25 de maio, de 2020 | 16:00

Leite de pedra

Fernando Rocha

Divulgação
Fernando RochaFernando Rocha
Eleito novo presidente do Cruzeiro na última quinta-feira, Sérgio Santos Rodrigues terá uma semana decisiva para a sequência de seu mandato, que inicialmente irá até dezembro, quando haverá uma nova eleição para o triênio 2021-2023.

Até a próxima sexta-feira (29), o novo mandatário celeste precisa levantar cerca de R$ 20 milhões para resolver situações de emergência financeira no clube. A questão mais urgente é a dívida que a Fifa cobra em nome do Zorya, da Ucrânia, algo em torno de R$ 11,5 milhões, referente à contratação do atacante Willian Bigode, que deverá ser paga até a próxima sexta-feira.

E se o clube não pagar, poderá sofrer uma nova punição e a perda de mais seis pontos, tal como ocorreu na semana passada, após o clube não pagar R$ 5 milhões que deve a um clube árabe pela aquisição do volante Denílson, as duas negociações feitas na gestão do ex-presidente Gilvan de Pinho Tavares, em 2014.

Foi boa, a primeira impressão deixada por Sérgio Santos Rodrigues, após as primeiras entrevistas como presidente eleito do Cruzeiro, mas só isto não basta. Mas ele vai ter, sim, que tirar leite de pedra para resolver a mais grave crise financeira da história quase centenária do Cruzeiro, em meio a uma abissal desordem administrativa, para poder conquistar a confiança da torcida.

Novo normal
Depois de duas rodadas, os resultados dos jogos na Bundesliga na Alemanha apontam para uma quebra de paradigma no que diz respeito à vantagem do mandante, que dizem sempre existiu no futebol.
Sem torcida nos estádios, o fato de ter o mando de campo não tem significado muita coisa na Alemanha, o que poderá ser uma tendência do “novo normal” daqui por diante, quando a bola puder voltar a rolar inclusive no Brasil, onde também não haverá torcida nos jogos.

Na última rodada da Bundesliga foram marcados 32 gols em nove jogos, média de 3,5 por partida, gols para alemão nenhum botar defeito, sendo que mais uma vez os visitantes deitaram e rolaram e houve apenas duas vitórias dos mandantes, uma delas do poderoso líder Bayern Munique.
Até aqui, em 18 jogos, os mandantes se deram bem apenas três vezes. Houve cinco empates e dez vitórias de visitantes, indicando que ser o mandante não vai mais significar vantagem alguma, ou não será mais uma grande coisa.

FIM DE PAPO
• Após uma reunião com o prefeito Marcelo Crivella, do Rio de Janeiro, os dirigentes do Flamengo, Vasco, Boavista, Cabofriense e Federação Carioca foram autorizados a retomar os treinamentos a partir desta terça-feira, indicando que o campeonato estadual poderá ser retomado no início de junho. Os demais clubes, incluindo Botafogo e Fluminense, não concordam com a volta do futebol em meio ao pico da pandemia do Covid-19, e por isso não participaram da reunião.

• O Rio de Janeiro já contabiliza mais de quatro mil mortos pelo coronavírus, e o número de óbitos nos últimos dias tem superado até os de São Paulo, epicentro da pandemia, que já chegou a mais de seis mil vítimas fatais. Uma pesquisa feita com torcedores de Flamengo e Vasco mostrou que a maioria não é a favor da volta do futebol agora, considerando o retorno um risco desnecessário, além de ser um absurdo desrespeito às famílias enlutadas e àqueles que ainda batalham pela vida, nas gigantescas filas de espera por atendimento nos hospitais.

• Como o povo carioca é gozador por natureza, mesmo nos momentos de extrema tristeza e dificuldades ele não perde o bom humor e arranjou um apelido para o Campeonato Carioca, caso volte mesmo no atual quadro de tragédia sanitária: “Caixão 2020”. O nome também faz uma alusão ao “Caixão 98”, ano em que a Federação Carioca era comandada pelo polêmico Caixa D’Água, que, em conluio com seu parceiro eterno, Eurico Miranda, promoveu uma competição estadual das mais enroladas de toda a sua história.

• Na época, o Vasco da Gama comemorava o centenário de fundação e o torneio veio na medida certa para que o clube da colina conquistasse o título. Foram nada menos do que três clássicos decididos por W.O, por causa de adiamentos de datas que só interessavam ao Vasco, daí o apelido dado na época de “caixão 98”. Aqui nos nossos grotões não há uma data definida para o retorno do Campeonato Mineiro, mas existe uma tendência para que essa volta aconteça em meados de julho, isso se a curva de novos casos do Covid-19 diminuir. (Fecha o pano!)
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Comentários

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Tião Aranha

25 de maio, 2020 | 16:34

“A questão toda está na punição e perda de pontos dos clubes. Esse debate é bem mais profundo. Se o clube não tem receita não tem como cumprir seus contratos trabalhistas com seus funcionários. Parece que a profissão de jogador está mesmo em baixa. Jogos com estádios fechados só favorece o visitante. E se o Cruzeiro é o time do povão, então o povo tá lascado. Se a pandemia termina no final de junho, por quê os times cariocas vão voltar no início de junho? Clubes em crise e contratando técnico da elite do futebol, tal qual o Galo ganhando mais de um milhão por mês c/ sua equipe. Cruzeiro em crise falando quitar folha de pagamento semana que vem; confesso que não estou entendendo mais nada.”

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