21 de abril, de 2020 | 09:36
Até tu!
Fernando Rocha
O futebol mundial atravessa a pior crise financeira de sua história, em razão da pandemia do Covid-19, que paralisou as competições nos maiores centros do esporte no planeta, causando prejuízos incalculáveis.No Brasil, a pandemia e seus efeitos afetaram primeiro os clubes médios e pequenos, chegando agora com força aos grandes” que já haviam anunciado medidas para conter gastos, incluindo a redução em até 25% dos salários de seus jogadores e comissões técnicas.
Imaginem que nada menos do que o clube mais rico e poderoso do país no momento, o Flamengo, precisou recorrer a um empréstimo bancário de R$ 40 milhões para quitar os seus compromissos com jogadores e fornecedores, entre outros.
De acordo com uma notícia publicada pelo jornal O Lance”, este empréstimo foi feito depois que as finanças do clube foram impactadas pelo rompimento de contrato com alguns patrocinadores, o que ocasionou uma queda de receita da ordem de R$ 11,3 milhões. Isso sem contar a verba de bilheteria, que deixou de entrar por conta da paralisação das competições.
Este é o efeito dominó, aquele que reedita a máxima popular do devo, não nego, pago quando puder”. E segue o jogo, como diria o narrador Milton Leite, do SporTv.
Dias agitados
Mesmo com a bola parada, o que não tem faltado ultimamente no Cruzeiro é movimentação dos cartolas, em torno da disputa pelo comando do clube na eleição programada para 21 de maio próximo.
O presidente do Conselho Deliberativo, José Dalai Rocha, que também responde provisoriamente pelo clube, expulsou vários conselheiros na última semana por terem infringido o estatuto e recebido salários nababescos na desastrosa gestão anterior de Wagner Pires de Sá, incluindo o filho do ex-presidente, Zezé Perrela.
As várias correntes da política interna são as mesmas que há décadas se revezam no comando da instituição, sendo responsáveis pelo sucesso e, por último, pelo fracasso que mergulhou o clube em dívidas astronômicas e o levou, pela primeira vez. ao rebaixamento à Série B nacional.
E devemos lembrar que a eleição de maio próximo será apenas para completar o mandato da diretoria anterior, que se encerraria em 31 de dezembro.
Para não dizer que o pior ainda pode piorar ainda mais, em outubro haverá uma nova eleição, desta vez para um mandato de três anos, daí se prever que até lá poderá haver mais desavenças e agitação de bastidores, que poderão prejudicar o desempenho da equipe na mais importante batalha do ano, que será voltar à Série A.
FIM DE PAPO
Enquanto isso, o Conselho Gestor que administra o clube desde a renúncia do ex-presidente Wagner Pires de Sá, se vira nos trinta para dar conta de pagar e ainda rolar as dívidas monstruosas deixadas pelas várias diretorias anteriores, que passaram pelo Cruzeiro nas últimas décadas. O maior desafio e preocupação no momento é com as dívidas na FIFA, relativas a contratações de jogadores que não foram pagas.
Sobre a cobrança dos valores devidos não cabe mais nenhum recurso, e já somavam aproximadamente R$50 milhões. Agora, com a desvalorização do real frente ao dólar e ao euro, já ultrapassam assustadores R$ 80 milhões. O Conselho Gestor vem negociando diretamente com os clubes credores, mas alguns deles não querem conversa, e sim, o cascalho na conta, algo que o Cruzeiro não tem para pagar. E por isso, corre o sério risco de sofrer mais um rebaixamento, desta vez à Série C, o que seria um desastre total.
No UOL, o Blog do Perrone trouxe uma entrevista interessante com o médico Moisés Cohen, que está chefiando um grupo de profissionais da área de saúde contratados pela Federação Paulista de Futebol, que, para não perder contratos milionários de patrocínio do seu Campeonato Estadual, quer porque quer voltar com a competição no dia 16 de maio. Os clubes paulistas estão pretendendo retornar às atividades no dia 1º de maio, quando terminam as férias dos jogadores.
Aqui nos nossos grotões, a inoperante Federação Mineira de Futebol não deu sinal de vida e não há previsão de data para o retorno. Enquanto isso, os clubes do interior vão desmanchando os seus elencos e uma volta vai ficando cada vez mais difícil, a não ser que os grandes” da capital lhes emprestem jogadores e paguem os salários para que possam entrar em campo.
Estou curioso para ver como será o comportamento dos jogadores no futebol pós-Covid/19: faz o gol e pula sozinho para comemorar ou todos se abraçam como era antes? Toda vez que a bola sair na lateral, haverá álcool gel para a desinfecção das mãos do cobrador? As faltas serão abolidas do jogo? Afinal, não há como evitar o suor na pele e o contato entre os jogadores. Vamos esperar pra ver... (Fecha o pano!)
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]
Tião Aranha
21 de abril, 2020 | 14:28O jornalista deve ficar em seu murmurinho rindo do que escreve - já que a hierarquia que existe nas igrejas é a mesma que existe na política - que é a mesma que tb existe no futebol. A gente deveria se preocupar menos com esses jogadores, já que a maioria é formada de cartolas e jogadores milionários, que já ganharam muito dinheiro ? com o futebol. Muitos, perderam o caminho e não estão sabendo como voltar. É importante para a Saúde de qualquer indivíduo ter uma visão otimista, mesmo nesta hora de crise, pois faz bem até para o espírito das pessoas.
Para Platão, o Sol era o símbolo da luz que iluminava os lugares escuros. E não foi á toa que Heráclito de Éfeso (545? - meados do séc. V) disse que o Sol, é novo a cada dia, mas sempre novo, continuadamente. No meu ponto de vista como mortal, a população e os políticos no geral deveriam fazer nos bairros e nas cidades debates, discutindo todos assuntos, inclusive esse da volta dos jogadores aos gramados-, porque a vida não é só uma bola que rola, ou será por que não dizer fazer uma releitura dos ensinamentos da cultura grega - deter alguns textos e questões - que marcaram o surgimento da filosofia em seus dois primeiros períodos, o pré-socrático e o clássico deixando de lado os discursos retóricos dos políticos; Estou vendo políticos por aí, de total irresponsabilidade com a vida das pessoas e total desconhecimento da ciência e do Coronavírus querendo levar o povão ao genocídio devido às grandes aglomerações de pessoas. Futebol, carnaval, já acabou. Talvez se lessem, entenderiam melhor a formação correta do viver em comunidade dentro de uma cidade. Parece que é tarefa somente nossa, de filósofos, escritores e jornalistas ficarmos nos preocupando com as causas dos problemas políticos, sociais e econômicos. Tudo leva a crer que teremos uma vida em Comunidade: um por todos. Todos por um.”