17 de abril, de 2020 | 08:00

Cenário eleitoral em Coronel Fabriciano aponta, por ora, oito pré-candidatos a prefeito

Número deverá sofrer redução à medida que o pleito se aproximar e os acordos de apoio forem selados, como tem ocorrido nas últimas eleições

Apesar do novo coronavírus (Covid-19), a movimentação de bastidores em torno das eleições municipais continua. Em Coronel Fabriciano afloram a cada semana as discussões em torno do assunto. Até o momento, por exemplo, oito pré-candidatos tiveram seus nomes ventilados nessas movimentações, por meio de lideranças e correligionários dos partidos. Marcos Vinicius Bizarro (PSDB), Francisco Simões (PT), Celinho do Sinttrocel (PCdoB), Gregório da Retífica (PTB), Joaquim Xavier de Souza (Rede), Renato Gregório (PP), Ivan Medeiros e José Espírito Santo, ambos do PDT, são os nomes até o momento colocados pelos apoiadores e articuladores.

Há alguns meses, o deputado federal Enéias Reis, do PSL, chegou a anunciar que disputaria a eleição. Entretanto, em conversa com a reportagem, na quarta-feira (15), disse que não é mais pré-candidato. “Nesse momento não é viável por estarmos fazendo um trabalho interessante, conseguindo muitos recursos para a região por meio do nosso mandato. Deixar esse posto é prejuízo para o Vale do Aço. Sobre apoiar alguém, ainda vou estudar a respeito”, adiantou.

Justificativas

O deputado estadual Celinho do Sinttrocel pontuou que seu nome está à disposição. “Temos construído conversas dentro do nosso campo político e trabalhado para ver qual decisão final iremos tomar. Mas essas decisões serão tomadas mais pra frente, se iremos apoiar alguma candidatura ou se iremos para a disputa. Meu nome tem uma história na cidade, um currículo de serviços prestados à sociedade. Uma parcela da população gostaria de ver o Celinho como gestor, como prefeito, assim como há aqueles que gostam e querem me ver como deputado. E estamos ouvindo a todos, avaliando e conversando com os grupos políticos para tomar a melhor decisão”, reforçou.

O prefeito Marcos Vinicius informou, por meio de sua assessoria, que nesse momento não está pensando em política e que preferia não se manifestar quanto a esse assunto.

O presidente do PDT no município, Laudislei Neves, destacou que o partido tem dois nomes com possibilidades de candidatura neste pleito. Um deles é José Espírito Santo. Ele ponderou que sua pré-candidatura a prefeito de Coronel Fabriciano é um desafio, e que será superado com a participação de todos os moradores.

“Conheço o município em seus mínimos detalhes, com isso, seus graves problemas, não por informação, mas pela presença, pelos trabalhos sociais que realizamos há vários anos, inclusive nossa área rural, atuando diretamente com os trabalhadores e trabalhadoras rurais, que conseguiram suas tão sonhadas aposentadorias, através da gente. Coronel Fabriciano necessita de pessoas que não coloquem seus interesses particulares e partidários acima dos interesses das comunidades”, salientou.

O segundo nome do PDT, Ivan Medeiros, que já foi vereador na cidade, afirma que sempre esteve envolvido na vida da comunidade. “Moro aqui há quase 50 anos e por conviver com diversas pessoas, conheço os anseios do povo fabricianense. Tive a oportunidade de ser presidente da Câmara na década de 1990 e hoje vejo que os políticos estão agressivos uns com os outros, se preocupando menos com questões de interesse do povo e mais com interesses pessoais. A vontade do poder faz com que a pessoa perca o controle. Prometer cuidar da saúde, emprego e educação são coisas já batidas. Temos de pensar numa ideia nova, para melhorar a arrecadação. Não adianta querer oferecer serviço se não der condições para as empresas criarem emprego e arrecadação”, vislumbrou.

Discurso de renovação

Conforme Joaquim Xavier, sua intenção é “renovar a política local, uma vez que muitos eleitores estão descrentes da política”.

“Eu não sou melhor e nem pior. Sou um cidadão, e acredito que, como cristão, Deus tem um propósito para tudo em nossas vidas. Pretendo promover um choque de gestão que permita reduzir o tamanho de uma máquina pública municipal inchada. Para isso, precisamos reduzir consideravelmente o número de cargos comissionados, assegurar o acesso aos cargos mediante concurso público, capacitando e valorizando os servidores”, antecipa.

Por sua vez, o advogado Renato Gregório, do PP, lembra que o partido é o terceiro maior do país, e tem se organizado no município, já com chapa de vereadores completa. “São pessoas honestas, com vontade de fazer algo diferente. Sobre minha candidatura, é claro que existem regulamentos e apesar da unanimidade em relação ao meu nome, precisamos da ratificação partidária. Mas a intenção é firme, sincera e irrevogável. Defini pela candidatura recentemente, mas já vinha pensando nisso há muito tempo, algo me incomodava. É muito fácil criticar e não dar a cara pra bater. Pratico não criticar e sim fazer melhor, diferente. Esse é o propósito, quero trabalhar pela minha cidade”, assegurou.

