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21 de março, de 2020 | 08:38

O coronavírus no mundo da moda

Wagner Penna conta todas as novidades no setor fashion

Divulgação
Máscaras antivírus customizadas invadem a modaMáscaras antivírus customizadas invadem a moda
VIRULÊNCIA
A poderosa onda de pânico criada pelo coronavírus ganha força no Brasil, com os meios de comunicação falando sobre o assunto diuturnamente. E a moda também entra no assunto.

Assim, o calendário das feiras e eventos marcados para abril, entre eles a São Paulo Fashion Week e a Minas Trend, mudaram a programação. No caso dos paulistas, já anunciaram o cancelamento. Quanto a Minas Trend, deverá tomar a mesma decisão.

Na verdade, daqui pra frente tudo no país depende das iniciativas que o governo tomar e as medidas adotadas para controlar a expansão do vírus. Reuniões estão sendo realizadas, seguidamente, nas entidades que cuidam da cadeia têxtil nacional.

Mesmo que tudo fosse mantido como previsto, os reflexos da paranoia criada em torno do assunto esvaziaram os eventos, sejam visitantes ou expositores & patrocinadores.

Os levantamentos preliminares, feitos por institutos especializados em pesquisa, apontam que a crise do coronavírus já alcançou 1/4 da indústria fashion brasileira.

O lado leve da coisa é que as máscaras ganharam assinaturas das marcas famosas, e conquistaram os fashionistas. O importante é enfrentar essa fase com o realismo, mas sem alarmismos.

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Reprodução
A moda FendiA moda Fendi
INVERNO GELADO
Como todo o resto do país, o coronavírus está mexendo profundamente com o circuito fashion. Além de cancelar as duas principais iniciativas do setor marcadas para abril - São Paulo Fashion Week e a Minas Trend -, também teve reflexos na venda dos lançamentos do inverno 2020, em pronta-entrega, e está atrasando a chegada das roupas invernais nas lojas de todo o país.

Quanto às vendas nas prontas-entregas por atacado, que é o forte da moda feita em Minas, os problemas já haviam começado com o Carnaval , ocorrido no pior momento do calendário para quem vende moda no atacado. E quando a brisa suave de inverno começava a soprar, veio a onda do coronavírus. E congelou as esperanças.

Agora, as confecções estudam modos de minimizar o efeito na produção, incluindo reescalonamento dos empregados e, também, como amenizar os efeitos terríveis no baixo faturamento das empresas & marcas. Resta-nos torcer para que essa onda terrível passe logo.

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HOME OFFICE
Com a turma trabalhando mais em casa, no chamado ‘home office’, a moda que aparece acima da linha de mesa ganhou força. Como nas transmissões via internet só aparece metade do corpo, eles capricham na camisaria.

Neste aspecto, as fashionistas foram contempladas com a tendência dos ombros enormes voltando para a moda, como nos anos 1980, mostradas nas coleções invernais da Europa o mês passado. Só que maiores ainda.

SINDINOVA
A suspensão de eventos de moda em razão do coronavírus não ficou apenas com a Minas Trend e São Paulo Fashion Week. A feira de calçados de Nova Serrana, programada pelo Sindinova para a semana passada, foi adiada para o mês de agosto. Com vários estandes vendidos e compradores programados, indicava sucesso, como em outras já realizadas.

VAIVÉM
* A edição brasileira da revista Elle volta a circular, a partir de maio próximo. Mas retoma suas atividades de forma diferente: apenas quatro edições impressas por ano + informações atualizadas diariamente de forma virtual, com podcasts, vídeos etc. O contrato com o grupo francês Lagardère, dono do titulo, é de cinco anos. ***

* O sucesso da camisa tipo havaiana, isto é, com florais alegres e cores idem, vai continuar nas próximas estações. Isso é o que diz a plataforma Use Fashion em recente publicação, confirmando sua posição de melhor indicador brasileiro para o setor de moda. Eles informam, também, que a busca pelo tema no Google Trends cresceu 34%. Boa dica: vestir algo descontraído e colorido nos momentos de apreensão pode elevar o nosso astral. Experimente.

* As profundas repercussões do coronavírus na vida mundial ainda se refletirão durante algum tempo, mas talvez um pouco menos do que se alardeava. A boa nova vem da China, onde tudo começou, onde as atividades industriais já recomeçaram após dois meses do pico da crise. A gente torce para que, no segundo semestre, tudo volte ao habitual. Amém.

PONTO FINAL: Uma pesquisa feita pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT), na semana passada, indicou que cerca de 51% das empresas do segmentos têxtil & confecção já sentem os efeitos do coronavírus. Entre esses, 63% tiveram seus pedidos cancelados ou adiados e 56% contaram com alteração nos custos dos insumos.

A maior parte das empresas (93%) já tomou medidas de prevenção contra o coronavírus. Entre as principais ações estão a adoção de home office por parte da equipe, distribuição de álcool gel, luvas e máscaras, horário mais flexível, informativos e cancelamento de viagens ao exterior, entre outras.
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