29 de fevereiro, de 2020 | 16:00

Maratona celeste

Fernando Rocha

Divulgação
Fernando RochaFernando Rocha
Três jogos em seis dias: Uberlândia, hoje no Mineirão; quarta-feira, Boa Esporte, em Varginha, valendo a classificação na Copa do Brasil; sábado, o clássico contra o Atlético, no Mineirão, com a maioria absoluta da torcida a favor do maior rival, que será o mandante da partida.

Trata-se da primeira maratona de grande importância para o jovem time do Cruzeiro, que visa, sobretudo, a disputa da Série B, onde irá buscar o acesso à elite nacional e colocar fim ao sofrimento de sua torcida.

Mas bastou a primeira derrota na temporada, - 2 x 0 para o Tombense - para que as primeiras críticas mais ácidas fossem disparadas contra o time e alguns jogadores, o que demonstra a falta de paciência da torcida celeste.
Em qualquer circunstância, o Cruzeiro perder para o Tombense, ainda mais sem dar sequer um único chute de perigo a gol, dominado inteiramente pelo adversário, seria motivo de preocupação.

Porém, a meu juízo, ainda não é hora para desespero, não cabendo críticas muito ácidas, que acabam sendo destrutivas e totalmente prejudiciais no momento de reconstrução que o clube atravessa.

Vexame sem limites
Um show de erros absurdos, incompetência vinda de todos os lados, sobretudo da diretoria, principal responsável pela máquina de moer técnicos que há décadas funciona a todo vapor no Atlético.

Rafael Dudamel durou apenas dez jogos, mas o suficiente para comandar o time em dois dos maiores vexames da sua história centenária, ao ser eliminado na Copa Sul-Americana pelo modesto Unión de Santa Fé, da Argentina; e da Copa do Brasil pelo time semiamador do Afogados da Ingazeira, cidade do sertão pernambucano com pouco mais de 40 mil habitantes.

Além destes dois feitos ridículos, Dudamel ainda conseguiu um desempenho péssimo em campo no fraquíssimo Campeonato Mineiro, onde o Atlético ocupa apenas o quarto lugar com três vitórias, dois empates, uma derrota e desempenho de 61%.

A pergunta que não quer calar: Dudamel é o único culpado de tudo? A resposta é um sonoro NÃO, pois a quota de responsabilidade maior é da diretoria atual, que o contratou sem avaliar corretamente se ele tinha competência para comandar um dos gigantes do futebol brasileiro, em um ambiente com o qual não estava acostumado, sabendo-se que não tinha experiência para tal.

Nesse ponto, a demissão do diretor de futebol, Rui Costa, também foi correta, apesar de vir com bastante atraso, pois esta tarefa de avaliação caberia a ele, que foi incompetente para fazer isto e deu tudo no que deu.

FIM DE PAPO
• Além de não conseguir dar um padrão mínimo de jogo à equipe, Dudamel cometeu erros primários ao insistir em aproveitar vários jogadores de má qualidade técnica disponíveis no elenco, além de testar formações diferentes a cada partida. Foi prejudicado pela herança maldita que lhe foi deixada por esta diretoria, onde se vê jogadores como Di Santo, Patric, Zé Welison, Ricardo Oliveira, Hernandez e Martinez, entre outros, que já não deveriam fazer parte do elenco há algum tempo.

• A diretoria agora está no mercado atrás de substitutos, com maior ênfase para o treinador, quando deveria priorizar a busca por um diretor de futebol experiente e competente, capaz de montar e gerir elencos vencedores, além de criar mecanismos que o impeçam de cometer as mesmas bobagens e loucuras do antecessor na hora de contratar os chamados “reforços”. O clube precisa definir também qual é a filosofia de jogo para o Atlético, e então, a partir daí, contratar o técnico que irá comandá-los, bem como os jogadores do plantel a serem utilizados.

• Se quer um time reativo, que privilegia a defesa, que contrate um técnico do estilo Mano Menezes. Ou se deseja um time propositivo, tipo “Galo Doido”, que contrate um do estilo Cuca, mas dê à ele tempo para implantar essa filosofia, pois não se pode exigir dos jogadores um rendimento de alto nível quando se muda toda hora o comandante e o padrão de jogo, que fica à mercê dos caprichos de cada um que chega, em média, três vezes ao ano.

• Agora, alto lá! Esse negócio de mulher de jogador ir às redes sociais expor assuntos internos do clube, criticar o técnico etc, como foi o caso da mulher do atacante Jhonata Robert, ultrapassa todos os limites. Se fosse a mulher do Fábio, o maior ídolo da torcida e o que mais vezes vestiu a camisa celeste, ainda assim essa seria uma atitude condenável. Mas afinal, quem é Jhonata Robert? Jogou onde? Com quem? Ganhou o quê? O baixinho Romário, numa situação parecida, disse certa vez com sabedoria: “Chegou agora e já quer sentar na janela do ônibus”. (Fecha o pano!)
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