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28 de março, de 2020 | 16:00

Faz falta

Fernando Rocha

Divulgação
Fernando RochaFernando Rocha
É coronavírus pra cá, coronavírus pra lá, não há outro assunto, só há um tema no mundo todo, que se pergunta quando vai acabar este pesadelo, onde a única certeza é que tão cedo isso não irá acontecer.
Nós, que amamos o futebol, que temos por hábito participar ou assistir um joguinho amador à beira do alambrado, ou na TV, torcendo pelo time do coração, regado a uma cervejinha em um churrasco com a família ou amigos, estamos mesmo ressentidos.

Claro, faz falta, muita falta, mas como ensinou o mestre Armando Nogueira: “Mais importante que o jogo é a jogada, mais importante do que a jogada é o jogador, e ainda mais importante do que o jogador é o ser humano”.
O momento é de obedecer todas as determinações das autoridades de saúde, com base no que diz a ciência, sem dar ouvidos a quem pensa que a vida humana vale menos do que o dinheiro.

Sem solução
Por causa da paralisação das competições, em função da pandemia do coronavírus, os dirigentes esportivos já se conscientizaram que não haverá datas para encerrar normalmente o calendário do futebol em 2020.
Então voltamos a assistir esta discussão chata, se devemos ou não ter o retorno do mata-mata no Brasileirão, substituído desde 2003 pela fórmula dos pontos corridos.

Ninguém consegue prever ainda quando a bola voltará a rolar nos gramados brasileiros e, quanto mais o tempo passa, mais difícil fica imaginar como será possível encaixar todas as competições do ano.
Esses cartolas são gulosos. E a TV que patrocina e banca tudo é mais gulosa ainda, preenchendo a sua grade de programação nos horários mais improváveis, de segunda a domingo, com jogos quase sempre de qualidade duvidosa.

Nem mesmo o adiamento da Copa América ajudaria a resolver o problema do calendário, pois no período em que ela iria acontecer a CBF tinha programado normalmente as partidas do Brasileirão A e B e da Copa do Brasil, sem falar da Sul-Americana, Libertadores, Copa Verde, Copa do Nordeste e por aí afora.

FIM DE PAPO
• Encerrar sumariamente os nossos insignificantes campeonatos estaduais, sem campeões, até que ajudaria, mas pressionada pelas federações, a CBF já disse que não abre mão disso. Outra questão de bom senso seria cancelar todos os amistosos da Seleção Brasileira nas datas FIFA, até o fim do ano, como, aliás, já sinalizam os europeus, mas a CBF não quer nem pensar numa coisa dessas. Afinal de contas, trata-se da sua “galinha dos ovos de ouro”. É com a seleção e as cotas milionárias que recebe pela venda dos direitos de transmissão dos jogos, marcados cada vez mais para os lugares mais remotos do planeta, que ela arrecada seus milhões e enche os seus cofres de dinheiro.

• Diante do cenário de incerteza quanto ao futuro do futebol brasileiro em 2020, eis que começam a surgir na imprensa e entre a cartolagem, as mais estapafúrdias sugestões, algumas até com algum sentido. A mais falada seria recriar o campeonato com apenas um turno de pontos corridos (19 rodadas), seguido do mata-mata entre os oito primeiros colocados, mas a TV Globo já teria se manifestado contra, pois isso reduziria o seu faturamento e, consequentemente, os clubes também seriam atingidos com queda de receitas.

• Como o jornalista Juca Kfouri escreveu em seu blog, estamos perdendo a grande oportunidade de igualar o nosso calendário ao europeu, como já fizeram há algum tempo os argentinos. Basta iniciar o Campeonato Brasileiro em julho para terminá-lo no meio do ano que vem, mas a CBF já descartou essa possibilidade. Assim, este angu de caroço está posto à mesa, e cabe agora aos nossos cartolas digeri-lo com criatividade e sem reclamar.

• E se você está incomodado com o isolamento por causa do coronavírus, lembre-se de Ronaldinho Gaúcho, preso desde o dia 7 de março, no Paraguai. Ninguém fala mais nada sobre ele, que mesmo sendo uma rica celebridade, está enjaulado numa prisão do país vizinho, onde completou 40 anos no sábado passado. Não se vê mais a imprensa de plantão na porta do presídio, ou algum fã daquele que um dia foi venerado no mundo inteiro, como um dos maiores jogadores de todos os tempos. Se para nós este isolamento está ruim, imaginem para o R-10. (Fecha o pano!)
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