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09 de maio, de 2020 | 00:02

“Saci” parado

Fernando Rocha

Divulgação
Fernando RochaFernando Rocha
Foram oportunos os esclarecimentos prestados na última quarta-feira (6) pelos presidentes do Social, Chico Simões, e do Ipatinga, Nicanor Pires, sobre o momento atual nos dois principais clubes da região.
As entrevistas foram ao ar em rede nacional no programa Bola na Área, produzido pela TV Caravelas e comandado por Fabrício Pereira, retransmitido no canal COM BRASIL e que pode ser visto na Sky/Oi TV (canal 28), bem como através das operadoras Claro / Embratel (canal 3).

Ex-prefeito de Coronel Fabriciano por três mandatos, Chico Simões assumiu a presidência do “Saci” em 2016, com o clube na 2ª Divisão estadual e, segundo ele, devendo R$ 11 milhões à Receita Federal, passivo este renegociado pela diretoria anterior para ser pago em 16 anos, através do Programa de Recuperação Fiscal (Profut).

As prestações estão sendo pagas em dia, e atualmente chegam a R$55 mil mensais, que, somados às demais dívidas trabalhistas e com fornecedores, alcançam R$60 mil mensais pagos com o dinheiro dos aluguéis das lojas, que ficam na parte externa do estádio do clube, em uma área comercial muito valorizada no centro da cidade.
Sem outras fontes de receita além dos aluguéis, o presidente Chico Simões optou, há dois anos, por pedir o afastamento do clube das disputas oficiais promovidas pela Federação Mineira de Futebol.

“Todas as competições são deficitárias, e hoje, no Brasil, os únicos que ganham dinheiro com o futebol são as entidades que organizam as disputas”, disse o presidente do “Saci”, que não deu qualquer esperança de um retorno do clube às atividades, seja a curto ou médio prazo.

Parceria no Tigre
O presidente do Ipatinga, Nicanor Pires, assumiu o clube no início do ano passado e, desde então, vem lutando para resgatar a credibilidade do Tigre junto à comunidade, que foi perdida após uma desastrada transferência para Betim, em 2012.

O Ipatinga é campeão de acessos e descensos ao longo de sua ainda incipiente história - vai completar 22 anos de fundação no próximo dia 22 - e no momento disputa o Modulo II, ou 2ª Divisão estadual, onde ocupa o 5º lugar na tabela de classificação da primeira fase, paralisada pela pandemia do Covid-19.

Nicanor Pires é otimista em relação ao futuro do Tigre, e sem citar nenhum nome, afirmou já existir uma parceria com alguns “investidores da região”, que participam da gestão financeira do clube de forma a dar o suporte necessário para que o objetivo maior de retornar à elite do futebol estadual seja alcançado.

FIM DE PAPO
• O Ipatinga viveu seus melhores momentos em 2005, quando se sagrou Campeão Mineiro, ao derrotar o Cruzeiro por 2 x 1, dentro do Mineirão. Sua ascensão no cenário estadual e nacional foi meteórica: vice-campeão estadual três vezes (2002/2006/2010); vice-campeão brasileiro da Série B em 2007 e 3º colocado na Copa do Brasil de 2006. Mas a sua decadência também veio na mesma velocidade, indo parar em pouco tempo na 3ª Divisão estadual.

• O Social também tem um impressionante histórico de altos e baixos, desde a sua fundação, há 75 anos, em outubro de 1944. Sua melhor fase no cenário estadual foi em 1997, quando, após uma subida apoteótica à 1ª Divisão, o “Saci” chegou às semifinais e acabou eliminado pelo Villa Nova, de Nova Lima. Sua torcida é numerosa e fanática, comparece sempre em bom número ao Estádio “Luisão”, e merece ver o time de volta às atividades.

• O Atlético anunciou o retorno aos treinos na Cidade do Galo a partir desta semana, depois de receber autorização da Prefeitura de Vespasiano, onde está localizado o seu centro de treinamentos. Já o Cruzeiro não sabe quando poderá fazer o mesmo, já que a Toca II está situada em Belo Horizonte, centro da pandemia de Covid-19 no estado, onde o prefeito Alexandre Kalil tem adotado medidas severas visando conter o avanço da doença e não dá sinais de uma flexibilização.

• A discussão é se o momento para o retorno aos treinos é o mais adequado. Penso que ainda não, devido ao pico do Covid-19 ainda estar por vir, além de não haver qualquer definição sobre o reinício das competições. A opinião mais simples e sensata que vi até agora sobre este assunto foi do homem forte do futebol no Botafogo (RJ), Carlos Augusto Montenegro, para quem os treinamentos dos atletas e as competições só deveriam retornar quando as aulas fossem autorizadas a recomeçar, nas escolas públicas e particulares.

• Faz sentido isso, pois no momento em que o controle do Covid-19 permitir que 20, 30 ou 40 pessoas compartilhem o mesmo ambiente, em uma escola ou sala de aulas, aí sim, os jogadores poderão exercer suas atividades com segurança e os torcedores de futebol teriam condições até de ocupar seus espaços nas arquibancadas dos estádios, sem correr maiores riscos.

“Tenho medo das pessoas sem máscara – ainda veremos surgir uma nova forma de assalto, sem armas: "passe tudo, senão eu espirro". De abrir a geladeira de noite e encontrar uma live de dupla sertaneja lá dentro”. Paulo Egreja, escritor. (Fecha o pano!)
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Comentários

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Tião Aranha

09 de maio, 2020 | 18:07

“Futebol deveria ser visto como lazer, passatempo, e não como profissão, estava vendo os maiores salários do galo. Mané ganhando quatrocentos e cinquenta por mês pra chutar bola e é tratado como herói. Neste angu tem caroço. Agora vai ganhar o quê?! Pior: Colocando em risco a vida dos otários que vão a campo. Lembra do refrão: a massa não pensa, a massa age. Fernando Sasso se não me falha a memória, da Tv ITacolomi.”

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