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16 de fevereiro, de 2020 | 09:30

Jornalistas foram detidos por investigar morte de Adriano da Nóbrega

Ação foi motivo de repúdio da imprensa, políticos e da OAB

Reprodução
Adriano é um dos suspeitos de envolvimento com o assassinato da vereadora Marielle FrancoAdriano é um dos suspeitos de envolvimento com o assassinato da vereadora Marielle Franco

Jornalistas da revista Veja que estavam no interior da Bahia foram detidos na sexta-feira (14). A equipe tentava localizar uma testemunha-chave para esclarecer a morte do miliciano Adriano da Nóbrega, um dos suspeitos pelo assassinato da vereadora Marielle Franco.

A revista publicou na quinta-feira uma matéria com as fotos da perícia do corpo de Adriano. As imagens, segundo dois médicos legistas ouvidos pela Veja, deixam em dúvida a versão da polícia de que teria havido troca de tiros.

Conforme a reportagem, o repórter Hugo Marques e o repórter fotográfico Cristiano Mariz estavam tentando localizar o fazendeiro Leandro Abreu Guimarães, que é quem abrigou Adriano e foi uma das últimas pessoas a vê-lo com vida.

Enquanto procuravam a testemunha, duas viaturas da Polícia Militar da Bahia cercaram o veículo em que estavam e, com armas em punho, os policiais deram ordem para que eles descessem do carro.

Mesmo após se identificarem e exibirem os crachás de imprensa, os jornalistas foram obrigados a saírem do carro e foram revistados. Um dos policiais perguntou diversas vezes aos jornalistas como eles tinham descoberto o endereço da testemunha. Os policiais apreenderam o gravador que continha áudios de diversas entrevistas sobre a operação que matou Adriano.

Após isso, eles foram detidos e levados até a delegacia. Chegando lá, os repórteres voltaram a ser questionados sobre o motivo de estarem na cidade.

O gravador foi devolvido e os jornalistas foram obrigados a ficarem mais 20 minutos dentro da delegacia, até que foram liberados. Ainda segundo a matéria da revista Veja, a polícia argumentou que os jornalistas foram levados até a delegacia por estarem “parados em frente à residência de uma testemunha desse caso aí”.

Inadmissível
O presidente da OAB, Felipe Santa Cruz disse que a ação da polícia “deve receber repúdio de todos que defendem a liberdade de imprensa e de expressão”.

O PSOL publicou um post, questionando os motivos que levaram à detenção: “É preciso respostas urgentes: o que levou a Polícia da Bahia a deter dois jornalistas da VEJA que investigavam as circunstâncias do assassinato do miliciano Adriano da Nóbrega? O livre exercício do jornalismo é um dos pilares da democracia. A quem interessa esconder os fatos?”

Em resposta, a revista Veja publicou que “A direção da revista lamenta a postura autoritária da Polícia Militar da Bahia [...]. A direção da Editora Abril estuda as medidas cabíveis contra essa atitude de tentar constranger e limitar o trabalho da livre imprensa. A direção da redação de VEJA, por sua vez, como sempre fez ao longo de seus mais de cinquenta anos de história, não vai se intimidar com ameaças e medidas arbitrárias – e seguirá firme no seu compromisso de busca da verdade, doa a quem doer”.

Fonte: Pragmatismo Político


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Comentários

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Sombra

18 de fevereiro, 2020 | 08:41

“OAB, PSOL, PT, uma mistura nada boa!”

Leoncio Simoes

16 de fevereiro, 2020 | 11:22

“We psol nao sabe a policia da Bahia e comandada por Sri governor petista.
Vamos investigar dia a quem doer”

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