15 de abril, de 2020 | 07:30
Medidas de isolamento podem ser necessárias até 2022, diz estudo
Extensão do isolamento seria necessária para evitar o risco de seguidas novas ondas de casos do coronavírus
Thomaz Silva / Agência Brasil
Medidas de isolamento podem ser necessárias por mais de três anos para evitar reaparecimento de pandemia
Medidas de isolamento podem ser necessárias por mais de três anos para evitar reaparecimento de pandemiaSem nenhuma garantia de desenvolvimento de uma vacina contra o coronavírus que causa da pandemia de Covid-19, uma das medidas mais aplicadas em todo o mundo é o isolamento social, como forma de se evitar a contaminação acelerada das pessoas.
Reduzir a velocidade de contaminação da população visa evitar o colapso no sistema de saúde para atender repentinamente um número de pacientes acima dos recursos disponíveis nos hospitais.
E ainda que uma vacina seja desenvolvida, alguns segmentos econômicos terão que passar por uma profunda revisão, entre eles, os mais atingidos são o de transporte aéreo e o de turismo. Os estudos apontam para a uma necessidade de uma sociedade extremamente vigiada.
Nesse cenário, um estudo da Universidade Harvard mostra que as medidas de distanciamento social podem ser aplicadas até 2022. Essa extensão do isolamento seria necessária para evitar o risco de uma nova onda de casos do coronavírus.
A pesquisa foi publicada na revista Science. A íntegra pode ser consultada aqui. Os pesquisadores comparam características do coronavírus causador da covid-19 com outros tipos do vírus, como o que transmitia a Sars (Síndrome Respiratória Aguda Grave), que ocasionou um surto na Ásia em 2003.
Com base nos dados de patógenos parentes do Sars-Cov-2, o levantamento estima que 1 paciente curado da doença pode voltar a ser infectado pelo mesmo coronavírus. Isso porque os anticorpos criados pelo organismo para combater a covid-19 durariam apenas 1 ou 2 anos.
Ou seja, nem mesmo a imunização natural da maioria da população seria capaz de conter a aparição de novos casos, criando uma segunda onda de registros. Esse cenário é observado em tipos mais comuns de outros coronavírus, muitos deles causadores de simples resfriados.
Os pesquisadores utilizaram a taxa R0 para medir o impacto do distanciamento social na diminuição do grau de infecção do vírus. Essa variante calcula quantas pessoas podem ser infectadas por 1 portador do coronavírus. No caso da covid-19, a R0 é de 3 pessoas. Em coronavírus mais leves, a média é de 2 infectados por portador.
A partir desses dados, os pesquisadores simularam a extensão do isolamento em diferentes níveis de amplitude. Desde o fechamento total até pequenos setores de maior risco. Quando o distanciamento é mantido por pelo menos 20 semanas, há uma redução do R0 de 20% a 60%.
O problema, contudo, é o retorno das atividades depois do período de quarentena. Mesmo que o isolamento vertical tenha mais efeito sobre o Ro, ele pode ser reduzido e temporário.Como os anticorpos tem uma espécie de prazo de validade”, a quarentena total até livraria muitas pessoas da infecção, mas elas também não teriam anticorpos.
O resultado é que elas poderiam contrair o coronavírus e mantê-lo em circulação por até 1 ou 2 anos, colocando as pessoas que foram curadas na 1ª onda suscetíveis a uma nova infecção, quando seus anticorpos já não surtirão mais efeito.
Reativação
Resumindo, a aplicação de uma medida de isolamento social rígida e vertical, por apenas uma vez, não erradicaria o vírus. Ele apenas reduziria momentaneamente o grau de infecções e manteria uma grande parte da população sem defesas. Ao mesmo tempo, a abertura abrupta da quarentena causaria um caos ainda maior nos sistemas de saúde, o que poderia piorar o estrago causado pela pandemia.
Uma das soluções seria a adoção de medidas pontuais e gradativas depois de um período de fechamento total.Mesmo assim, o estudo não recomenda nenhuma medida com base na amostra. Os pesquisadores disseram que ainda são necessários diversos testes e mais tempo para entender melhor a atuação do vírus.
Algumas variáveis como o nível de disseminação em diferentes temperaturas ainda são incertas.Fora isso, o grupo de trabalho de Harvard não considerou o impacto por idade, sexo e classe social. Além de não pontuar o impacto econômico causado em países, principalmente os mais pobres.
Mais:
Brasil registra 25.262 casos confirmados de coronavírus e 1.532 mortes
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Isaac Júnior
23 de junho, 2020 | 02:00É o chamado novo normal. Mas eu creio que até antes de 2022 milhões de vacinas já estarão disponíveis. E não precisaremos mais de isolamento, testes. Mas por enquanto o isolamento é eficaz, para evitar um colapso na saúde. Devemos nos prevenir, usando máscara e sempre mantendo uma distância de 1,30 a 2,00 metros daquelas pessoas que apresentam tosses ou espirros.”
Cleuzeni Torres
15 de abril, 2020 | 12:36as pessoas ainda não entenderam que após essa pandemia muita coisa vai mudar no mundo”
Costa Gravessan
15 de abril, 2020 | 11:11Essa quarentena está mexendo com a capacidade de pensamento do povo. Tem gente achando que cientistas estão fazendo análises, projeções da pandemia pensando no governo, pensando em política partidária. A maioria dos comentários deixa transparecer que nem mesmo abriram a matéria para ler e entender que o jornal apenas replicou um estudo publicado na Science. Aliás, nem devem saber o que é ciência. A pandemia consolidou a presença dos ignorantes. Deus nos livre.”
Oliveira
15 de abril, 2020 | 09:44Que falta de assunto!!! Profeta do acontecido!!!
Pode ser é próximo de não saber. Façam os testes e formulem suas teorias. Estão espalhando o medo sem necessidade. E pensem, serão ainda teorias.”