04 de julho, de 2020 | 13:00

Fogo amigo

Fernando Rocha

O Grupo Globo, o mais poderoso do país e um dos maiores do planeta, que reúne um conglomerado de mídias onde se destacam canais abertos, fechados, internet e afins, está sendo vítima do chamado “fogo amigo” no caso do ‘imblóglio’ com o Flamengo, fruto de uma Medida Provisória (MP) dada de bandeja ao novo inimigo pelo seu maior desafeto, o presidente da República.

No caso do Flamengo, talvez pela origem carioca de ambos, o clube sempre foi o “queridinho” global, inserido em cenas de novelas, priorizado com maior número de transmissões de jogos, agraciado com os maiores valores pagos a título de direitos de arena, além de contar sempre com o seu apoio quando precisou justificar as incontáveis “mãozinhas” de arbitragens suspeitas.

Quanto ao eventual ocupante do Palácio do Planalto, sem entrar muito no mérito dessa discussão, e apenas para não despertar melindres desnecessários, foi o Grupo Globo que, por “n” motivos, tornou-se um dos principais responsáveis por sua ascensão no cenário político, na medida em que usou de toda a sua força e poder de mídia para formar opiniões que demonizaram completamente alguns líderes e partidos políticos anteriores, assim afastando-os da última disputa eleitoral. Deu no que deu.

Novos caminhos
Há décadas o Grupo Globo é o maior parceiro da CBF, das Federações e dos principais clubes nacionais, transmitindo quase sempre com exclusividade as principais competições, pagando muito bem pelos direitos, além de generosa e complacente com bons e maus dirigentes, mantendo-os debaixo do balaio, através de adiantamentos de cotas e outras benesses, o que sempre contribuiu para a manutenção do atual sistema.

Mas agora, fruto de uma boa gestão, o até então “queridinho” Flamengo tornou-se autossuficiente financeiramente e resolveu, de forma isolada, dar o grito de independência, sem se importar com os seus pares ou com as consequências do seu gesto para o futuro do futebol nacional.

Como toda ação gera sempre uma reação, os executivos da Globo deram rapidamente um troco à altura, cancelando o contrato que iria até 2024 e livrando-se do enfadonho e desorganizado Campeonato Carioca. Deixou de transmitir os jogos, mesmo honrando o compromisso de distribuir ainda este ano R$ 95 milhões de reais aos seus participantes, exceto Flamengo e Federação local.

Os Estaduais já são um estorvo para a emissora há bastante tempo, devido à disparidade abissal de forças entre grandes e pequenos, que geram jogos deficitários e incapazes de atrair o público para o campo e muito menos audiência na telinha. Estes só sobrevivem graças às quotas pagas pela transmissão e servem apenas para manter a política que dá poder às Federações Estaduais, cujo maior peso nos votos elege o comando da CBF, fazendo prevalecer seus interesses, que é o da continuação desse calendário maluco, com muito mais datas do que seus campeonatos chinfrins merecem.

FIM DE PAPO
• Precisou a empresa levar uma “facada” pelas costas do seu “queridinho” Flamengo, para o Grupo Globo acordar, sair de cena e deixar em aberto o futuro dos demais Campeonatos Estaduais pelo país afora, mesmo que nas outras praças fora do Rio de Janeiro a maioria dos grandes clubes não tenha se posicionado claramente a favor do Flamengo. O recado foi dado, e para um bom entendedor um pingo é letra: manda quem pode, e obedece quem tem juízo.

• Sem a TV Globo para pagar fortunas pelos obsoletos Campeonatos Estaduais, alguma outra emissora haveria de se interessar por este produto, hoje o menos importante de todo o calendário de competições nacionais. Ou alguém acredita que times como o Boa Esporte, Tombense, Ipatinga, Bragantino, Entrerriense ou o Brasil de Pelotas, conseguiriam, através de transmissões de seus jogos pelo canal do Youtube, como faz o Flamengo, arrecadar no mesmo patamar que o rubro-negro, ou até mais do que receberia da Globo?

• Flamengo x Volta Redonda e Fluminense x Botafogo farão a semifinal da Taça Rio. E caso o Flamengo ganhe a Taça Rio, já será o campeão do péssimo Carioquinha. A dúvida cruel e atroz deste colunista é se alguém verá os jogos, além dos que, por razão de ofício, estarão no Maracanã e no Nilton Santos. Acusada pela TV Globo de ser omissa na questão, a “arrependida” Federação Carioca pediu aos demais clubes que tinham contrato com a emissora para que não transmitam os seus jogos, mesmo após o cancelamento do contrato.

• O Flamengo, que poderia transmitir no seu canal do Youtube, não é o mandante contra o Volta Redonda, que não deve transmiti-lo. Até porque a Justiça concedeu liminar à Globo proibindo a transmissão do jogo anterior do Flamengo, o que gerou toda essa confusão. Lambanças são coisas que não faltam no Rio de Janeiro, onde mais de 10 mil já perderam a vida por causa da Covid-19, e mesmo assim o prefeito adota medidas na contramão da ciência, enquanto o governador é acusado de irregularidades na compra de equipamentos para combater a pandemia. E agora vem a Justiça conceder a liminar pedida para impedir a transmissão de um jogo depois que o mesmo já foi realizado. (Fecha o pano!)
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Comentários

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Gb

05 de julho, 2020 | 18:39

“Que fim de papo se o assunto foi o mesmo????”

Oliveira

05 de julho, 2020 | 11:45

“Ela não mostra jamais os bastidores podres da lava Jato.

Não mostra as mensagens vazadas pelo Intercept, que deixaram claro que além de combater a corrupção, a Lava jato tinha interesses na própria corrupção.

Como mostraram os diálogos, procuradores pretendiam ficar ricos montando empresas de palestras, para eles mesmos serem palestrantes. Chegaram até a falar em cifras de 400 mil/ano de lucro.

O doleiro dos doleiros foi grampeado pela PF onde gravação revelou que mantinha pagamento de um "mensalinho" ao Paludo, pai dos procuradores da Lava Jato.

Agora novas revelações indicam a participação do governo americano na Lava jato, sem conhecimento do governo brasileiro à época. O pre sal era tão interessante assim aos gringos? O golpe de 2016, a farsa para tirar candidato do pário, o conluio do juiz Moro com procuradores, além de interferências política do mesmo nas decisões antes e durante as eleições de 2018.

Nada de revelação, tudo foi divulgado pela imprensa, pelos vazamentos do Telegram.

Interesses estrangeiros no país com aval de "brasileiros", quebraram a indústria pesada nacional. Eles não queriam a punição dos empresários, mas visavam quebrar as empresas, por interesses externos.

Sem contar as fake news em massa na campanha 2018, que dão sustentação ao novo governo até hoje.

Que quiser saber a verdade, como o povo é enganado, ver acima da montanha, assistam os documentários ou filmes no youtube ou Netflix: 1. "O Quinto Poder" Wikeleaks , 2."Citzen Four" caso Snowden, 3. "Privacidade hackeada".

Quer comparar semelhanças que também o que tem acontecido no Brasil nos últimos anos? Assista na Neflix:
"Hitler's Circle of Evil".

Seja esperto, não se deixe enganar.”

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