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07 de março, de 2020 | 16:00

Era Sampaoli

Fernando Rocha

Divulgação
Fernando RochaFernando Rocha
Sob o impacto do clássico disputado ontem no Mineirão, o técnico Jorge Sampaoli inicia esta semana uma nova era na Cidade do Galo, aguardada com grande expectativa pela torcida alvinegra, que não comemora um título desde 2017.

Sampaoli terá também outros cinco profissionais que o acompanharão e, todos juntos, vão custar cerca de R$ 1,2 milhão mensais ao Atlético, quebrando totalmente o discurso anterior de austeridade do presidente Sette Câmara.
O que se ouve nos bastidores, e também de alguns integrantes da chamada “imprensa alvinegra”, é que a maior parte do custo Sampaoli será pago com auxílio de parceiros do clube, como é o caso da MRV Engenharia e do Banco BMG, que ainda “ajudariam” na contratação de quatro a cinco reforços solicitados pelo treinador argentino.

Assustada pelo mau exemplo do rival Cruzeiro, a torcida tem se mostrado preocupada diante deste quadro, até porque, como diz um velho ditado aqui nos nossos grotões, “cachorro mordido de cobra tem medo até de linguiça”.

Multa milionária
Para se resguardar da máquina de moer técnicos do Atlético, que tritura em média três por ano, o experiente Jorge Sampaoli teria exigido uma multa milionária em contrato, algo em torno de cinco anos de salários, embora seu contrato tenha duração de duas temporadas.

Chateado com a demissão precoce, o venezuelano Dudamel continua dando dor de cabeça à diretoria alvinegra, ao não abrir mão de qualquer item da cláusula de rescisão do seu contrato com o clube, o que lhe renderá alguns milhões de reais.

Isso também deixa um rastro de prejuízo, coisa que poderia ter sido evitada caso houvesse maior critério não só no Atlético, mas em todos os clubes nacionais, na hora de escolher os treinadores.

Como a avaliação do trabalho é feita pelos resultados, se o tiro acerta o alvo, é festa. E se erra, dispensam o técnico e partem para uma nova aventura, pois não existe projeto, filosofia, uma linha a ser seguida, como acontece, por exemplo, nos principais clubes da Europa.

FIM DE PAPO
• Há uma conivência dos técnicos com esta situação, pois eles às vezes chegam a receber indenizações de até três clubes diferentes no mesmo ano. São demitidos em um dia e no outro já estão empregados, pois a “cultura” do futebol brasileiro se baseia na lei da tentativa e erro. A moda agora é contratar estrangeiros, mas até pouco tempo atrás o modismo teve foco numa turma mais jovem, desprezando os medalhões que exigiam salários muito altos.

• Hoje, o que mais se vê são técnicos jovens ou rodados pulando de galho em galho, sem conseguir afirmação na carreira, por conta dessa rotatividade do mercado. Da nova geração estão aí Valentim, Hellmann, Eduardo Baptista, Carille, Jair Ventura, Roger Machado, Ceni, Diniz, Larghi, Zé Ricardo, Barbieri, Argel, Rodrigo Santana e Lisca, cuja maioria ainda não vingou e corre sério risco de virar quebra-galho. Nenhum dos citados faz parte do seleto grupo da chamada prateleira de cima, que terão sempre mercado e salários generosos de primeiro nível. Até Tiago Nunes, que brilhou no Furacão, anda balançando no Corinthians.

• O ‘imblóglio’ em torno de uma dívida de aproximadamente R$ 40 milhões com o Mineirão vai levar o Cruzeiro a mandar jogos no Estádio Independência, ou até em cidades do interior que tenham estádios em boas condições, além de interesse em acolher o clube celeste. O jogo do próximo domingo, contra o Coimbra, pelo Campeonato Mineiro, já está confirmado para o estádio do Horto, na capital. No futebol, oportunidades acontecem assim meio do nada, e quem souber melhor aproveitá-las se dá bem. É como se diz por aqui: - “O cavalo passa arreado só uma vez”.

• O pedido de demissão do médico Felipe Kalil, filho do ex-presidente do Atlético e atual prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, escancara o racha na política interna do clube, que terá eleição de nova diretoria no fim deste ano. Kalil presidiu o Atlético por seis anos (2009-2014) e, sob seu comando, o clube conquistou os maiores títulos de sua história.

O atual presidente Sette Câmara, que não é mais seu aliado, já disse que não pretende concorrer à reeleição, mas pode mudar de ideia caso o time tenha bom desempenho a partir de agora com o técnico Sampaoli. Por trás de tudo estaria o dono do BMG e ex-presidente do clube, Ricardo Guimarães, hoje também um desafeto de Kalil. O que se espera de todos eles é responsabilidade ou que seus egos inflados não destruam tudo de positivo, que eles mesmos fizeram para levar o Atlético ao patamar onde se encontra atualmente. (Fecha o pano!)
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