25 de março, de 2020 | 13:30

Presidente, o peixe morre pela boca!

Bady Curi Neto *

Antes de iniciar o texto, deixo claro que votei em Jair Bolsonaro para presidente do Brasil, por obvio, diante dos demais candidatos que disputaram o pleito. E confesso aqui de público que voltaria a fazê-lo se os candidatos que com ele disputassem as novas eleições fossem os mesmos. Isso não quer dizer que eu não posso criticar algumas posições assumidas pelo presidente da República e sua constante incontinência verbal.

Algumas características pessoais, que inclusive o ajudaram a se eleger, a exemplo do enfrentamento rígido com a imprensa, os desafios e deboche com a oposição, e a própria incontinência verbal, com respostas pouco estudadas, devem ou deveriam ter sido colocadas de lado, ao assumir o cargo de representante maior da nação.

Acredito que o presidente é um homem bem intencionado, honesto e que possui uma equipe de ministros altamente preparados e qualificados, a exemplo de Paulo Guedes e Sergio Moro, entre outros.

Mas respostas de pronto, sem fundamentação e lógica, têm reverberado de forma altamente negativa para o presidente. Digo isto em razão das palavras por ele ditas sobre o novo coronavírus, que iniciou na China, com violência assustadora, sendo transmitido a todos os continentes. Não se pode brincar com uma situação desta envergadura, pois agora que a pandemia chegou ao Brasil, todas as medidas tomadas pela união, realmente necessárias para abrandar a curva de contaminação em nosso país, quando expostas pelo presidente têm sido motivo dos conhecidos panelaços.

E não se diga que é coisa de esquerda ou de oposição barata, vários bolsonaristas ficaram revoltados com a atitude do presidente, que, com todo respeito, deveria ter tido maior responsabilidade ao falar de uma doença virótica, com alto índice de contaminação e mortalidade, mesmo que não alcançasse o Brasil (o que sabidamente seria impossível), mas em consideração às vitimas de outros continentes.

A incontinência verbal do presidente, não lhe permitiu um estudo mais profundo sobre o que estava acontecendo no mundo, dando vasão à sua costumeira resposta de pronto. Não se exige de um presidente que saiba de tudo, por isso mesmo existem cargos de confiança, a exemplo dos ministros, entre outros, cada qual expert em suas áreas de atuação. O que se espera de um presidente é ponderação e bom senso.

O panelaço nada mais foi do que uma resposta das pessoas, entre eles, como dito alhures, até bolsonaristas, que estão enxergando não apenas a rápida evolução da doença em nosso país, mas a crise financeira que virá como consequência, discordando com a maneira inicial que o presidente falou sobre o coronavírus.

A meu ver, eleitor de Bolsonaro que fui, acho que o presidente deveria calçar as sandálias da humildade, pedir desculpas a toda a população pela forma prematura e indelicada que tratou a pandemia do coronavírus antes de alcançar nossa nação e continuar tomando as medidas necessárias para minimizar as consequências desastrosas desta doença.

Não está na hora de verificar qual panela apoia ou discorda do presidente, está na hora de unirmos em prol da população. E não custa lembrar: Presidente, peixe morre pela boca!

* Advogado fundador do Escritório Bady Curi Advocacia Empresarial, ex-juiz do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) e professor universitário.
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Comentários

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Tião Aranha

25 de março, 2020 | 16:15

“Acredito que o presidente falou tanta besteira, mais pela falta dum conhecimento científico da doença; mas o seu patriotismo haverá de superar todos e quaisquer desvios, /pois ele tem um ministro da saúde de alto nível/, que fora indicado pelo Caiado - que certamente apoia a mesma ala política do Dória que anseia o embate de disputa presidencialista do futuro próximo. Bolsonaro é um candidato muito forte em qualquer circunstância. Na campanha antivirótica do H1N1, morreu muito mais gente; e era o PT que estava no poder; e ninguém falou nada. Mas, depois daquela facada que sofreu, certamente a cabeça do presidente não deveras mente nunca será a mesma - dada a circunstância que somente ele sofreu.”

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