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07 de junho, de 2020 | 08:00

Alexandre Silveira propõe visão metropolitana e ação conjunta entre prefeitos no combate à covid-19

Em entrevista ao Diário do Aço, Silveira disponibilizou seu capital político aos prefeitos do Vale do Aço no enfrentamento da pandemia

Arquivo DA
Silveira, que já comandou a Secretaria Estadual de Saúde, fala da importância das cidades da região trabalharem juntas no combate ao coronavírusSilveira, que já comandou a Secretaria Estadual de Saúde, fala da importância das cidades da região trabalharem juntas no combate ao coronavírus

Com a experiência de já ter comandado a Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais, na gestão do ex-governador e atual senador Antônio Anastasia (PSD), e ter tirado do papel a Agência Metropolitana do Vale do Aço, o ex-deputado federal e atual suplente no Senado Federal, Alexandre Silveira, fala sobre a pandemia e seus impactos para a população, sem perder de vista a economia da região. Em entrevista ao Diário do Aço, Silveira enfocou o que ele classificou como “uma ótica metropolitana” sobre o assunto e disponibilizou seu capital político aos prefeitos do Vale do Aço. Justifica a iniciativa na condição de um dos principais líderes do PSD nacional e também embasado em seu bom trânsito com os senadores mineiros Carlos Viana (PSD), Anastasia (PSD) e Rodrigo Pacheco (DEM), objetivando, segundo ele, ser criada uma frente mais abrangente no combate ao coronavírus de forma a trazer um melhor resultado regional.

Diário do Aço - Tendo sido eleito duas vezes como um dos cinco deputados federais mais votados em Minas, como o senhor está acompanhando as iniciativas do poder público em relação à pandemia?

Alexandre Silveira: Tenho resistido bastante em falar sobre esse tema, como cidadão estou indignado pela forma pela qual a pandemia tem sido tratada no Brasil, em Minas e, em especial, em nossa região. O vírus não tem coloração partidária, não escolhe fronteiras. A saúde pública e a preservação de vidas deveriam ser as grandes prioridades nesse momento. Quando falamos em salvar e preservar vidas, é claro, com a compreensão de que não se deve perder o norte para a convergência de também salvar a economia com emprego e renda.


DA - Como isso seria possível?

Silveira: Quando o meio científico nos apontou para o quanto era perigoso esse vírus, o lockdown era para que os governantes preparassem a rede de saúde pública para receber as pessoas com mais dignidade. Atender, principalmente o sistema intensivo para aqueles que precisassem de respiradores. Já se passaram mais de 70 dias e o que vejo é uma divergência das lideranças políticas nacionais, estaduais e até locais. Isso causa um grande mal à sociedade. A falta de uma visão metropolitana faz com que municípios que são interligados pensem isoladamente em políticas públicas para a saúde e economia. Se pensassem de forma conjunta poderiam unir forças, por exemplo, para a construção de um hospital único de campanha, para deliberações únicas para os setores da economia, e assim por diante.


DA - Mas isso não deveria ser o papel da Agência Metropolitana?

Silveira: A Agência Metropolitana do Vale do Aço, criada em nossa gestão de Secretário de Estado de Gestão Metropolitana, deveria ser a protagonista para a convergência de ideias nesse momento, convidando para o diálogo prefeitos, Ministério Público, que é o fiscalizador da lei, e as polícias Militar e Civil, que são garantidoras da lei. Todos em prol de uma solução. Mas não é o que está acontecendo. A gente entende como salutar as divergências. As opiniões são muito diversas no mundo inteiro sobre a pandemia, não há consenso na forma de combater, na forma de agir para fazer o equilíbrio entre a economia, emprego e saúde pública. Mas aqui a gente vê a falta de protagonismo da Agência Metropolitana nesse sentido, mesmo com boas referências do diretor-geral. Torno a dizer, já se passaram mais de 70 dias e ainda não tivemos uma ação conjunta.

Vejo que cada município tem trabalhado muito nesse período. Cada um à sua maneira, com visões antagônicas. Deve-se buscar um mínimo de convergência para as ações darem garantias ao cidadão. Não existem limites, não existem fronteiras, a conurbação entre os três municípios do núcleo metropolitano deixa muito clara essa realidade.

