01 de agosto, de 2020 | 00:01

Longe do ideal

Fernando Rocha

Divulgação
Fernando RochaFernando Rocha
O técnico Jorge Sampaoli reconheceu, após a goleada sobre a Patrocinense, na última quarta-feira (29), que “ainda falta muito para o Atlético alcançar o nível considerado ideal”, claro, e não só por ele, mas também pelo torcedor alvinegro.

De positivo nesta vitória e classificação fácil à semifinal do Mineiro foi a estreia do atacante Keno, que melhorou sensivelmente o setor esquerdo do ataque, inclusive dando assistência para o primeiro gol de Natan.

A semifinal que começa hoje, no Mineirão, já não tem o time de Sampaoli com o mesmo favoritismo de antes dos dois recentes confrontos contra o América, uma equipe bem armada tática e tecnicamente, que manteve a maioria dos jogadores do ano passado e tem um técnico, Lisca, muito competente.

Os dois confrontos desta semifinal com o Coelho vão servir de indicativo do potencial atual da equipe alvinegra, para a estreia no Brasileirão domingo próximo (9), contra o ‘super’ time do Flamengo, no Maracanã.

Outro vexame
A eliminação precoce, ficando de fora da decisão do título estadual, entrou para a lista dos últimos vexames protagonizados pelo Cruzeiro, aborrecendo ainda mais a sua torcida.

Pior ainda é o castigo de ter que disputar o inexpressivo “Troféu Inconfidência”, que pode servir de alguma coisa para os clubes do interior, mas não tem sentido ou importância qualquer para um clube da grandeza do Cruzeiro.
O que não me parece justo é debitar mais este vexame na conta da atual diretoria, do técnico Enderson Moreira ou dos jogadores que atuaram agora neste retorno dos jogos, após a paralisação causada pela pandemia do novo coronavírus.

Tudo de ruim que o clube vive atualmente é reflexo das desastrosas gestões anteriores, que levaram o Cruzeiro ao fundo do poço.

FIM DE PAPO
• Causou uma grande repercussão, na última semana, a divulgação do Relatório de Análise Financeira dos clubes brasileiros, feita pelo banco Itaú BBA, que trouxe o panorama atualizado sobre o equilíbrio e desequilíbrio das contas de quase 30 times, em 2019. Nele, o Atlético aparece como o maior devedor do futebol nacional (R$ 746 milhões e receita de R$ 256 milhões), seguido pelo Botafogo-RJ (R$ 708 milhões e receita R$ 186 milhões) e o Cruzeiro (que deve R$ 707 milhões para uma receita estimada em R$ 290 milhões).

• O Flamengo foi novamente o destaque, com crescimento de 50% das receitas, vindo em seguida o Palmeiras, que apresentou uma ligeira queda em 2019 de suas receitas, mas, junto com o rubro-negro carioca, bem equilibrado quanto às despesas e receitas, permanece à frente dos demais concorrentes.

• O que assusta a torcida do Atlético, temerosa de ver o clube no mesmo caminho do seu maior rival, é que, apesar da dívida alarmante de R$ 741 milhões, o Galo está contratando, tendo investido cerca de R$ 120 milhões em reforços com dinheiro emprestado por um mecenas, o milionário Rubens Menin, do ramo da construção civil.

• O Relatório do Itaú BBA, braço de investimento do Itaú Unibanco, indicou, além do Galo, Botafogo, Vasco e Cruzeiro como casos realmente graves. Se usassem 20% das receitas para pagar suas dívidas, levariam mais de 11 anos até a quitação do débito, considerando os números de hoje.

• As projeções para as finanças do Cruzeiro são ainda piores do que as do rival, apontando que o clube não conseguirá honrar pagamentos ou reduzir dívidas, muito embora a gestão do presidente Sérgio Santos Rodrigues, empossado em 1º de junho, tenha conseguido pagar partes de débitos cobrados pela Fifa, nos casos envolvendo Willian, Ramón Ábila e Rafael Sóbis. Há também a garantia de que os vencimentos do clube estão em dia.

• Para complicar ainda mais a situação, foi cassada a liminar que mantinha o Cruzeiro no Programa de Modernização da Gestão e Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro (Profut), que permitia parcelar e pagar dívidas com o governo a juros camaradas. Se for mesmo desligado do programa de refinanciamento, seria comprometido todo o trabalho iniciado pela atual gestão, visando a reestruturação financeira do clube, com um sério risco de se tornar inadministrável em médio prazo. (Fecha o pano!)
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Comentários

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Tião Aranha

01 de agosto, 2020 | 09:00

“Não se sabe até que ponto administrar um clube como uma empresa ajuda; tal qual o consumidor, a conta sempre vem é pro torcedor pagar-, só que se esquecem que a crise econômica foi agravada pela epidemia e suas marcas vão durar por décadas. Os times precisam ter um novo direcionamento sem tanta dependência dos torcedores e do Estado sendo prioridade premente a da sobrevivência: muitos não têm emprego e o que comer, naturalmente povo e autoridades hão de focar daqui pra frente na Saúde e na Educação. Nosso país precisa do capital externo - que foge - para a geração de empregos. Batemos todos os dias os recordes mundiais em óbitos pelo Coronavírus. Sendo que a época das vacas gordas já passou.”

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