16 de março, de 2020 | 10:17

NUDZ: o stoner rock provocador

Som denso e letras viscerais dão o tom da banda formada por quatro amigos de BH

Um controlador de voo, um luthier, um produtor audiovisual e um professor. Vidas diversas que convergem em encontro musical. Da sintonia entre esses amigos, diálogos musicais fruto de improvisos despretensiosos e ‘jam sessions’ naturais.

Um som feito de experiências, com liberdade de criação. Daí nasce a NUDZ, banda de stoner rock com elementos de new metal e influência de grunge, criada em 2017, em Belo Horizonte.

Donald Carlos/Divulgação
Diálogos musicais, fruto de improvisos despretensiosos, eis a NUDZDiálogos musicais, fruto de improvisos despretensiosos, eis a NUDZ
Formada por Filipe Dutra (vocal e guitarra), Fred Chamone (guitarra e back vocal), Felipe Valente (contrabaixo) e Gabriel Lisboa (bateria), músicos da cena autoral mineira, as letras da NUDZ documentam observações do cotidiano contemporâneo, sem amarras.

“Essa não é uma banda com um tema. Eu me sinto livre para sentir a melodia e crio em cima do que vivi. Por isso temos um repertório tão variado. Nosso primeiro álbum, The Watcher, por exemplo, é uma crítica à sociedade pautada no controle e na perda de privacidade.

Mas já abordamos vício, tabus da sexualidade, prazer sem culpa e os preços de nossas escolhas, entende? Desse turbilhão íntimo saem composições sobre sentimentos universais. E é preciso falar sobre isso” provoca Filipe Dutra, vocalista e compositor.

Para o guitarrista e produtor audiovisual Fred Chamone, é discussão por meio da arte: “A provocação começa no nome. NUDZ pode significar nudez ou fazer alusão ao termo ‘Nu metal’ que influencia nosso som. Mas o nu é também natural, como nossas reflexões e jeito de fazer música”.

Esse peculiar processo criativo incorpora a sensibilidade como linguagem e resulta um som explosivo. Para Felipe Valente, as músicas e os vídeos são feitos artesanalmente e sem compromisso com a grande indústria cultural: “A gente compõe, cria arranjos e pensa os vídeos da NUDZ do mesmo jeito que construo meus instrumentos”, diz o contrabaixista e luthier.

Assim, esse quarteto múltiplo transmuta histórias em música. “A tensão de controlar o tráfego aéreo me deixa com a responsabilidade latente de analisar e dizer o que penso sobre os riscos da vida. Por isso o nosso som é denso”, desabafa Dutra.

Chamone complementa que esse modo de produzir foi incorporado nos clipes: “Eu construo histórias com inspiração no cinema. Uso o que sei de audiovisual para potencializar a identidade do grupo também em vídeo. ‘Impactar faz pensar’ é o lema da NUDZ.

Um exemplo marcante desse processo autoral inovador e provocativo é “My Sexual Tool”. “O Fred sempre teve vontade de fazer um clipe chocante e condensou tabus de sexualidade, violência, universo LGBT, uso de armas e questões de gênero em uma produção ousada, impactante e metafórica”, avalia o professor e baterista Gabriel Lisboa.

O primeiro EP da NUDZ, The Watcher, ganhou o prêmio SUB Solo, Melhores do Ano, categoria Metal Alternativo. Os videoclipes Occasional Mistake, Time For Recreation e My sexual tool têm mais de 250 mil visualizações no Youtube. E o My Sexual Tool concorre ao Berlin Music Awards na categoria pequeno orçamento. O segundo EP NUDZ está em produção e deve ser lançado no ano que vem.
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