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11 de maio, de 2020 | 16:00

Cenário de incertezas

Fernando Rocha

Divulgação
Fernando RochaFernando Rocha
Cenário de incertezas
As dúvidas quanto ao retorno das equipes aos treinamentos e, mais ainda, quanto à volta das competições do futebol, aumentam a cada dia que passa, na mesma proporção do avanço da pandemia do Covid-19, que no fim de semana ultrapassou a marca dos 11 mil mortos no Brasil.

Há um consenso entre os dirigentes de que as competições como os Estaduais, onde a necessidade de deslocamentos é menor, têm chances maiores de recomeçar ainda no primeiro semestre do ano, devido às características de disseminação do Covid-19.

Existem ideias e propostas no papel, mas tudo depende do aval das autoridades de saúde, que estão reticentes em autorizar treinos e jogos no momento de avanço da pandemia em todo o território nacional.
O Campeonato Brasileiro, que deveria ter começado no último dia 2, não tem previsão por causa das dificuldades de deslocamento em território nacional, pois hoje os voos estão limitados a algumas capitais e não se sabe quando isso será normalizado.

Perde e ganha
A Fifa, através da International Board, autorizou a CBF a aumentar de três para cinco as substituições que poderão ser feitas nas futuras competições do país, sob a justificativa de preservar o estado físico dos jogadores no futebol pós-pandemia do Covid-19.

A partir de agora, no mundo todo, os treinadores terão três janelas durante os 90 minutos para mexer nas equipes. Mas quem irá ganhar com esta mudança, que mexe profundamente na dinâmica dos jogos de futebol?

A justificativa e o propósito para a mudança são até válidos, se considerarmos a intensidade dos jogos atualmente e, também, a realidade do nosso calendário, onde se privilegia não a qualidade, mas a quantidade cada vez maior de jogos e competições.

Embora o anúncio seja de que esta alteração é temporária, valendo apenas até o fim de 2020, a impressão é que vai acabar se tornando definitivo.

Ainda não tenho uma opinião formada sobre a mudança, mas uma coisa é certa: a meu ver, este aumento de três para cinco substituições irá beneficiar muito mais os chamados ‘grandes’ clubes, que possuem elencos mais encorpados e jogadores mais qualificados.

Claro, poderão oferecer maiores opções a fim de que seus treinadores mexam nas equipes, quando as coisas não estiverem indo como o esperado, o que certamente fará aumentar ainda mais a distância entre ricos e pobres.

FIM DE PAPO
• Vamos imaginar o Flamengo, Palmeiras, Grêmio, Internacional e Atlético, quando estiverem enfrentando um Fortaleza ou um CSA, ou até mesmo o Cruzeiro jogando contra um Cuiabá pela Série B. Seus treinadores terão muito mais peças de qualidade à disposição do que os seus adversários, podendo alterar taticamente as equipes de acordo com as suas necessidades.

• Também há outro componente onde esse aumento das substituições trará maiores benefícios aos chamados clubes ‘grandes’: um jogador sondado pelo clube maior, onde não seria titular, e que fosse pretendido também por um clube ‘médio’ ou ‘pequeno’, onde teria maiores chances de jogar, ficará propenso a optar pelo primeiro. Isto porque agora, com o maior número de substituições, suas chances de jogar aumentam consideravelmente, agregando a isso o fator normal de suspensões ou contusões dos titulares.

• Mas se olharmos pelo ângulo do copo meio cheio, os treinadores dos times de menor investimento terão ao menos a oportunidade de oxigenarem mais as suas equipes, para tentar resistir ou segurar o resultado. Até mesmo nos chamados ‘grandes’, um adepto de sistemas táticos que privilegie em primeiro lugar a marcação, como, por exemplo, o técnico Mano Menezes, a partir de agora vai poder segurar ‘goleadas’ de 1 x 0, enchendo as suas equipes de zagueiros e volantes de marcação.

• A CBF, as Federações e os clubes preparam a volta do futebol e tomam providências para garantir a segurança dos atletas, seus familiares e demais envolvidos diretamente no esporte, mas até agora não divulgaram nenhuma medida a ser tomada para garantir a saúde e segurança dos árbitros.

A situação deles é mais complicada ainda por causa da legislação, já que não têm vínculo empregatício com as entidades que organizam os eventos do futebol, enquanto os atletas têm um Contrato Especial de Trabalho Desportivo, que lhes garante assistência. Na Austrália, com a introdução do VAR, já andaram testando jogos sem os bandeirinhas ou auxiliares, mas fazer isso sem o árbitro central... vai ser difícil. (Fecha o pano!)
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Comentários

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Tião Aranha

16 de maio, 2020 | 20:30

“Pelo visto, daqui pra frente os clubes terão que administrar mais as despesas e menos as receitas, já que a presença dos torcedores nos estádios é a principal fonte de riqueza dos mesmos. Segundo o premiê japonês, vamos ter que conviver com essa doença do Corona por longos e longos anos.”

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