25 de julho, de 2020 | 10:00

Poupar precisa se tornar um hábito

Everton Teles de Freitas *

Desde pequenos somos programados de diversas formas por meio de pontos de vista estabelecidos por nossos pais e por seus ensinamentos. O problema desses conceitos é que normalmente são acompanhados de vieses e que naturalmente ficam enraizados na cabeça. Um dos pontos menos estruturados na infância é o dinheiro e sua função em nossas vidas. Por meio dele que acabamos por tomar atitudes precipitadas e até mesmo vivendo de forma mediana, ou melhor, sobrevivendo.

Deveria ser comum encontrar pessoas que tem o hábito de poupar, mas a realidade é completamente diferente disso. Isto se dá por um motivo específico: pensamento a curto prazo. As pessoas têm de modo geral a preocupação massiva no agora, o que na verdade não tem nada de errado, o problema é quando o foco está direcionado de forma única e exclusivamente no presente, fazendo com que planejamentos, sonhos e metas sejam deixados de lado por prazeres momentâneos.

Quando pequenos queríamos ter brinquedos, jogos, roupas, liberdade, mas nem sempre isso foi possível, baseado na criação e na condição financeira que a família obtinha, que na grande maioria não é possível proporcionar muitas “regalias”. Então, quando ingressamos no mercado de trabalho e passamos a ter condição de comprar nossas próprias coisas, ter nossa “liberdade”, acabamos por desejar isso a todo custo e o reflexo disso é ter a renda pulverizada, ou até mesmo criar dívidas intermináveis, gerando uma grande bola de neve e isto tudo graças a satisfações passageiras.

Torna-se plausível pensar que, para alcançar grandes objetivos, ter bens materiais com alto custo, é necessário poupar uma parte da renda, mas por que então a maioria não faz isso? Falta de conhecimento? Não sobra dinheiro? O ato de reservar uma parte do dinheiro precisa se tornar um hábito, ou seja, algo que faça parte da sua vida, assim como acordar cedo, praticar exercícios, almoçar com a família, etc.

Quando estabelecemos qualquer atividade de forma a se tornar uma rotina, as energias consumidas para realizar tal exercício tendem a serem reduzidas, beirando ao nulo, ou seja, quando adquirimos qualquer tipo de prática de maneira constante, tendemos a concluir de maneira cada vez mais fácil a meta estipulada.

Poupar é um hábito que precisa ser implementado por qualquer pessoa, independentemente de sua classe social, situação financeira. O importante é começar com qualquer que seja o valor disponível. Iniciando com 10% da renda mensal e subir gradativamente este percentual, um passo de cada vez. Quando adquirimos este nível de constância, naturalmente começamos também a monitorar e controlar melhor as finanças e isso tende a dar bons frutos a longo prazo e consequentemente passa a ser possível alcançar sonhos de infância, porém, agora de forma inteligente.

* Um dos fundadores do Garantindo o Futuro. Sai mais em: @garantindofuturo
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