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27 de fevereiro, de 2020 | 21:00

Dólar aproxima-se de R$ 4,48, e bolsa cai 2,56%

A justificativa agora é que o receio de impacto da doença sobre economia abalou mercados; economistas apontam também desconfiança no governo

Em mais um dia de tensão por causa do impacto do novo coronavírus sobre a economia, o mercado financeiro voltou a registrar turbulências. Em alta pela sétima sessão seguida, o dólar voltou a fechar no maior valor nominal desde a criação do real.

Há duas explicações: o movimento negativo mundial com os temores dos impactos econômicos da pandemia de coronavírus e preocupações dos analistas do mercado com a instabilidade no governo essa semana. O presidente Bolsonaro está em pé de guerra com o Congresso por causa de emendas ao orçamento da união.

"Há uma crise institucional inegável e, diante do menor risco os investidores retraem. Ninguém quer correr risco além da cota", escreveu um dos analistas do mercado.

Diante desse cenário, na quinta-feira (27), o dólar comercial encerrou a sessão vendido a R$ 4,475, com alta de R$ 0,031 (+0,7%). Depois de registrar a maior queda diária em quase três anos, a bolsa voltou a cair.

O dólar operou em alta durante toda a sessão. Na máxima do dia, por volta das 11h40, a cotação chegou a R$ 4,50. A divisa desacelerou no início da tarde e chegou a R$ 4,45 por volta das 15h30, mas operou ao redor de R$ 4,47 nas horas finais de negociação.

Desde o começo do ano, o dólar acumula valorização de 11,52%. O euro comercial fechou o dia vendido a R$ 4,924, com alta de 1,63% nesta quinta-feira.

O Banco Central (BC) vendeu, nos primeiros minutos de negociação, US$ 500 milhões em contratos de swap cambial – que equivalem à venda de dólares no mercado futuro – e anunciou um leilão de US$ 1 bilhão. Mesmo assim, os anúncios foram insuficientes para segurar a alta do dólar. Por causa da Quarta-feira de Cinzas, o mercado só operou à tarde hoje.

No mercado de ações, a bolsa voltou a enfrentar mais um dia de queda. O índice Ibovespa, da B3 (antiga Bolsa de Valores de São Paulo), encerrou esta quinta-feira aos 102.983 pontos, com recuo de 2,59%. Ontem, o indicador caiu 7% e teve o maior recuo para um dia desde 17 de maio de 2017, quando havia caído 8,8% após a divulgação de conversas do então presidente Michel Temer.

Nas últimas semanas, o mercado financeiro em todo o mundo tem atravessado turbulências em meio ao receio do impacto do coronavírus sobre a economia global. Além da interrupção da produção em diversas indústrias da China, a disseminação da doença na Europa e a confirmação do primeiro caso no Brasil indicam que outras economias podem reduzir a atividade por causa do vírus.

Com as principais cadeias internacionais de produção afetadas, indústrias de diversos países, inclusive do Brasil, sofrem com a falta de matéria-prima para fabricarem e montarem produtos. A desaceleração da China também pode fazer o país asiático consumir menos insumos, minérios e produtos agropecuários brasileiros. Uma eventual redução das exportações para o principal parceiro comercial do Brasil reduz a entrada de dólares, pressionando a cotação.

Entre os fatores domésticos que têm provocado a valorização do dólar, está a decisão recente do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de reduzir a taxa Selic – juros básicos – para 4,25% ao ano, o menor nível da história. Juros mais baixos desestimulam a entrada de capitais estrangeiros no Brasil, também puxando a cotação para cima.
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