação
Fernando RochaFernando Rocha

O novo time do Galo, comandado pelo técnico argentino Jorge Sampaoli, mostrou o seu cartão de visitas ao país derrotando, com autoridade, o atual campeão brasileiro e da Copa Libertadores, o Flamengo, com todas as suas principais estrelas, em pleno Maracanã, na estreia de seu novo treinador, o catalão Domènec Torrent, discípulo de Pep Guardiola.

Fiel ao seu estilo, Sampaoli mexeu na escalação inicial da sua equipe e surpreendeu novamente ao entrar com três zagueiros, formação aparentemente defensiva, mas que, na prática, tinha o objetivo de pegar o rubro-negro nos contra-ataques.

E assim, na velocidade, sobretudo pelo lado esquerdo, com Marquinhos e Arana, fez o gol da vitória de 1 x 0, um gol contra marcado pelo lateral Filipe Luis, no dia do seu aniversário de 35 anos.

Mas foi uma decisão corajosa de Sampaoli que, a meu juízo, mudou a história da partida a favor do Galo, aos 42 do 1º tempo, quando tirou o zagueiro Gabriel, que estava mal, inseguro e sobrecarregando toda a defesa, para fazer a entrada de Jair, que mudou totalmente o esquema tático da equipe e equilibrou o jogo.

Bela atuação e vitória justa do Galo, que agora, de fato, é reconhecido como um forte candidato ao título, um time totalmente diferente daquele do ano passado, que jogou no Maracanã contra este mesmo Flamengo simplesmente para não ser goleado e foi pejorativamente chamado de “Madureira” pela imprensa carioca.

Bom começo
Não poderia ter sido melhor, o início da caminhada de Cruzeiro e América na Série B. Mesmo jogando muito abaixo do esperado, o Cruzeiro venceu o modesto Botafogo (SP) por 2 x 1, conquistando três importantes pontos no Mineirão.

A equipe celeste volta a campo hoje, desta vez na Arena Barueri/SP, para enfrentar o Guarani de Campinas, uma equipe mais qualificada e que vai exigir um esforço maior.

O time comandado por Enderson Moreira passou a impressão de que ainda não está pronto para disputar a Série B e conquistar o almejado acesso sem sofrer grandes traumas.

O que deixa o torcedor celeste bastante preocupado é a necessidade, que salta aos olhos, de contratar mais dois ou três reforços para o ataque, um fato que esbarra nas limitações provocadas pela crise financeira vivida pelo clube.

FIM DE PAPO
• A vitória do Coelho, por 1 x 0, sobre a Ponte Preta, um dos candidatos ao acesso à Série A, teve vários registros dramáticos, mas desta vez o pão com manteiga do América caiu virado pra cima. O Coelho teve um pênalti inexistente a seu favor e outro contra, também mal marcado pelo péssimo assoprador de apito carioca, Paulo Renato Moreira da Silva, a poucos minutos do fim da partida.

O América fez o seu gol e sofreria o empate, mas o jogador João Paulo, da Ponte Preta, chutou na trave. Desta vez, o técnico Lisca Doido ou o presidente Marcos Salum não reclamaram da arbitragem enfaticamente, como haviam feito dias atrás logo após a eliminação pelo Galo, na semifinal do Campeonato Mineiro.

• O futebol voltou nas séries A, B e C, e com muitas polêmicas. Um risco que a CBF e os clubes estão correndo, por forçar a barra para a volta em meio a esta pandemia terrível que já matou mais de 100 mil pessoas só aqui no Brasil. O Goiás teve seu jogo com o São Paulo cancelado na ultima hora, após o alviverde receber a informação de que tinha dez atletas positivados para o novo coronavírus.

O Vila Nova (GO) também teve o mesmo problema de data de coleta do laboratório terceirizado contratado para o serviço, enquanto na Série C o Imperatriz (MA) também teve o jogo contra o Treze (PB) suspenso, após 12 atletas testarem positivo para a covid, em mais um caso de resultados informados apenas no dia. Mesmo assim, a CBF entendeu que a rodada de abertura foi um “sucesso”.

• Sem ter a torcida nos estádios, a exemplo da Europa, os visitantes se deram melhor na rodada de abertura da Série A nacional. Em seis jogos disputados, os visitantes Athlético, Inter e Galo venceram Fortaleza, Coritiba e Flamengo, respectivamente, enquanto o Bragantino empatou contra o dono da casa, o Santos. Só dois anfitriões, Grêmio e Sport, ganharam de Fluminense e Ceará, respectivamente. A conclusão óbvia: sem torcida nos estádios os visitantes ficam mais atrevidos e os assopradores de apito, sentindo-se menos pressionados, apitam um pouquinho melhor.

• Nas entrevistas pós-jogo, Sampaoli tirou a sua casquinha dizendo que terminou a temporada passada ganhando do campeão e, agora, iniciou também ganhando do Mengão. Mas foi do lateral Rafinha a fala mais coerente ao justificar a derrota para o Galo: “Estamos sem ritmo de jogo. Ficamos 24 dias sem jogar”.

Só não disse se iria reclamar com o presidente do seu clube, responsável pela trágica volta apressada do campeonato carioca - ou “Cloroquina-2020” -, que deixou esse buraco no calendário dos times no Rio de Janeiro até a volta do Brasileirão. (Fecha o pano!)
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