É fundamental a compreensão dos prefeitos da região, principalmente das principais cidades, já que eles vão acabar recebendo nos municípios que governam pacientes de outras cidades do Colar Metropolitano de acordo com que a curva ascendente da doença continue.


DA – E como isso poderia ser feito?

Silveira: Coronel Fabriciano é a cidade mãe do Vale do Aço. Ela está localizada entre os outros dois municípios, Ipatinga e Timóteo. Por que Fabriciano não poderia estar abrigando um Hospital de Campanha Metropolitano no campo do Social ou na antiga sede da Unimed? O prefeito de Milão, na Itália, cometeu um erro e teve a hombridade de vir a público reconhecer sua falha. Ele entendeu em um primeiro momento que o caminho era salvar exclusivamente a economia e que a pandemia não teria a gravidade que teve. Por isso muitas pessoas morreram sem atendimento. Precisamos ter decisões conjuntas na região. Só assim, dando garantias à população de um atendimento digno, poderemos conciliar o propósito de salvar vidas sem prejudicar a economia. Claro que com exceção de alguns setores que geram aglomerações, como campos de futebol, bares e restaurantes que não tenham a condição de cumprir o espaço de distanciamento necessário. Nesse caso, o poder público precisa trabalhar para socorrê-los, pois sabemos o quão é importante o gerador de emprego e renda para a estrutura social e econômica. Somos uma só região e precisamos pensar pluralmente.


DA - Existe alguma Lei para este fim?

Silveira: Existe uma lei aprovada o Programa Nacional de Apoio às Pequenas e Microempresas de Pequeno Porte (Pronampe), do senador Jorginho Mello (PL-SC), e que já foi sancionada pelo presidente da República. O Projeto aguarda a normatização para que os bancos públicos possam socorrer esses pequenos comerciantes. Eu acredito numa recuperação rápida após a pandemia, pois o problema é pontual e não estrutural. Isso reforça que devemos fazer de tudo para que a economia não se torne um problema estrutural com a quebra de empresas. Mas o que eu entendo é que está atrasado.

Fico muito entristecido, principalmente nas redes sociais, tamanha divergência, a politização de um assunto que não é político, é extremamente técnico. É um assunto de gestão, que deveria ser tratado pelo meio científico, e também, há de se ressaltar, que não é o meio científico ideologizado, o ideal seria se ecleticamente fossem colocados à mesa especialistas das variadas correntes para embasar os gestores públicos na busca de soluções. Infelizmente, vejo no Vale do Aço a falta de equipamentos de proteção individual para os profissionais da saúde, muitos têm trabalhado precariamente. Desse jeito a região caminha a passos largos para ser o centro da pandemia em Minas vamos fazer de tudo para que isso não aconteça.


DA - Como isso poderia ser amenizado?

Silveira: Temos uma vantagem no Vale do Aço, temos aqui uma Região Metropolitana criada, reconhecida. Ou seja, nós temos velocidade para buscar recursos, tanto do Governo do Estado quanto do Governo Federal. O comércio poderia estar aberto se tivessem se preparado para um atendimento em larga escala para a região. Mas, infelizmente, as divergências locais estão impedindo que o comércio volte a funcionar de forma mais estável. Já são quantas idas e vindas... Já são quantas liminares? Tudo isso por falta de diálogo. E quem paga o preço é a população que já começa a entrar em pânico com tanta desinformação por parte das autoridades públicas locais.

Eu não me sinto seguro com tanta divergência, com tanta politização de um assunto tão técnico. Cadê o hospital de campanha regional? Hospital de campanha em Ipatinga, hospital de campanha para Timóteo, cadê a lógica, a otimização do recurso público tão escasso? A Agência Metropolitana do Vale do Aço tem esse papel! Lembro da oportunidade de quando adquirimos o único prédio estatizado do governo Anastasia, o então Hospital Siderúrgica, hoje Hospital José Maria de Morais. Era um hospital privado e, frente à pasta da Saúde, compramos o prédio, reformamos e equipamos. Na época, lembro bem o motivo de colocar a mantenedora São Camilo em nossa gestão, foi porque ela tinha o Hospital Vital Brasil como gestora e isso faria com que ela otimizasse recursos, como no caso da lavanderia, na questão da pediatria e com os mesmos recursos pudesse atender aos dois municípios.


