13 de fevereiro, de 2020 | 15:02

Educação inclusiva: um descaso à parte

Wanderson R. Monteiro *


A educação sempre aparece entre os primeiros lugares entre as preocupações de todos os governos e da maioria da população. Todos sabem a importância que a educação tem, e como ela é negligenciada. Se, no contexto geral, pode-se notar tal negligência, imaginem então o tamanho do descaso para com a Educação Especial e a Educação Inclusiva.
O último Censo Demográfico feito pelo IBGE, em 2010, mostra que 45,6 milhões de pessoas declararam ter pelo menos um tipo de deficiência, seja visual, auditiva, motora ou mental/intelectual. Apesar de representarem 23,9% da população brasileira em 2010, estas pessoas não vivem em uma sociedade adaptada, o que, consequentemente, se reflete na educação.

A proposta da educação inclusiva propõe a integração das pessoas com necessidades educacionais especiais (NEE) na rede regular de ensino. A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 208, estabelece a integração escolar enquanto preceito constitucional, preconizando o atendimento aos indivíduos que apresentam deficiência.

Em dezembro de 1996 foi publicada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394/96, trazendo pontos importantes, como a ideia de melhoria da qualidade dos serviços educacionais para os alunos, e a necessidade de o professor estar preparado e com recursos adequados de forma a compreender e atender diversidade dos alunos. O capítulo V dessa lei, no artigo 58, diz que, quando necessário, deve haver serviços de apoio especializado.

É importante distinguir Educação Inclusiva e Educação Integrada, pois muitos confundem as duas. A educação integrada aceita os alunos com deficiência, faz algumas alterações na arquitetura escolar, e na atenção a esses alunos, mas não modificam seus métodos de ensino, fazendo com que seja necessário que os alunos com NEE se adaptem às formas de ensino propostas. Já, a educação inclusiva, se propõe novas modalidades de ensino, com o desenvolvimento de currículos diferenciados e avaliações distintas, tornando a escola mais apta a atender todos os alunos. Muitos agentes educacionais, por não conhecerem a proposta de educação inclusiva, ou por comodismo e ainda negligência, acabam impedindo uma educação inclusiva eficaz, negando ao aluno o acesso à educação que lhe é garantido por lei.

Mas o que nós - como sociedade, como cidadãos, como pais, como agentes educacionais, etc.-, que sempre reclamamos da educação, temos feito em relação à educação inclusiva? Será necessário muito interesse, empenho e conhecimento para podermos romper com a barreira da negligência, do descaso, do preconceito, e da exclusão.

* Bacharel em Teologia pelo Instituto Cristão de Pesquisas (ICP ) ; Vencedor do Prêmio Marilene Godinho de Literatura, em 2016, na categoria Contos; e em 2017, na categoria Crônicas; e segundo lugar em 2018, também na categoria Crônicas; Coautor dos livros "Além da Palavra", (Volumes II, e III), "Caratinga 170 Anos: Múltiplos Olhares", e da revista "Prosa e Verso" - Volume I -) (São Sebastião do Anta/MG). [email protected]
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