04 de agosto, de 2020 | 09:31

Ministro da Justiça demite diretor que criou dossiê 'antifascista'

© Anderson Riedel/PR
André Mendonça, ministro da Justiça e da Segurança PúblicaAndré Mendonça, ministro da Justiça e da Segurança Pública

O ministro da Justiça e da Segurança Pública, André Mendonça, anunciou, a demissão de Gilson Libório de Oliveira Mendes, diretor de Inteligência da Secretaria de Operações Integradas (Seopi).

O trabalho do diretor virou alvo do Ministério Público (MP) após divulgação de que o órgão produziu um dossiê com informações de 579 professores e policiais identificados pelo governo Jair Bolsonaro como integrantes de grupos “antifascistas”.

Em nota à imprensa, a assessoria de comunicação do Ministério da Justiça informa que Mendonça determinou a instauração de uma sindicância interna para apurar o trabalho da secretaria.

A primeira providência foi o afastamento do diretor de inteligência, conforme divulgado pelos jornais em Brasília nessa segunda-feira.

Coronel reformado do Exército, Libório assumiu a vaga em substituição a Fábio Galvão da Silva Rêgo, delegado da PF, que havia sido nomeado na gestão do então ministro da Justiça Sergio Moro.

Repercussão do relatório

A divulgação da existência do relatório contra antifascistas gerou reação de parlamentares: Mendonça recebeu três pedidos de convocação para prestar depoimento ao Congresso Nacional e três requerimentos de informação feitos por deputados e senadores. Além disso, partidos políticos provocaram o STF (Supremo Tribunal Federal) para investigar o caso.

Parlamentares pretendiam ouvir o ministro nesta terça-feira (4), em audiência virtual. Mendonça, no entanto, avisou que não poderia ir. O argumento é de que por ser um assunto sigiloso, não seria possível tratar em uma sessão virtual, aberta ao público.

E nota, a pasta diz que o ministro está à disposição do Congresso para prestar esclarecimentos e que Mendonça abriu a possibilidade de receber os parlamentares em seu próprio gabinete.Um agente que integra o órgão desde a sua criação, na gestão de Moro, relatou que a missão da Seopi, antes, era produzir inteligência e realizar operações, mas “o foco era outro”. Segundo ele, não existia qualquer orientação para produção de relatórios contra inimigos políticos.

O funcionário público, que é oriundo da carreira militar, acrescentou que uma das grandes operações da Seopi foi coordenar a transferência dos líderes do PCC para presídios federais no ano passado.

Na atual gestão, entretanto, há orientação “expressa”, segundo esse profissional, para produção de relatórios com dados detalhados das pessoas monitoradas.
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Comentários

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Cidadão

04 de agosto, 2020 | 15:12

“A tralha de esquerda insiste que o problema é o "fascismo" que só existe na cabeça deles. Mas o comunismo que matou 100 milhões pelo mundo e que segue firme e forte aqui no Brasil, é motivo pra orgulho e festa, não é mesmo?”

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