07 de junho, de 2020 | 18:00

Os grandes desafios da área de saúde, segundo o novo diretor da Fundação São Francisco Xavier

Banco de Imagens/FSFX
Mauro Oscar Soares de Souza Lima ocupou o cargo na Fundação no último mêsMauro Oscar Soares de Souza Lima ocupou o cargo na Fundação no último mês

A Fundação São Francisco Xavier (FSFX), braço da Usiminas nas áreas de Saúde e Educação, conta, desde o fim do mês de maio, com uma nova posição em sua gestão, a Diretoria de Hospitais. O cargo foi ocupado por Mauro Oscar Soares de Souza Lima, médico graduado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com 28 anos de experiência. Dr. Mauro já havia atuado anteriormente na entidade e teve, em sua trajetória, importantes contribuições para o crescimento da FSFX e para a qualidade de vida da comunidade, aponta a Fundação.

A nova Diretoria de Hospitais foi criada para permitir que a Fundação atue, cada vez mais, de acordo com as melhores práticas de governança corporativa, além de ter em seu escopo de liderança as quatro unidades hospitalares administradas pela instituição em Ipatinga, Itabira e Baixada Santista, e a área de Ensino e Pesquisa.

A Fundação conta com uma diretoria colegiada e, nesse ano promoveu uma reformulação, passando a ser composta por quatro diretores. Na entrevista abaixo, Dr. Mauro destaca as conquistas e as principais ações da FSFX para as comunidades onde está inserida e reforça em especial o panorama de saúde da região do Vale do Aço.


Como se deu o processo de reestruturação da diretoria da Fundação São Francisco Xavier? Como ocorreu a sua volta à instituição?

A Fundação tem um histórico marcante de constante evolução e, ao longo desses 50 anos em parceria com a sua instituidora, a Usiminas, vem tendo uma atuação de grande relevância no atendimento às comunidades tanto na área da Saúde quanto da Educação. Ao longo dos anos, as unidades hospitalares, a Fundação Educacional e demais serviços administrados pela Fundação cresceram e viu-se, então, a necessidade de revisão da nossa estrutura organizacional. Foram incorporadas duas novas diretorias, a de Hospitais e a de Soluções em Saúde, ocupada por Marcelo Gouveia Teixeira, gestor da FSFX desde 2017.

Me senti muito honrado com o convite de voltar à Fundação e aceitei prontamente o desafio. Tenho convicção que esse novo formato vai somar muito ao trabalho que tem sido desenvolvido, de atuar em prol do desenvolvimento humano nas áreas da saúde e da educação. A troca de experiências, o fortalecimento da sinergia e a reciprocidade no aprendizado e experiência entre nossos diretores e, ainda, o constante apoio da nossa instituidora permitirão que a Fundação atue cada vez mais oferecendo serviços de alta qualidade para a população do Leste de Minas Gerais e da Baixada Santista. Nossa meta é avançar ainda mais na direção de uma atuação que já é reconhecida dentro e fora do país.

Como foi sua formação profissional e qual a responsabilidade do senhor à frente desse desafio, especialmente nesse momento tão sensível para a Saúde Pública no país?

Minha trajetória profissional está diretamente ligada à Fundação. Me formei em Medicina pela UFMG e, após completar duas residências médicas, em janeiro de 1992, ingressei no Hospital Márcio Cunha. Lá, tive uma caminhada marcada por experiências gratificantes e a oportunidade de contribuir com a implantação de um modelo de gestão inovador e estruturado. Ao longo desse tempo, me especializei em Gestão e me graduei também na área do Direito para aperfeiçoar meus conhecimentos e apoiar a área de gestão.

Atualmente, a FSFX possui quase seis mil colaboradores e é composta por sete unidades de negócios presentes em cinco estados. A minha responsabilidade é conduzir nossas quatro unidades hospitalares, com uma gestão marcada pela responsabilidade, pela oferta de atendimentos de excelência, garantindo, também, a sustentabilidade da Fundação, a adoção das melhores práticas de segurança disponíveis no setor, com uma assistência à saúde digna, qualificada e humanizada.


Como a FSFX está enfrentando o desafio da covid-19?

É um desafio gigantesco para os hospitais privados e públicos conseguir atender de maneira ágil e eficaz demandas em um volume e numa velocidade para a qual, muitos não estavam preparados. A FSFX teve a oportunidade de, antes mesmo da confirmação de casos de covid-19 no Brasil, adotar medidas fundamentais para a prevenção e contenção do coronavírus. Houve uma intensa preparação das equipes, foram aperfeiçoados e criados novos protocolos internos. Com o avanço da doença, mais profissionais foram contratados e promoveu-se uma grande readequação dos atendimentos e das estruturas físicas. Foram criadas áreas específicas, ampliado o número de leitos de UTI, enfermaria e parque tecnológico; aumentou-se o estoque de equipamentos de proteção individual. Nossas ações estão alinhadas às orientações e iniciativas do Ministério da Saúde, Governo Estadual, Ministério Público e Secretarias Municipais de Saúde. Enfim, inúmeras ações que mostram que Fundação não tem poupado esforços para continuar atuando nesse cenário nos mesmos padrões de qualidade que tornaram seus hospitais referência no atendimento de diversas especialidades médicas.

