
18 de julho, de 2020 | 18:08
Está de volta a ameaça da nuvem de gafanhotos no sul
Embora não representem risco direto para os seres humanos, os gafanhotos podem, em grupo, causar grandes prejuízos econômicos, devorando plantações em questões de horas
Reprodução
Nuvem de gafanhotos se forma quando as colônias dos insetos crescem descontroladamente e eles migram em busca de alimentos
Karine Melo - Repórter da Agência Brasil 
Uma nova nuvem de gafanhotos que está de novo no norte da Argentina volta a preocupar agricultores no sul do Brasil. Com as temperaturas mais altas, a expectativa é de que ela possa chegar ao Rio Grande do Sul até a próxima quarta-feira (22).
A previsão foi feita na tarde deste sábado (18) à Agência Brasil pelo chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul, Ricardo Felicetti.
Por enquanto, a nuvem de gafanhotos permanece estável, em Corrientes, na Argentina, a 130 quilômetros do município gaúcho de Barra do Quaraí. As informações sobre os insetos estão sendo repassadas pelo Ministério da Agricultura, que acompanha a situação com o órgão fitossanitário argentino.
Com a elevação das temperaturas no Rio Grande do Sul neste final de semana, estamos apreensivos, mas preparados para o caso de uma eventual ocorrência da praga em território gaúcho. Temos um plano operacional de emergência elaborado como Ministério da Agricultura”, explicou Felicetti.
No fim do mês de julho o Ministério da Agricultura chegou a decretar estado de emergência por causa da ameaça dos gafanhotos que se aproximavam de forma ameaçadora do sul do Brasil. A nuvem tomou outro rumo depois da chegada de uma frente fria, no Rio Grande Sul. Gafanhotos não gostam de frio.
Alerta
O engenheiro agrônomo acrescentou que, apesar do estado de alerta, a tendência hoje é que haja deslocamento da nuvem para a província de Entre Rios, na fronteira da Argentina com o Uruguai.
Embora não representem risco direto para os seres humanos, os gafanhotos podem, em grupo, causar grandes prejuízos econômicos, devorando plantações em questões de horas.
Caso os insetos cheguem ao Estado, Felicetti avalia que o potencial de prejuízo é muito grande, especialmente em culturas recém-plantadas como trigo e canola. Além delas, cevada, citricultura e pastagens de inverno para gado de leite e engorda de gado de corte também preocupam.
A orientação é que produtores rurais fiquem atentos à chegada dos insetos e comuniquem sua presença imediatamente à inspetoria de defesa agropecuária da Secretaria da Agricultura ou ao escritório municipal da Emater mais próximo.
Reprodução
Ele não representa ameaça direta aos humanos, mas a voracidade de milhões de insetos sobre uma plantação é aniquiladora e causa prejuízos

Recursos emergenciais
Na sexta-feira questões operacionais foram discutidas com representantes do Ministério da Agricultura, do Ibama, da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do Rio Grande do Sul e da Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luis Roessler.
Falamos também sobre a questão dos recursos emergenciais para trabalhar a supressão dos surtos de gafanhotos”, disse.
Paraguai
Uma segunda nuvem de gafanhotos, que está se movimentando no Paraguai, também está sendo monitorada pelo Brasil, com menos preocupação.
De acordo com o Senave (Serviço de Qualidade e Sanidade Vegetal) do país vizinho, os insetos, que estavam em Madrejón e 4 de Mayio, seguiram para o sudeste, em direção a Teniente Pico, no departamento de Boquerón, também no Paraguai.
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]