09 de junho, de 2020 | 08:00
Diretoria do Sinttrocel quer definição de empresas e volta a falar em paralisação
Além da Univale, Saritur deve tomar providências em relação aos trabalhadores
Wôlmer Ezequiel
Univale tem até o dia 30 de junho para rodar sem cobradores, após essa data, os trabalhadores devem retornar

Após questionar a empresa Univale Transportes sobre operar sem cobradores em algumas linhas, o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Coronel Fabriciano (Sinttrocel) definiu diretrizes sobre o transporte coletivo na região. Em reunião de sua diretoria, realizada no sábado (6), foi decidido que a Univale deverá retomar à normalidade após o dia 30 de junho. Além disso, outras questões relacionadas à Saritur e Acaiaca devem ser observadas. Caso não haja novo posicionamento das empresas e mudança em alguns quesitos, o serviço será paralisado.
O presidente em exercício do Sinttrocel, José Antônio da Cruz, pontua que, com a pandemia do novo coronavírus (covid-19), o governo criou a Medida Provisória 936, dando direito às empresas de reduzirem em até 70% o salário dos trabalhadores. O sindicato assinou um termo aditivo com Saritur e Univale, para que não haja demissões dos trabalhadores do transporte.
Tentamos uma solução amigável, porém não estamos conseguindo êxito. No dia 6, em reunião da diretoria, definimos que vamos chamar a Saritur para uma conversa, que ela queria que fosse por videoconferência, mas a diretoria do Sinttrocel não aceitou, queremos que seja presencial. Vamos falar sobre ticket alimentação, que não está sendo pago como deveria; o segundo ponto é sobre horas-extras; vamos falar ainda sobre FGTS, que inclusive já temos uma ação na Justiça requerendo a regularização, inadimplente desde 2015. Como o governo está liberando R$ 1.045 para saque, alguns funcionários não têm saldo e queremos uma resposta quanto a isso; o quarto ponto é sobre o plano de saúde, tanto para Saritur, Univale e Acaiaca”, detalhou José Antônio.
Ações
O presidente do sindicato alerta que, no caso da Univale, há um acordo emergencial até o dia 30 de junho e que o transporte poderá ser paralisado após essa data, caso a empresa não cumpra com o pedido. Na reunião do fim de semana decidimos flexibilizar para a empresa, para que opere sem cobradores até o dia 30. Após essa data, o Sinttrocel exige a volta de todos os cobradores que estão afastados, eles não foram demitidos, estão com contrato suspenso. A paralisação deve ocorrer caso descumpram o pedido de voltar com os cobradores. Em relação à Saritur, o serviço será interrompido se ela não cumprir com os pedidos e não entrar em acordo. Então a greve pode acontecer imediatamente”, alerta.
Ele acrescentou ainda que o sindicato está atento em relação aos direitos dos trabalhadores e exigirá o cumprimento do que foi acordado. O Diário do Aço tentou contato com as empresas Saritur e Acaiaca, mas não conseguiu retorno. Já a Univale reiterou posicionamento enviado no dia 2 de junho, onde diz que foi obrigada a tomar algumas providências, visando a preservação da saúde dos trabalhadores.
Uma das medidas adotadas foi o afastamento de funcionários enquadrados no grupo de maior risco e, dentre estes, alguns cobradores. Em função disso, alguns veículos/horários estão operando sem este profissional. A ausência, porém, não implica em descumprimento legal, já que o transporte metropolitano segue normas específicas estabelecidas pelo Estado de Minas Gerais, que é o poder concedente deste serviço. A operação também não fica comprometida, uma vez que na situação atual, o volume de passageiros transportados reduziu drasticamente, e os pagamentos das passagens, em sua maioria, são através de vales-transporte eletrônico”, conclui a empresa.
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