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16 de maio, de 2020 | 13:00

A volta da bola

Fernando Rocha

Divulgação
Fernando RochaFernando Rocha
Finalmente os fãs do futebol puderam assistir a um jogo “ao vivo”, após dois meses de paralisação praticamente no mundo inteiro por causa da pandemia do Covid-19, mesmo que apenas na TV e num clima muito distante da normalidade.

O Campeonato Alemão recomeçou ontem com um confronto de muita rivalidade, entre o Schalke 04 e o Borussia Dortmund, possibilitando a todos os fãs do esporte mais popular do planeta um duro choque de realidade para o que será esse esporte daqui por diante, a começar pelos inevitáveis portões fechados e a ausência total de público no estádio.

A Bundesliga é a primeira das grandes ligas da Europa a retomar as atividades, prevendo-se para os meses de junho e julho os retornos dos jogos pelas ligas inglesa, espanhola e italiana.
No Brasil, onde a pandemia já levou mais de 15 mil vidas e ainda não atingiu o pico máximo, não há previsão para o retorno das competições, embora em estados onde o Covid-19 está razoavelmente controlado já se tenha liberado o retorno de alguns clubes aos treinos.

Laboratório mundial
A volta do futebol na Europa desperta grande interesse no mundo inteiro, e calcula-se que cerca de um bilhão de pessoas tenham assistindo ontem o jogo de reabertura do Campeonato Alemão, entre Schalk 04 e Borussia Dortmund. Muitos viram a partida como um laboratório para que o futebol nos demais países atingidos pela pandemia, em todos os continentes, siga em frente adotando um protocolo de medidas preventivas, que ainda estão sendo testadas.

Na Alemanha, a alta capacidade de testagem para o Covid-19 é a base de tudo, mas algumas dúvidas permanecem sem respostas, como, por exemplo, o que acontecerá se surgirem casos positivos nos elencos?
Em tese, todos os demais jogadores da equipe teriam de entrar em isolamento, adiando seus próximos jogos, o que afetaria o calendário. E isto se apenas um clube for afetado, então, o que dizer se houver registro de casos do Covid-19 em vários times ao mesmo tempo?

A verdade é que, mesmo a Alemanha estando em um estágio superior à maioria dos países no combate à pandemia, a volta do futebol nas condições atuais de incerteza, que são muitas e variáveis, torna-se coisa bastante questionável.

FIM DE PAPO
• Os dirigentes que comandam o futebol alemão, em conformidade com as autoridades de saúde daquele país, sabem que este retorno dos jogos acontece sob um panorama de incertezas sem precedentes na história humana, e que a qualquer momento poderá ser necessário dar um passo atrás.

• Dentro de campo, as dúvidas são outras. Todas as medidas de prevenção contidas nos protocolos divulgados até agora se desmancham diante de uma particularidade do jogo de futebol: não há como evitar o contato entre os atletas, seja num lance de falta ou na cobrança de uma infração, onde se exige a formação de barreira humana. Nas cobranças de escanteio também não há como evitar o agarra-agarra na área, o que obviamente insere o indesejado contato físico entre os jogadores.

• A Bundesliga alemã se caracteriza por agrupar times que usam muito a força física, em detrimento da técnica apurada, sobretudo porque os clubes com maior poder econômico da Europa, capacitados para contratar os melhores jogadores do mundo, estão na Espanha, Inglaterra ou Itália. O jogo alemão passa hoje muito mais pela capacidade física para pressionar sem bola e acelerar nas transições, o que exige um excelente condicionamento físico dos jogadores, o que não é o caso agora e nem vai ser durante um bom tempo.

• Aqui nos nossos grotões, os ‘grandes’ clubes como Atlético e Cruzeiro já estão voltando aos treinos em seus CTs. O que não muda é a inércia da Federação Mineira, entidade inútil e sem ação no momento que mais deveria aparecer, dando alento e apoio aos clubes filiados. O presidente Adriano Aro é tão ruim de serviço que conseguiu desagradar até um de seus parceiros mais tradicionais, o Atlético, cujo presidente criticou em público, na semana passada o imobilismo da entidade. Cabe uma perguntinha básica: tem algum sentido lógico a existência dessas entidades na estrutura do futebol brasileiro? (Fecha o pano!)
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Comentários

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Tião Aranha

18 de maio, 2020 | 11:42

“Levada sempre pelo capitalismo selvagem a estrutura do futebol visou com exclusividade o lucro, o lado material, mas país que não investe numa educação de qualidade só dá nisso mesmo, vexame pro mundo. Dizia Einstein, se não aprende pelo amor aprende pela dor.”

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