Expo Usipa 2024 02 - 728x90

09 de março, de 2020 | 16:30

Coronavírus: não há motivo para pânico

Paula Vilhena Carnevale Vianna *

No Brasil, a identificação e acompanhamento de casos suspeitos de coronavírus nCoV-2019 significa que o SUS (Sistema Único de Saúde) está realizando sua função de vigilância e controle sanitário. Poucos casos foram confirmados até o momento. As autoridades sanitárias, nos portos e aeroportos; os médicos e equipes de saúde, nos hospitais, unidades básicas de saúde, consultórios, clínicas e o serviço de vigilância epidemiológica estão atentos, informados e se comunicando para adotar os protocolos adequados de prevenção e cuidado. Uma combinação de três fatores - o fato de a China ser o país mais populoso do mundo, a mobilidade populacional característica do mundo globalizado e a alta infectividade - fazem o vírus circular pelo mundo muito rápido. Esses poucos casos identificados no país não são alarmantes. A maior parte das infecções deve ser branda. Nossa sugestão? Mantenha-se informado, consulte fontes seguras de informação, adote os cuidados básicos de higiene e prevenção e fique tranquilo. O alerta, até o momento, é para os serviços de saúde, monitoramento e vigilância, pois a melhor forma de conter uma epidemia é identificá-la logo no início.

Coronavírus é o nome de uma família de vírus identificada e conhecida desde a década de 1960. Diversos tipos de vírus ou cepas da família coronavírus são encontrados na natureza, em reservatórios vegetais ou animais, e algumas infectam seres humanos. A transmissão entre humanos se dá de pessoa para pessoa, durante o período sintomático. O quadro clínico mais comum provocado pelos coronavírus são infecções respiratórias, em geral leves e autolimitadas, ou seja, resolvem-se espontaneamente. Manifestam-se como um resfriado comum - a pessoa apresenta febre baixa e se queixa de coriza, mal-estar, dor de garganta e tosse. Muitos de nós já tivemos contato com vírus dessa família, sem qualquer repercussão mais grave. Os vírus, no entanto, podem sofrer mutações e provocar quadros de maior gravidade. Foi o que aconteceu em 2002, com a associação de uma nova cepa de coronavírus à Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS). Mais de oito mil pessoas foram identificadas nos cinco continentes do mundo (o que caracteriza uma pandemia) e cerca de 800 pessoas morreram. Em 2012, outro novo coronavírus foi isolado e associado a um surto de síndrome respiratória aguda na Arábia Saudita. A epidemia ficou limitada ao Oriente Médio e por essa razão ficou conhecida como MERS, sigla em inglês para Síndrome Respiratória do Oriente Médio. Em dezembro de 2019, uma nova cepa foi identificada em Wuhan, na China, e associada a quadros respiratórios de maior gravidade. As pessoas com maior risco para apresentarem a forma grave da doença são os homens com mais de 60 anos, tabagistas e que apresentem também outras patologias, como hipertensão e doenças respiratórias.

As pessoas que foram para um dos países com grande circulação do vírus, entre eles a China e a Itália, ou tiveram contato com pessoas com doença confirmada por coronavírus, devem ficar atentas para o aparecimento de sintomas - febre, coriza, dor de garganta, tosse, mal-estar. Se isso ocorrer devem procurar serviço médico e informar o histórico de viagem e contato. É importante atentar para o fato de que, além de não se alarmar, a população deve adotar as recomendações de prevenção para todas as infecções respiratórias virais:

• lavar sempre as mãos com água e sabão e evitar levar as mãos ao rosto e, principalmente, à boca;
• ter um frasco com álcool gel para garantir que as mãos sempre estejam esterilizadas;
• manter hábitos saudáveis, alimentar-se bem e beber bastante água;
• não compartilhar utensílios de uso pessoal, como toalhas, copos, talheres e travesseiros;
• evitar frequentar locais fechados ou com muitas pessoas.

* Mestre em Infectologia, doutora em Medicina Preventiva, coordena o curso de Medicina da Universidade Anhembi Morumbi em São José dos Campos (SP).
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]
MAK SOLUTIONS MAK 02 - 728-90

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Envie seu Comentário