DA - O senhor se dispõe na intermediação entre os quatro prefeitos da região e os três senadores de Minas no combate efetivo à pandemia no Vale do Aço?

Silveira: Todos sabem da gratidão que tenho por essa região que me fez o quarto deputado federal mais votado de Minas por dois mandatos e da nossa relação pessoal e política com os nossos senadores em Minas. Gostaria de agradecer de antemão os R$ 500 mil destinados pelo senador Anastasia a Timóteo, assim como ajuda a Ipatinga e Fabriciano em outras ocasiões.

O que posso contribuir nesse momento é com ideias e com o prestígio pessoal. Temos nas fileiras de nosso partido o presidente estadual do PSD, senador Carlos Viana, o senador Anastasia, também do PSD, e nossa amizade com o senador Rodrigo Pacheco (DEM). Me coloco a inteira disposição de todos prefeitos da região, em especial dos quatro prefeitos do núcleo metropolitano, para, se quiserem, procurarmos os três senadores com uma proposta objetiva de solução. Eu entendo que o campo do Social ou a estrutura do antigo hospital da Unimed possam oferecer uma estrutura tecnicamente possível e digna para a região. Essa questão de empurrar o problema no outro não vai levar ao objetivo principal de preservarmos vidas. Nós precisamos de medidas e um protocolo regional metropolitano. Se quiserem fazer essa reunião por meio de videoconferência com os três senadores, eu me coloco à disposição para fazermos juntos. Desde que tenham uma proposta objetiva, eu tenho a certeza que será bem acolhida.
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Comentários

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Zamp

15 de setembro, 2020 | 15:24

“Quero saber o que vai definir no loteamento parques do vale sobre abastecimento de agua”

Oliveira

08 de junho, 2020 | 22:38

“Prefirimos enfrentar o coronavirus sem a sua ajuda. Ja temos desgraca demais. Verme!!!”

Fabio Sketine

08 de junho, 2020 | 19:39

“''Não temos memoria curta SR:Alexandre Silveira, poucos anos atraz o senhor ajudou a quebrar a Prefeitura em plena crise, mudou de partido e o Robson foi Prefeito so de fachada ainda quer vir de paraquedas aqui não DR, se não tem difunto que vai levantar e te procurar ai o bicho vai pegar esqueça ipatinga"”

Tião Aranha

08 de junho, 2020 | 12:06

“Se tem solução, então mãos às obras. O certo é que à medida que o povo amadurece, politicamente, ele cobra os seus direitos de cidadania. Entre o pensar em fazer, e o fazer, existe uma distância muito grande. Uma coisa é fazer Política. A outra coisa é fazer politicagem.”

Wanderson Luiz Zanoni Rodrigues

07 de junho, 2020 | 19:29

“Tem momentos que é melhor ler "outra coisa"... do que ser surdo. Sujeito rum. Fora”

Antonio Alberto

07 de junho, 2020 | 17:29

“Vergonha.
Este Sr. conseguem aparecer e demonstrar sua insensatez para com a comunidade do Vale do Aço.
Reportagem paga.”

Renato

07 de junho, 2020 | 16:06

“Eleição chegando? As malvadeza aparecendo....”

Leder Campideli Vasconcelos

07 de junho, 2020 | 15:06

“Caros leitores por falta de informação eu estava crendo que este senhor estaba morto ou preso .”

Selma o Santos

07 de junho, 2020 | 14:22

“Deve ter dado uma grande descarga pq comecou a aparecer bosta!”

Fernando Cesar

07 de junho, 2020 | 14:02

“Pergunta pra esse senhor, se ele lembra quando robson gomes foi prefeito de ipatinga e ele roubou a prefeitura, ate comprou terras e fez loteamento perto da lagoa silvana.”

Kim Valverde

07 de junho, 2020 | 13:16

“Fiz, através de vídeo nas redes sociais, uma veemente defesa da união das cidades do Vale do Aço para trabalharem juntas no enfrentamento a pandemia.
É absurdo este embate ideológico dos quatro municípios para se autopromoverem com políticas de saúde tão distintas sendo aplicadas numa região conurbada como a nossa, onde as decisões de uns afetam os outros.
A maioria de nós tem amigos e familiares em todas as cidades e a falta de leitos de UTI numa cidade é tão ruim quanto a existência de leitos erroneamente próximos uns dos outros na outra cidade.
As barreiras para testagens deveriam ser comuns em toda região, o uso obrigatório de máscaras, a ocupação de assentos no transporte público, o isolamento social e tudo mais devem seguir critérios técnicos dos profissionais de saúde, avaliando como e quando flexibilizar e sempre criando alternativas de sobrevivência para as atividades econômicas, isentos de quaisquer vernizes políticos.
Senhores políticos, entendam de vez que não há espaço para confrontos partidários nesta questão que envolve as vidas das pessoas.”

