18 de março, de 2020 | 12:09

Argentina adota medidas radicais para conter Coronavirus

Turistas são mantidos sob quarentena e só podem sair de hospedagens para irem direto para aeroportos com voos confirmados

Fotos: Alex Ferreira
Fila em um supermercado na cidade de El Calafate, Patagônia Argentina; só dez clientes por vez Fila em um supermercado na cidade de El Calafate, Patagônia Argentina; só dez clientes por vez

A Argentina está sob efeito de medidas duras para conter a propagação do Coronavirus.

O governo decretou a quarentena para todos os turistas que ingressaram no país austral há menos de 15 dias. Somente quem comprova que está há mais de 15 dias aqui consegue transitar pelas ruas e sair para, pelo menos, buscar solução nas companhias aéreas, por exemplo, uma vez que o atendimento telefônico entrou em colapso com o excesso de ligações.

O comércio fechou as portas na segunda-feira e só deverá reabrir semana que vem. Isso ainda depende de outras ações do governo.

Só puderam abrir nessa quarta-feira, os supermercados e padarias. Mesmo assim há restrições. Só podem entrar de duas até dez pessoas por vez nos supermercados. Quando uma sai, outra entra. Nas filas as pessoas precisam manter distância de dois metros umas das outras.

Na cidade de El Calafate, um dos polos turísticos mais importantes da província de Santa Cruz, a fila no principal supermercado dava volta em um quarteirão hoje cedo.

As medidas rigorosas geram apreensão porque a Argentina vive um momento delicado em sua economia e essa paralisação deverá impactar fortemente a indústria, comércio, construção e serviços.

As normas entraram em vigor no fim de semana. Ontem (17), depois que 14 novos casos de coronavírus no país foram confirmados e o número subiu para 79 infectados, o presidente Alberto Fernández anunciou que construirá oito hospitais modulares de emergência.
Padaria: se já tiver algum cliente lá dentro tem que esperar sair para depois entrarPadaria: se já tiver algum cliente lá dentro tem que esperar sair para depois entrar

Fronteiras fechadas

Estrangeiros que chegam à Argentina são colocados em observação por 15 dias. Se forem apanhados nas ruas podem ser presos ou expulsos imediatamente.

Ônibus não podem circular entre as cidades. Há bloqueios nas entradas das cidades pela polícia e guarda Nacional.

Turistas que estão em trânsito são escoltados por policiais em táxis e veículos de transfer até seus hotéis. O clima é de toque de recolher. As ruas estão desertas.

As medidas anunciadas pelo governo de Alberto Fernández geraram um caos nos aeroportos. Centenas de pessoas desembarcam, nem sequer conseguem passar pelo serviço de imigração e são colocados de volta nos aviões.

Com isso companhias aereas cancelaram voos de vinda de vários países da Europa, Ásia e até de países vizinhos, entre eles, o Brasil.

Muitos turistas que saíram de seus hotéis e tiveram voos cancelados passaram a viver o pânico, quando, ao retornar à hospedagem depararam com a ordem de governos das províncias e municípios, para fechar os estabelecimentos à recepção de novos hóspedes.

A saída para todos foi voltar para os táxis ou transfer e rodar à procura de quem os recebesse, operação que também teve acompanhamento da polícia, bombeiros e Guarda Nacional . (Repórter Alex Ferreira)

Agência de turismo: com excessão do setor varejista de alimentação, todo o comércio tem placas assim, na portaAgência de turismo: com excessão do setor varejista de alimentação, todo o comércio tem placas assim, na porta

Ruas de área comercial de El Calafate estão desertasRuas de área comercial de El Calafate estão desertas

Rede de hospedagem começa a fechar a novos hóspedes e clientes agora são turistas em quarentena e estrangeiros à espera de voos de regressoRede de hospedagem começa a fechar a novos hóspedes e clientes agora são turistas em quarentena e estrangeiros à espera de voos de regresso
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