16 de julho, de 2020 | 10:00

Auxílio emergencial e saque do FGTS movimentam a construção civil

Reformas e intervenções têm sido mais frequentes, apontam estabelecimentos do ramo

Bruna Lage
Famílias têm utilizado tempo livre e recurso extra para melhorar o visual de suas casasFamílias têm utilizado tempo livre e recurso extra para melhorar o visual de suas casas
(Bruna Lage - Repórter do Diário do Aço)
Durante o isolamento social provocado pela pandemia do novo coronavírus (covid-19), a permanência das famílias em casa tem causado o aumento do consumo em diversos segmentos. Com a injeção de recursos no mercado, como os do Auxílio Emergencial de R$ 600 e mais recentemente o saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), as reformas e obras em geral ajudaram a movimentar o setor da construção civil.

Gerente comercial da Sema Materiais Elétricos e Iluminação de Ipatinga, Harrison Assis Castro, relata que o aumento nas vendas teve início assim que a quarentena foi determinada. “Nos últimos três meses percebemos um aumento de em média 20% nas vendas. Notamos uma procura significativa por material elétrico de construção. A verba do governo influencia sim, pois algumas pessoas passaram a ter acesso a esse valor. Outro fato é que as pessoas estão em casa, alguns de férias, e essa quantia, que seria destinada a um passeio, está sendo investida em construção”, pontua.

O gerente de compras do Depósito Gomes, Cleidson Gomes, explica que tem havido uma procura razoável por itens relacionados à construção, mas não maior que no ano passado. “Está muito próximo, tirando o mês de abril, que foi muito fraco por estarmos com a loja fechada. Essa recuperação em comparação a este mês, que foi um mês complicado devido ao nosso comércio estar fechado, hoje passa dos 30%. O movimento veio crescendo a partir de maio, adequando ao que seria o ideal para 2020. Os números aumentaram nos meses subsequentes e acredito que os auxílios do governo interferiram positivamente, principalmente no caso das pessoas que já sabiam que tinham parcelas a receber. Elas aproveitaram para fazer alguma intervenção em casa, muitos ficaram estagnados e quiseram fazer modificações, seja na área gourmet, cozinha, banheiro e etc”, detalha.

Cleidson acrescenta que outro fator que pode ter influenciado nessa onda de reformas foi a queda no rendimento da poupança. “As pessoas não estão conseguindo capitalizar, principalmente as que são mais conservadoras na aplicação, não estão tendo rendimento nenhum e não justifica ficar com aquele dinheiro parado no banco. Isso ajudou a alavancar os investimentos em imóveis e assim por diante. Essas são as principais situações que têm levado o mercado a estar movimentado”, analisa.

Faltam tijolos nos depósitos

Durante a apuração desta matéria, o Diário do Aço constatou também que tem faltado tijolos em alguns depósitos de construção da região. Em contato com cerâmicas que produzem o material, a informação era que duas empresas fecharam as portas em Minas Gerais, o que levou a um déficit no fornecimento.

Na Ceminas, empresa de Vargem Alegre que fornece tijolos para o Vale do Aço, a explicação é que apesar de a produção continuar a mesma, o fechamento de alguma outra cerâmica interfere no mercado. “Além disso, tem muita gente construindo. Aqui a produção está normal e não estamos dando conta da demanda. Estamos tentando produzir mais, mas isso depende da argila e do tempo, por causa da secagem do material. Aqui temos três fornos e produzimos em torno de 1,3 milhão tijolos por mês”, explicou uma funcionária.

Já na Cerâmica Alpercata, da cidade de Engenheiro Caldas, que fornece para empresas em Açucena, por exemplo, um funcionário relatou ao Diário do Aço que 2020 tem sido um ano atípico. “Primeiro porque choveu muito e atrasou a produção, faltou lenha também. Além disso, a demanda aumentou um pouco, por causa desses auxílios do governo muitos estão reformando suas casas. Mas a falta de tijolos tem a ver também com o fechamento de duas cerâmicas, isso acabou desfalcando os depósitos de material de construção. Tem faltado em todo o Estado, sei disso, pois participo de um grupo de ceramistas e nos foi relatado. Aqui fabricamos de 400 a 600 mil unidades todo mês e é complexo aumentar a quantidade por causa da estrutura”, conclui.
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Comentários

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José Santos

16 de julho, 2020 | 16:19

“SI TEM UMA DAS COISAS MAIS DIFÍCIL E UM TRABALHADOR CONSEGUIR ENTRAR NESSE TAL AUXÍLIO EMERGENCIAL DO FGTS NAO CONSEGUEM FALARAM QUE QUEM TEM CONTA NA CAIXA CAIRIA DIRETO MAS TEM MILHÕES DE TRABALHADORES QUE NEM EM CONTA E NEM CONSEGUEM PEDIR ESTE AUXÍLIO DO FGTS TA UMA VERGONHA PARA O BRASIL E PARA OS BRASILEIROS”

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