17 de junho, de 2020 | 17:27

Homem será indenizado por ter que enterrar o pai em 2017

Por falta de profissionais, filho alegou que ajudou a baixar o caixão à cova, durante sepultamento no cemitério em Ipatinga

Divulgação
Homem alegou que não havia servidores municipais para fazer o sepultamento e teve auxiliar funcionários de funerária a baixar o caixão à cova; fato ocorrido no ano de 2017 no cemitério do bairro Bom Jardim  Homem alegou que não havia servidores municipais para fazer o sepultamento e teve auxiliar funcionários de funerária a baixar o caixão à cova; fato ocorrido no ano de 2017 no cemitério do bairro Bom Jardim

Um homem de Ipatinga receberá R$ 5 mil em indenização por danos morais por ter sido levado a auxiliar no enterro do próprio pai, fato ocorrido no ano de 2017. Na época Sebastião Quintão era o prefeito de Ipatinga.

A alegação do filho é que o cemitério municipal no bairro Bom Jardim não disponibilizou funcionários para o serviço, que ficou à cargo dos empregados de uma funerária, ajudados pelo filho do falecido. A decisão é da 6ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), que reformou parcialmente a sentença da comarca.

O filho do falecido afirmou no processo que, para realizar o sepultamento no cemitério local, entrou em contato com a prefeitura e pagou a guia referente ao serviço, no valor de R$ 216,90.

Ele acrescentou que levou o corpo para o cemitério, mas os coveiros não compareceram ao local na hora marcada. Por causa disso, precisou colocar o caixão na cova.

Com o argumento de que a falta de coveiros demonstrou evidente descaso e negligência da prefeitura, requereu indenização de R$ 200 mil por danos morais.

Servidor

A administração municipal alegou que o sepultamento ocorreu em um domingo e o único funcionário que atende o cemitério estava de folga na data.

De acordo com a defesa do município à época, como havia falta de funcionários para trabalhar nos cemitérios da cidade, uma empresa terceirizada auxilia a administração fazendo os enterros. Porém, no dia do sepultamento, o diretor dessa empresa não foi encontrado pelo gerente do cemitério.

O gerente ressaltou também ter ligado para a proprietária da funerária Paraíso, responsável pelo velório, para que fossem disponibilizados dois funcionários para o serviço.

Tais atitudes, de acordo com o testemunho do gerente, demonstram que não houve negligência por parte da prefeitura, tendo sido prestada toda a assistência necessária ao sepultamento.

Recurso

Condenado em primeira instância ao pagamento de R$ 15 mil por danos morais, o Município de Ipatinga recorreu, alegando que não houve descaso por parte do poder público em relação ao sepultamento.

Além disso, o recurso aponta que o valor da indenização deve corresponder a uma recompensa justa pelo sofrimento suportado pela vítima, não podendo ser fixado em patamar tão elevado, sob pena de gerar enriquecimento.

Decisão

O relator, desembargador Corrêa Junior, entendeu que a indenização em R$ 5 mil se mostrava mais coerente com os danos sofridos pelo homem. Acompanharam o voto a desembargadora Yeda Athias e o desembargador Audebert Delage. A movimentação e a íntegra da decisão estão disponíveis no site do TJMG.
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