09 de março, de 2020 | 16:00

Bom clássico

Fernando Rocha

Divulgação
Fernando RochaFernando Rocha
Como dizia o saudoso comentarista Osvaldo Faria, “clássico bom rende polêmica uma semana antes e uma semana depois”. Então, esse do último sábado (7), que terminou com a vitória do Galo por 2 x 1, pode perfeitamente entrar para esta galeria.

Teve antes a tentativa de se proibir a letra “B” nas manifestações legítimas dos torcedores atleticanos, sobrando agora os lances polêmicos e atuações dos jogadores.

Também não faltaram gols bonitos, a começar pelo primeiro do Galo, marcado com o calcanhar pelo zagueiro Igor Rabelo. O do empate celeste, feito pelo jovem Thiago, de 18 anos, numa cabeçada fulminante e contando com a lerdeza da zaga alvinegra, também foi muito bonito. Por último, a bomba certeira de Otero no último lance da partida, que acertou o ângulo direito de Fábio e decretou a vitória do Galo.

Enquanto os paulistas, cariocas e gaúchos estão de olho mesmo é nas disputas da Copa Libertadores, Sul-Americana e Copa do Brasil, aqui nos nossos grotões temos de nos contentar com esse estadual chinfrim. Mas se não tem tu, vai tu mesmo!

Sem ilusões
Ao Cruzeiro ainda se deve dar um desconto, devido ao momento financeiro caótico que atravessa e que o impede de investir numa equipe mais qualificada e competitiva.

Mas este não é o caso do Atlético, cujo novo técnico, Jorge Sampaoli, que assistiu o clássico no Mineirão, deve ter ficado impressionado com a fragilidade da zaga, sobretudo nas bolas altas, além da falta de criatividade do meio-campo e a inoperância dos seus atacantes.

Os jogadores e a torcida alvinegra deixaram o Mineirão em êxtase pela vitória sobre o maior rival, o que é até certo ponto compreensível, em razão dos últimos dois fracassos retumbantes contra adversários inexpressivos que resultaram em eliminações na Sul-Americana e Copa do Brasil.

Porém, há um consenso entre todos que o time atual vai precisar mudar e melhorar muito, para atingir o patamar almejado de brigar na ponta do Brasileiro e, antes disso, ganhar o Estadual.

FIM DE PAPO
• A torcida do Galo ocupou o Mineirão em quase sua totalidade e foi um show à parte, com muita criatividade nas gozações ao rival, por conta da queda à Série B. Genial foi a ideia de substituir o grito homofóbico de “bicha”, toda vez que o goleiro Fábio cobrava um tiro livre direto, pelo viralizado “Fala Zezé”. A Polícia Militar também foi perfeita quanto ao esquema de segurança montado, evitando maiores problemas.

• Me impressionou positivamente o trabalho eficiente dos funcionários do Mineirão, desde a entrada até os bares, todos tratando muito bem os torcedores, sempre solícitos e cordiais aos pedidos de informações. Os preços dos produtos vendidos aos torcedores é que continuam abusivos: uma lata de cerveja 350 ml a R$8 e o copinho de água mineral a R$5, são apenas dois exemplos de exagero nos preços.

• Aliás, não só a torcida do Galo, mas também os cerca de cinco mil cruzeirenses que foram ao Mineirão, também se tornaram uma grande atração do clássico, incentivando o jovem time celeste o tempo todo e zoando os rivais por causa do “Afogados”. Claro, seus gritos eram abafados pela maioria dos atleticanos, mas apesar da derrota, eles voltaram para casa mais confiantes na chamada “reconstrução” com essa garotada da base, que não decepcionou e teve até chances de ganhar a partida.

• É muito triste, esta situação envolvendo Ronaldinho Gaúcho e seu irmão Assis, ambos presos no Paraguai acusados de diversos crimes econômicos e de falsificação. O que R-10 teve de qualidade no futebol dentro de campo falta-lhe na gestão da vida pessoal pós-carreira brilhante. Estranho é o silêncio do governo federal em relação ao que está acontecendo com seu “Embaixador do Turismo”, se bem que, em outros casos bem mais graves, a mesma prática do silêncio já é rotina. E quem ousa fazer algum tipo de questionamento é logo taxado de “comunista”. (Fecha o pano!)
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