Ex-prefeito e atual vice também na disputa

Chico Simões, que já foi prefeito de Fabriciano em três mandatos, tem convicção de que ainda pode fazer muito pela política. “Jamais pensaria de maneira pessoal, não teria nenhuma motivação para ser candidato, porque Coronel Fabriciano já me proporcionou uma carreira exitosa na política. Mas penso que, nesse momento, a cidade precisa de um político experiente e responsável. Ficou provado que os governantes que se apresentaram como novos não estão dando uma resposta para a sociedade. Quando peguei a gestão da cidade em 1997 não havia varrição, energia elétrica e isso só reforça que temos experiência. Quem faz política para o pobre, automaticamente faz política para todos. Queremos fazer um debate com a sociedade. Hoje, virou moda dizer que político bom é político novo. Quando você entra num avião quer alguém com experiência e por qual razão iria querer um novato para a política? Entendemos que fizemos um bom governo, pertencemos a um partido que defende uma bandeira social e por isso somos perseguidos e temos de enfrentar isso. Estou motivado a entrar na campanha e de uma maneira leve”, destacou o ex-prefeito.

Atual vice-prefeito, Gregório da Retífica chegou a colocar seu nome como pré-candidato em 2016, pelo MDB, mas formou aliança com Marcos Vinicius Bizarro, que venceria o pleito daquele ano. “Em 2020, coloquei meu nome à disposição como pré-candidato a prefeito, sem conflito com o prefeito. Mas pretendo seguir carreira solo. Acredito que minha experiência no meio empresarial e como presidente da Associação Comercial, integrante do Rotary e tantos outros, me ajudará a ser um bom gestor. Meu pai foi vereador em Marliéria, sempre convivi bem nesse meio. Hoje vejo um cenário muito em aberto, mas essas candidaturas que estão aí colocadas não vão seguir, espero que sejam no máximo quatro. A política mudou e precisa de um gestor, como se fosse uma empresa, precisamos reduzir despesas. Vejo esta como uma oportunidade de colocar em prática aquilo que penso e considero melhor para nossa cidade”, planejou.

Vereadores aproveitam janela e trocam em massa de partidos

No período de “janela partidária”, encerrado no dia 3 de abril, vereadores em todo o país participaram da famosa dança das cadeiras partidária. Em Coronel Fabriciano não foi diferente. Dos 17 integrantes do Legislativo local, somente seis não mudaram de legenda: Professor Édem, Thiago Lucas e Marcos da Luz, do PT; Sargento Francisquini, do PSDB, Dr. Sandro Araújo, do Cidadania e Miltinho do Sacolão, do PSDB.

Já Carmem do Sinttrocel saiu do PCdoB e foi para o PSL, assim como o presidente da Casa, Adriano Martins, ex-Cidadania. Com os dois estão Eugênio Pascelli (antes no DEM) e Luciano Lugão, que era do PROS; Xingozinho passou do PSC para o PP, a exemplo de Nélio da Abacaxi, que integrava os quadros do Avante.

Canídia deixou o PCdoB e Cristiano do Cais, o PV; ambos foram para o Democratas. Relé saiu do PCdoB e migrou para o Avante.

Já Ronílson Burrinho, que era do PSB, agora é tucano do PSDB. O ex-emedebista Beto Cavaleiro está no PSD.
Conforme apurado, todos devem tentar a reeleição, com exceção de Marcos da Luz, que caminha para ser o pré-candidato a vice-prefeito de Chico Simões, conforme confirmado pelo próprio. “De início tínhamos dois nomes, o da ex-prefeita Rosângela Mendes e o do vereador. Após algumas conversas, nosso encaminhamento é para que Marcos da Luz seja o vice. É claro que ainda teremos as convenções, mas caminhamos neste sentido”, concluiu Chico Simões.

Nomes conhecidos

Dentre os que devem disputar uma cadeira na Câmara está Rosângela Mendes (PT). Também figuram na lista Paulinho do Mangueiras, que foi candidato no último pleito e recém filiado ao Avante.

Outro conhecido é Léo Lemos, do PSD, filho do ex-vereador e ex-delegado Francisco Pereira Lemos. O filho do deputado Celinho do Sinttrocel, conhecido popularmente como Zezinho do Sinttrocel, seria pré-candidato pelo PSB.

Com a saída de Marcos da Luz para uma possível vice, o filho de Chico Simões, Rogério Thomaz, seria o candidato nessa “vaga” a vereador; ele que já foi candidato no pleito passado. Outro nome conhecido é de Ramonzinho Amaral, presidente do PP. Naturalmente outras pessoas públicas não constam nesta matéria, mas as informações serão atualizadas pelo Diário do Aço no decorrer do processo eleitoral.