De Olho na Cidade

07 de junho, 2020 | 12:55

“INTERESSANTE QUE DEPOIS DE MUITOS ANOS PASSADO.. ESTE ELEMENTO TEM A CORAGEM DE VIM ÃO PÚBLICO DAR ENTREVISTA SOBRE OQUE DEVE OU NÃO SER FEITO NA CIDADE..BOBAGEM SUA SENHOR ALEXANDRE SILVEIRA, A CIDADE ESTA MUITO BEM SENDO GOVERNADA PELO ATUAL PREFEITO.. INDIFERENTE DA GESTÃO DO SENHO ROBSON GOMES QUANDO FOI PREFEITO E INGENUALMENTE CONFIOU NO SENHOR COMO BRAÇO DIREITO DELE, AI DEU NO QUE DEU LEVANDO A PREFEITURA QUASE FALIDA. POR SUA INRESPONSABILIDADE.. SAIU DE CENA E AGORA VEM DANDO AS CARAS PENSANDO QUE A POPULAÇÃO DE IPATINGA É BESTA.. SENHOR ALEXANDRE FAZ UM FAVOR VOLTE PARA ONDE O SENHOR ESTAVA E FICA QUIETINHO POR LÁ.. A CIDADE NO MOMENTO ESTA ENFRENTANDO UMA SITUAÇÃO CÁOTICA COM ESSA PANDEMIA.. NÃO SEJA VOCÊ MAIS UM PROBLEMA PARA A POPULAÇÃO, SUA PRESENÇA AQUI SERÁ IGNORADA.. SEU PARÁ-QUEDISTA OPORTUNISTA”

Soares

07 de junho, 2020 | 12:37

“e so aproxima eleição q este bosta vem com esta cara de pau quase quebrou a cidade de Ipatinga mais o Robson agora vem achando que o povo de Ipatinga e otário turista . apatece so pra vistar e ainda q receber.ai fora vai amarrar seu jegue em outra árvore.”

Ronaldo

07 de junho, 2020 | 12:34

“O senhor vai apoiar quem? Me avisa pra eu votar contrariamente”

Amadeu

07 de junho, 2020 | 12:05

“Bom dia,
Os chupadores de votos já começaram aparecer...teria vergonha de aparecer só em epoca de eleiçoes....Esse individuo nunca fez nada por nossa região.....Deve procurar sua turma lá de cima
okkkkkkk”

Zoio de Zoiar

07 de junho, 2020 | 11:50

“De dois em dois anos, esse aí dá as caras. Próxima entrevista só em 2022.”

Shesheu

07 de junho, 2020 | 10:15

“A eleição está chegando, esse cidadão começa a dar a cara!!! Pura interesse políticos...
Fora Alexandre Silveira!!! Já temos problemas demais por aqui!!!”

Joanas

07 de junho, 2020 | 10:12

“E muito cara de pau este alexandre silveira individuo de pessima reputacao no vale do aco ja comeca mostrar a cara de pau pra enganar o povo .nenhum jornal do vale do aco nao devia entrevista este individuo porque ele nao merece.”

Paulo Cesar

07 de junho, 2020 | 09:35

“Politicamente este senhor existe ainda?”

Gildázio Garcia Vitor

07 de junho, 2020 | 09:18

“O Dr. Alexandre, além de desinformado, deve estar fora do Vale do Aço há muito tempo, pois só isso para explicar sua sugestão de montar um hospital de campanha em Coronel Fabriciano, onde o Médico, que está Prefeito, assina decretos para o retorno presencial das aulas, suspenso pela justiça, e reabertura do comércio até as 22 horas.”

ângelo de Oliveira Santos

07 de junho, 2020 | 08:31

“Tá aproximando as eleições esta senhor já começou?”

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