10 de janeiro, de 2020 | 16:16

Você sabe a diferença entre ser de direita ou esquerda para se definir politicamente?

Rodrigo Lico *

“Está nociva a discussão política, podendo se comparar a uma partida de futebol”

Se buscarmos o conceito do surgimento epidemiológicos dessas vertentes, sabemos que estes termos advêm da Revolução Francesa (1789-1815), oriundos da Idade Contemporânea, onde se iniciam os debates de temas como política e ideologia e sua influência no mundo ocidental a partir do posicionamento conservador, liberal, progressista ou revolucionário, que os membros adotavam no período.

A polarização já era notória, existiam duas vertentes os girondinos, considerados mais moderados e conciliadores, que ocupavam o lado direito da Assembleia Nacional Constituinte, enquanto os jacobinos mais radicais e exaltados ocupavam o lado esquerdo, eis que se institui popularmente os termos DIREITA/ESQUERDA.

A partir daí a comunidade científica, acadêmica, filosófica e intelectual começa a se declarar politicamente, entre os nomes mais notórios da direita estão Donoso Cortés e Charles Maurras e na esquerda Karl Marx e Mikhail Bakunin. Em síntese ambas as vertentes buscavam transformar o mundo, de acordo com suas convicções. A esquerda buscava implementar e instaurar a “justiça social”, e que o Estado deveria administrar os meios de produção e a geração de riquezas (o capital) e distribuir isso de maneira igualitária.

Já a direita adotava uma postura mais conservadora, de liberalismo econômico, onde a meritocracia dava o norte e aqueles que obtivessem mais destaque se sobressaiam perante os demais, ocupando posições hierarquia mais privilegiadas, retendo o controle dos meios de produção.

No Brasil na última década com a expansão tecnológica, essas definições são utilizadas com frequência, e propagadas nas mídias sociais e nos meios de comunicação, nos debates das casas legislativas como conceito de “eu estou certo e você errado”.

Ou seja, está nociva a discussão política, podendo se comparar a uma partida de futebol, uma final clássica do Palmeiras contra o Corinthians disputando o título do “Brasileirão”, onde as duas torcidas não podem ocupar o mesmo estádio.

Diálogo e respeito nesse campo não existem, o que inviabiliza o processo democrático pluralista e impõe à premissa opressora da disseminação do ódio, onde quem pensa diferente de você nesse campo se torna inimigo mortal. Um bom termômetro são as mídias sociais, quantas amizades foram desfeitas, até mesmo na própria família? Quantos processos jurídicos tiveram início a partir das agressões nos grupos e páginas, quando se debate política?

Muitos brasileiros se esquecem que, dos mais de 30 partidos políticos existentes, e outras dezenas em processo de criação, a minoria se classifica como de extrema direita ou extrema esquerda. Esse é o caminho a meu ver, o diálogo, pois a maioria dos partidos é de centro, centro-esquerda, ou centro-direita. Embora não exista uma pesquisa que identifique o eleitorado brasileiro a esse respeito, justamente por entender que muitos não conseguem distinguir adequadamente os termos esquerda e direita.

O Brasil possui cerca de 210 milhões de habitantes, desses, cerca 150 milhões são eleitores aptos a votarem, mas quantos se consideram de direita ou esquerda sem saber o real significado? Na última eleição para presidente da república, o Partido Social Liberal (PSL) antes conhecido como “nanico”, por não ter representatividade expressiva e classificado como direita conservadora, conseguiu eleger a segunda maior bancada no Congresso Nacional.

Daí destaco algumas perguntas, sem resposta, onde a análise é individual. O eleitor vota no partido ou no candidato?

O eleitor vota no que ele entende como sendo de direita ou esquerda, ou busca um conhecimento mais amplo a respeito sobre os termos?

Nenhum desses fatores influencia a decisão e o eleitor vota por “osmose”, o “tanto faz” e só comparece no colégio eleitoral por que é obrigatório o voto, e dos que ali estão 1 a cada 3 eleitores (1/3) votam branco ou nulo?

* Graduado em Publicidade e Propaganda; graduado em Jornalismo; pós-graduado em Comunicação Organizacional; colunista editorial; comentarista e analista político e econômico. Instagram: @rodrigolico
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Comentários

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Celio Cunha

11 de janeiro, 2020 | 09:25

“respondendo as indagações (inquietudes) do colunista, o eleitor brasileiro vota no partido e comumente no que ele "entende por direita /esquerda". Senão vejamos: todo enredo montado para o palco das eleições de 2018, tinha como indução obvia refutar definitivamente qualquer possibilidade de um partido de esquerda retornar ao poder leia-se (PT), resultando nas cenas finais, a velha e malfada ideia de um salvador da pátria que viria subir ao poder central. logo o povo induzido, votou no partido de oposição aquele. Por outro lado, temos que admitir que a grande maioria da população e boa parte dos ''políticos" se quer saberia diferenciar o que venha ser esquerda/direita. Todavia por ouvir dizer que esse ou aquele seja de direita/esquerda votam por se identificar com a politica do momento.”

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