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25 de maio, de 2020 | 14:44

OMS suspende teste com cloroquina em tratamento contra covid-19

Decisão vem após estudo afirmar que remédio aumenta risco de morte por problemas cardíacos, como arritmia

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta segunda-feira (25) que suspendeu os testes com hidroxicloroquina para uso em tratamentos contra o coronavírus. A decisão foi anunciada por Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, depois que a revista científica The Lancet publicou um estudo sobre os riscos do medicamento.

A pesquisa publicada na revista científica testou o medicamento em 96 mil pacientes e concluiu que o uso da droga pode estar relacionado ao aumento no risco de morte por problemas cardíacos, como arritmia.

A cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, afirmou que a organização optou pela “cautela” ao suspender os testes. “Queremos usar o remédio. Mas se for seguro”, disse. Segundo ela, o resultado da revisão deve ser anunciado em uma ou duas semanas.

Contrariando as autoridades de saúde do Brasil e do mundo, o Ministério da Saúde divulgou na segunda-feira (20) um protocolo para uso da cloroquina e hidroxicloroquina em pacientes com coronavírus, inclusive os com sintomas leves. (Com informações de Jamil Chade)

Já publicado:
Governo inclui cloroquina em tratamento de casos leves de covid-19

 A decisão ocorreu após um estudo sugerir uma maior taxa de mortalidade em pacientes que usaram a substância A decisão ocorreu após um estudo sugerir uma maior taxa de mortalidade em pacientes que usaram a substância


Entenda a decisão da OMS



Segundo a organização, o objetivo é reavaliar sua segurança antes de retomar as pesquisas. A decisão ocorre depois de a revista científica Lancet ter publicado pesquisa com 96 mil pessoas internadas com coronavírus em 671 hospitais de seis continentes mostrando que o uso de hidroxicloroquina e cloroquina estava ligado a um risco maior de arritmia e de morte.

Cientistas de universidades como Harvard (EUA) e Heart Center (Suíça), responsáveis pelo estudo, também constataram que não houve benefício no uso das drogas após o diagnóstico de covid-19.

Nos últimos dois meses, a OMS vem coordenando o estudo internacional Solidarity em 18 países para avaliar a segurança e a eficácia de diferentes drogas para combater o coronavírus.

Além de hidroxicloroquina, medicamentos como cloroquina, remdesivir, lopinavir com ritonavir e essas duas drogas combinadas com interferon beta-1a estão sendo testados.

De acordo com a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, a suspensão dos estudos sobre a hidroxicloroquina foi feito por precaução, devido ao fato de o estudo da Lancet ter sido feito com um número expressivo de pacientes e após questionamentos feitos por agências de saúde de vários países.

Segundo ela, será feita uma revisão e o conselho do Solidarity, formado por dez dos países participantes (o Brasil não faz parte da lista) vai decidir, nas próximas duas semanas, se retoma ou não os estudos com a droga.

Seja qual for o resultado, a OMS diz que, por enquanto, cloroquina e hidroxicloroquina só devem ser usadas em experimentos, em hospitais e sob supervisão médica.

Brasil mantém uso do medicamento

Apesar da decisão da OMS, no Brasil, o Ministério da Saúde informou que vai manter as orientações que ampliam o uso da cloroquina.

Na semana passada, o órgão, após determinação do presidente Jair Bolsonaro, alterou o protocolo vigente para permitir que o medicamento seja usado também por pacientes com sintomas leves do novo coronavírus. Até então, seu uso era restrito a pacientes graves e críticos e com monitoramento em hospitais.

"Estamos muito tranquilos e serenos em relação a nossa orientação", disse na segunda-feira (25) Mayra Pinheiro, secretária de gestão em trabalho na saúde e coordenadora da elaboração do documento.
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Comentários

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Isaac Júnior

26 de maio, 2020 | 19:48

“Na verdade eu já esperava. Estudos comprovam que o uso desses medicamentos como sulfato de hidróxidocloroquina quanto antibiótico azidromicina, podem causar efeitos colaterais que podem levar até a morte. Estudos mostram que o uso desses medicamentos não tem a eficácia comprovada cientificamente para tratamento de pacientes graves e leves de COVID-19.”

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