25 de março, de 2020 | 08:00

Ceresp de Ipatinga voltará a receber presos e funcionará como quarentena

O Ceresp estava interditado parcialmente desde 2016, quando ocorreu uma rebelião que deixou boa parte da unidade destruída

Wôlmer Ezequiel
Após a prisão, detentos ficarão por um período de 15 dias em quarentena e observação nas unidades de referênciaApós a prisão, detentos ficarão por um período de 15 dias em quarentena e observação nas unidades de referência
(Tiago Araújo - Repórter do Diário do Aço)
Para evitar a contaminação e propagação do novo coronavírus (Covid-19) no sistema prisional mineiro, foram criadas 30 unidades de referência, espalhadas por todo o Estado, que vão funcionar como centros de triagem e portas de entrada para novos detentos do sistema prisional. Dentre essas unidades, está o Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) de Ipatinga, que voltará a receber presos.

O Ceresp estava interditado parcialmente desde 2016, quando ocorreu uma rebelião que deixou boa parte da unidade destruída. Com isso o local passou a ser ocupado apenas por mulheres reclusas. Já no fim de 2018, iniciaram-se as obras da reforma e ampliação do Ceresp, após a Vara de Execuções Criminais e de Precatórios Criminais da Comarca de Ipatinga autorizar a destinação de recursos, provenientes da prestação de penas pecuniárias, para a reconstrução do Centro de Remanejamento. Após as obras, o Ceresp de Ipatinga passará a contar com 132 vagas no bloco A e no bloco B, além de 178 novas vagas.

Quarentena

Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que, a partir de agora, todas as pessoas que forem presas no Estado irão para uma unidade específica em cada região. “Nas unidades referência, os detentos ficarão por um período de 15 dias, em quarentena e observação, evitando um possível contágio em larga escala caso fossem encaminhados de imediato para outras unidades. Passada a quarentena e atestada a saúde dos detentos, eles serão levados para outras penitenciárias ou presídios, seguindo o fluxo normal de gestão de vagas do sistema prisional de Minas”.

Protocolo

A Sejusp também destaca que no caso de presos que apresentarem os sintomas da Covid-19, o protocolo é o seguinte: “isolamento dentro da unidade prisional, realização de exames e, em caso de confirmação, tratamento em hospital, com escolta do sistema prisional. O objetivo da nova medida é unicamente proteger os presos e os profissionais de segurança que trabalham no sistema prisional, de modo a não colocar a população em risco”, reiterou.

Remanejamento

Conforme a Sejusp, as 19 Regiões Integradas de Segurança Pública (Risps) do Estado estão contempladas com o protocolo. “Para viabilizar a medida, 30 presídios foram esvaziados no último fim de semana. Os presos que estavam acautelados nesses espaços foram remanejados para outras unidades prisionais de cada região. Vale destacar que não se tratam, portanto, de unidades destinadas para detentos doentes ou com sintomas do novo coronavírus”, informou.

Presídio de Timóteo

No último fim de semana, o presídio de Timóteo, localizado no bairro Primavera, recebeu mulheres presas, enquanto os detentos do sexo masculino foram transferidos para outras unidades prisionais, porém, a Sejusp informou que isso não tem relação com o coronavírus. “A unidade de Timóteo está sendo transformada em unidade feminina, por determinação e avaliação do Departamento Penitenciário de Minas Gerais. Nada tem a ver com a situação do coronavírus no Estado ou sistema prisional”, pontuou.

Demais medidas

Entre as demais medidas anunciadas pela Sejusp para evitar a propagação da Covid-19 no sistema prisional está a suspensão das visitas e das entregas, até então opcionais, por familiares de presos, de kits com suplementos em alimentação, materiais de higiene, entre outros.
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