27 de julho, de 2020 | 13:22

Jogadoras de verso do Jequitinhonha

Mulheres bordadeiras fazem apresentação especial no Circuito Cultural UFMG

O Circuito Cultural UFMG desta quarta-feira (29) vai ter uma apresentação especial com um grupo que preserva uma importante herança cultural do Vale do Jequitinhonha: as rodas de verso.

O vídeo será mostrado às 19h no youtube.com/culturaufmg, com participação de 23 integrantes do grupo Mulheres do Jequitinhonha em cenas do seu cotidiano, cantando uma roda de versos tradicional desta rica região mineira. A apresentação é parte do projeto Colabore Hospitais UFMG, que visa arrecadar recursos para os hospitais gerenciados pela universidade.

Jogar verso, como se diz no Vale do Jequitinhonha, é uma prática local comum. Em festas, celebrações de colheita ou encontros das comunidades, as pessoas se juntam para cantar um refrão, que é, na verdade, um entremeado de versos jogados individualmente, que podem ser cantados de improviso ou fazer parte de um repertório.

Érika Riani/Divulgação/ACS UFMG
O Grupo de Bordadeiras do Curtume, no Vale do JequitinhonhaO Grupo de Bordadeiras do Curtume, no Vale do Jequitinhonha
Compostos por quadrinhos de quatro versos, com sete sílabas cada um, a rima acontece na sílaba tônica das últimas palavras do segundo e do quarto versos. A roda que será lançada nesta quarta-feira foi gravada pelas próprias jogadoras de versos.

Em função da pandemia, elas não puderam se encontrar para formar a roda, como acontece nas celebrações. Em vez disso, cada participante gravou um verso individualmente, formando uma grande roda virtual.

“Apresentamos essas mulheres no seu dia a dia, cantando, nos seus afazeres domésticos, mostrando os seus talentos. Queremos levar um pouco da força e simplicidade dessas mulheres para o público mineiro”, conta Viviane Fortes, coordenadora do projeto sociocultural Mulheres do Jequitinhonha.

O projeto, formado pelas bordadeiras da comunidade de Curtume e as tecelãs da comunidade de Tocoiós, integra a Associação Jenipapense de Assistência à Infância (Ajenai), uma organização sem fins lucrativos que atua no fortalecimento da cultura e dos saberes do povo do Vale do Jequitinhonha, que reúne 60 integrantes.

Versinhos de Bem-Querer
Em março desse ano, as Mulheres do Jequitinhonha ficaram conhecidas nas redes sociais por meio dos Versinhos de Bem-Querer.

A iniciativa cultural comercializa versões digitais e personalizadas dos versos, a fim de divulgar a cultura do Vale do Jequitinhonha e, ao mesmo tempo, ajudar as comunidades da região a enfrentarem o impacto econômico da pandemia da covid-19.

O projeto se espalhou rapidamente, vendendo mais de 2.500 versos para pessoas de todo o Brasil e países como Estados Unidos, Israel, Espanha, Alemanha, França, Portugal e Suécia, entre outros. Uma dessas pessoas foi o escritor, cantor e compositor Chico Buarque.

A demanda foi tanta que foi preciso suspender as encomendas. A partir desta segunda-feira (27), no entanto, o projeto voltará a receber encomendas, por meio do site www.versinhos.com.br. O valor de cada verso é de R$26.

SERVIÇO:
Circuito Cultural UFMG #emcasa
Roda de versos das Mulheres do Jequitinhonha- apresentação virtual
Quarta-feira (29( – 19h
www.youtube.com/culturaufmg
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