01 de abril, de 2020 | 14:25

Big Brother Brasil: o reality show (de quase) todos os brasileiros

A 20ª edição do programa tem atraído a atenção de grande parte da audiência, inclusive de quem nunca teve o hábito de assistir ao BBB

Atualizado às 16:23
Paredão, prova do líder, anjo e monstro. O Big Brother Brasil (BBB-20) se tornou uma atração do brasileiro num momento em que todos os eventos esportivos e sociais foram suspensos, em razão do novo coronavírus (Covid-19). Você pode até não gostar, classificar como cultura inútil ou simplesmente chamar a emissora de lixo, mas o fato é que a última eliminação somou mais de um bilhão e meio de votos em um único paredão, unindo jogadores de futebol, influenciadores digitais e diversos brasileiros em quarentena país afora.

Até quem nunca ligou a TV para acompanhar o programa se rendeu. É claro que para toda regra há uma exceção, mas certamente você conhece alguém que viu ou vê, que se revoltou com os supostos assédios de cunho sexual entre “brothers” e “sisters” e vibrou quando Felipe Prior escapou no jogo do bate e volta, frustrando a maioria da casa. Torceu para o Daniel sair, ficou bravo porque não dava pra eliminar a Ivy junto e pensou: “Marcela, você é a próxima”.

Em tempos de coronavírus (frase que já virou clichê) o brasileiro se viu trancafiado em casa, muitos sem acesso às series e jogos virtuais, em razão da restrição financeira ou por não apreciar tais formas de entretenimento e optou por assistir a programação que vinha depois da novela das nove. Essa é a 20ª edição do reality show, mas já é tida como histórica, por mesclar participantes desconhecidos com pessoas famosas - principalmente na internet -, como influenciadores digitais, cantoras e artistas.

Na última terça-feira (31), a eliminação teve mutirão de torcidas, disputa entre famosos e até promessa de sorteio de brindes, caso seu favorito permanecesse na competição. Gabigol disse que iria sortear uma camisa do Flamengo se Prior ficasse na casa. Os protagonistas do evento da semana foram a cantora Manu Gavassi, o arquiteto Felipe Prior e a influenciadora digital e ex-integrante do programa Pânico na TV, Mari Gonzalez.

Para se ter uma ideia, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados em agosto do ano passado, a estimativa da população no país era de pouco mais de 210 milhões. Não é preciso dizer que o número de votos a favor da eliminação de Prior (56,73%) foi expressiva e significativa. Significativa para o jogo sim, pois colocou fim a um grupo que a internet classificou como “boys lixo”, mas manteve com a permanência da segunda mais votada, Manu, a hegemonia de mulheres com um pensamento semelhante, o que pode ter tirado da disputa alguma emoção.

O jogo segue agora com outro feito histórico: com menos de um mês para acabar o programa, estão na casa nove mulheres e apenas um homem. O retrato do reality hoje mostra como os fãs de BBB captaram a mensagem do machismo exposta pelas mulheres da casa e se livraram dos homens que reverberavam esse comportamento.

Porém, a saída de Prior, ao contrário do que muitos pensam, não significa monotonia no jogo. Afinal, grande parte das mulheres restantes faz parte do grupo conhecido como “fadas sensatas”, mas que apenas tiverem sensatez de apontar os erros dos homens que não eram seus amigos e, mais grave ainda, têm atitudes consideradas racistas por muitas pessoas fora e dentro da casa. Babu, o único homem que restou, é negro, e já apontou algumas vezes esse comportamento das “fadas sensatas”.

Agora, apenas uma coisa importa para os viciados no jogo: quem será o próximo líder da competição? Resta-nos aguardar a prova da noite desta quinta-feira e o desfecho dessa semana. Vamos continuar espiando.