A região do Vale do Aço conta com uma boa estrutura de saúde, que naturalmente também precisa de investimentos constantes por parte do poder público e da iniciativa privada. É interesse de todos termos um sistema igualmente capacitado para atender a população, seja em Ipatinga, seja em um município de menor porte. Hoje, apenas aqui em Ipatinga contamos com pelo menos 25 importantes estruturas públicas ou privados de atendimento em saúde e, como mencionado há pouco, é preciso que todos contribuam para dotá-las também de estruturas de qualidade para continuarmos enfrentando esse gigantesco desafio para a saúde pública, que é a pandemia da covid-19, e para os desafios que virão no futuro. É importante termos em mente que saúde é um tema perene na sociedade, independentemente do Coronavírus. O próprio envelhecimento da população, por exemplo, é algo que tende a exigir mais tanto em ações de prevenção, quanto das estruturas de atendimento.

Sabemos que o Hospital Márcio Cunha (HMC) é referência em atendimento hospitalar para uma população estimada em 840 mil habitantes, de 35 municípios da macrorregião Leste do Estado de Minas Gerais. Nesse momento, qual é a abrangência do atendimento e quais são os principais desafios da Fundação no contexto local do Vale do Aço?

O grande desafio da gestão da Fundação é tangibilizar aquilo que é visível e aquilo que é invisível aos olhos dos clientes, os bastidores de uma unidade hospitalar. Dentro da realidade local, podemos citar o HMC, referência de atendimento não somente para Ipatinga e sim para 35 municípios, mas é importante que as pessoas entendam que fazemos parte de um sistema de saúde composto por outras instituições que igualmente são atores ativos e responsáveis pela saúde da população.

Somos uma instituição filantrópica, com mais de 70% dos nossos atendimentos feitos a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Temos também clientes conveniados e particulares, e por isso temos que conciliar todas essas questões, oferecendo assistência de qualidade a todos que utilizam nossos serviços. Temos, é claro, limites de atuação, mas buscamos sempre estabelecer uma comunicação justa, transparente e equilibrada, e unir todos esses interesses, fazendo com que todos eles se convertam para um objetivo comum, que é assegurar o acesso a atendimento de qualidade na área da saúde. Reforço que a excelência faz parte do nosso compromisso institucional. Agimos para aperfeiçoar, continuamente, nossas práticas e nossos resultados e atuamos intensamente para atender às necessidades dos nossos pacientes e desempenhar da melhor forma possível a parcela de atendimentos direcionados aos nossos hospitais.

Além da busca permanente pelo aperfeiçoamento dos nossos serviços próprios, a Fundação participa ativamente de fóruns externos e de importantes pesquisas no setor, contribuindo no desenvolvimento de novos medicamentos, tratamentos e com outras instituições de saúde, além da ativa participação também em estudos científicos internacionais que visa à implementação de novas tecnologias.

Quais as principais conquistas que você destaca do Hospital Márcio Cunha?

O Hospital Márcio Cunha foi classificado recentemente pela revista norte-americana Newsweek entre as melhores unidades hospitalares do Brasil. O resultado, divulgado no site da revista, apresenta o HMC entre os dois melhores hospitais do estado de Minas Gerais, e o vigésimo segundo lugar do Brasil.

O HMC mantém um histórico de alta qualidade em seu atendimento. Foi o primeiro hospital brasileiro a receber, da Organização Nacional de Acreditação (ONA), o certificado de Acreditação em Excelência no ano de 2003. Está ainda entre os seis do país a possuir a certificação internacional Det Norske International Accreditation Standard (DIAS/NIAHO). Destaca-se ainda que foi o primeiro hospital do país com a Certificação Internacional da Healthcare Information and Management Systems Society (HIMSS) estágio 7 – utilizando software de Gestão Hospitalar Tasy, sendo também o único na categoria filantrópica de alta complexidade. Ao longo de sua trajetória conquistou diversas certificações e prêmios que demonstram a qualidade, a busca das melhores diretrizes gerenciais e de inovação.

Para finalizar, quais as metas futuras da Fundação São Francisco Xavier?

Estamos preparados e projetamos proporcionar ainda mais avanço e excelência a todos que utilizam os serviços da instituição. Manteremos nosso compromisso de somar esforços com outras instituições e contribuir com a saúde da população. Seguiremos com foco na melhoria contínua e manteremos os laços de confiança que nos une com todas as comunidades onde estamos presentes. Que venham novos desafios. Estamos com um time de primeira qualidade atuando nas nossas unidades e mobilizados para continuar desempenhando nosso papel especialmente nesse momento tão crítico para a população, quando os profissionais de saúde ganharam ainda mais relevância e reconhecimento da sociedade.
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