08 de fevereiro, de 2020 | 00:01

Bom clássico

Fernando Rocha

Divulgação
Fernando RochaFernando Rocha
O técnico Adilson Batista fechou todos os treinos do Cruzeiro durante a semana passada, por isso ninguém sabe ao certo qual será a “invenção” da vez na montagem do time para o clássico contra o América. O jogo promete muito e será o primeiro bom teste para a jovem equipe celeste, reforçada por alguns medalhões como o goleiro e ídolo Fábio, o zagueiro Léo e o lateral Edilson.

Mesmo que até aqui venha fazendo uma boa campanha no estadual, onde lidera mesmo com um jogo a menos, se eu tivesse que indicar um favorito para vencer este clássico seria o América, algo que não acontece há 18 anos, em se tratando de jogos realizados no Mineirão.

O Coelho manteve a base do ano passado, onde quase conseguiu o acesso à elite nacional, mas o fato de ter perdido o treinador recentemente, além da tradicional rivalidade existente entre os velhos rivais, acabou equilibrando as coisas e gerando a expectativa de um bom clássico.

Vexame do Galo
Talvez o futebol não fosse o esporte mais popular do planeta se o bom senso, a lógica e a razão prevalecessem sobre a paixão. Nelson Rodrigues já dizia, na década de 1960, que “a bola é um reles, um ínfimo, um ridículo detalhe”, ou ainda: “O que procuramos no futebol é o drama, a tragédia, o horror e a compaixão, a mais sórdida pelada é de uma complexidade shakespeariana”.

Por isso não seria nenhum exagero afirmar que o técnico venezuelano Rafael Dudamel já sente a pressão do cargo, após o vexame da goleada sofrida na última quinta-feira, na Argentina, para o modesto time do Unión de Santa Fé, que em 106 anos de história só ganhou um título em seu país, o de campeão da segunda divisão.

Dudamel até mesmo ganhou recepção ‘vip’ da torcida na sua chegada a Belo Horizonte. Mas após um mês de trabalho, quatro jogos, duas vitórias e dois empates no fraquíssimo Campeonato Mineiro, mais esta derrota acachapante que praticamente elimina o time da Copa Sul-Americana, já não conta mais com a mesma simpatia da massa alvinegra.

Calma, minha gente, pois não tenho a pretensão de dizer que uma derrota ou empate hoje, em Patos de Minas, com a URT, poderá significar a demissão do técnico Dudamel, mas ele que trate logo de dar os seus pulos e faça alguma coisa para que o time jogue bem e vença os jogos, ou, caso contrário, seu gato irá literalmente subir no telhado.

FIM DE PAPO
• Treinadores de clubes grandes, como é o caso do Atlético, sabem muito bem como as coisas funcionam. Por conta disso, todos eles ganham salários milionários, pois se leva em conta também o desgaste e as cobranças. Um dos maiores complicadores para o sucesso do trabalho destes treinadores é o calendário apertado do futebol nacional, que se confunde com o das competições continentais.

• Este drama está sendo enfrentado por Dudamel, que, sem experiência no comando de times, sobretudo das peculiaridades do futebol brasileiro, e sem conhecer direito a maioria dos jogadores deste elenco do Atlético, teve de encarar logo uma decisão de mata-mata pela Sul-Americana, uma competição hoje importante para o Atlético.

• Havia uma expectativa otimista, em relação à estreia ontem do Ipatinga no Campeonato Mineiro do Módulo II, ou 2ª Divisão estadual. O time comandado por Gerson Evaristo tem como principal atração o meia Tchô, revelado pelo Atlético, hoje com 32 anos. Pela força da sua camisa, aliado à boa estrutura física, onde se destaca o centro para treinamentos, além de receber uma boa ajuda de empresas locais, o Tigre tem este ano boas chances de voltar à elite do futebol estadual, que é o seu lugar.

• A seleção da CBF que disputa o pré-olímpico teve mais uma atuação abaixo da crítica e só empatou em outro 1 a 1 com o Uruguai, e por isso vai precisar hoje vencer de qualquer maneira os argentinos, já classificados para as Olimpíadas de Tóquio. Como não quer ajudar em nada a disputa do futebol nas Olimpíadas, para não concorrer com a Copa do Mundo, a sua galinha dos ovos de ouro, a FIFA não incluiu este pré-olímpico no seu calendário.

E por isso, Vinicius Júnior, Rodrygo, Richarlison e Renan Lodi, entre outros, não foram cedidos por clubes espanhóis e ingleses para a disputa deste torneio. Ou seja, o que temos, na verdade, é uma “seleçãozinha” sem o que há de melhor do nosso atual Sub-23. (Fecha o pano!)
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