06 de janeiro, de 2020 | 13:29

Coluna de Moda

Wagner Penna e as novidade do ano novo no mundo fashion

O DESCANSO DO KAISER
O ano de 2019 terminou e é inevitável buscar o balanço do que foi feito no período. No circuito da moda, o fato mais destacado foi o desaparecimento do estilista Karl Lagerfeld, um dos últimos a marcar a moda mundial através de um estilo pessoal.

No caso de Lagerfeld, com a particularidade disto ocorrer através de uma marca que não era a sua, mas a poderosíssima Chanel. Considerada o marca mais valiosa da moda mundial, isoladamente, ele a comandou, renovou e lucrou. Muitos bilhões de dólares.

Tudo isso, sem deixar o trabalho na italiana Fendi, onde atuou durante 50 anos, e sua própria marca, a KL, e centenas de outras ações paralelas como fotógrafo, escritor, cineasta etc.

Por isso mesmo, era considerado o kaiser (imperador) da moda. Sem papas na língua, ele criticou, com acidez e mordacidade cortante, os tempos de hipocrisia moralista, pois via o mundo como ele realmente é.

Com a mesma elegância com a qual viveu sua vida, Lagerfeld também morreu. Discretamente, sem lamentos e deixando uma herança fashion única. Daí, a homenagem especial da coluna a ele, abrindo um 2020 que se anuncia um pouco melhor para quem vive da moda.

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MODA GLOBAL, INSPIRAÇÃO LOCAL
Uma das tendências da moda para 2020 é valorizar a moda com inspiração local. Traduzindo: quer dizer que as influências da moda internacional estão diminuindo. E assim, ganha um maior valor agregado o que é criado e realizado com base nas tradições regionais.

Em um país continental como o Brasil, isto quer dizer, também, que as marcas de cada região terão que se adaptar àquilo que está por perto, transformar sob o ponto de vista fashion e entregar o produto a uma consumidora cada vez mais globalizada.

Como conciliar isso? Os exemplos vindos de outros locais, como a África, apontam boas saídas. Naquele continente, a inspiração étnica e colorida ganhou traduções globalizadas com acabamentos incríveis, viabilidade econômica e destaque único até no cenário internacional. Deu certo.

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VAIVÉM
* O mês de janeiro começa com intensa movimentação fashion. A partir do dia 12 até o dia 15 será realizada no Hotel Pestana, em São Paulo, a feira TM. No mesmo período, acontece na cidade a Couromoda, tradicional salão de negócios ligado ao setor de sapatos & bolsas. ***

* Na cena fashion mundial, o mês de janeiro começa com os desfiles do chamado Circulo de Ouro. O auge será a fashion week de Paris. Na cosmopolitana Nova York, o circo, digo, as passarelas, também já estão armadas. Vamos aguardar. ***

* A reviravolta que o apelo sustentável está causando na moda mundial acabou valorizando a outra ponta do assunto, a chamada moda-festa. Com a redução de ofertas na moda mais elaborada, o valor unitário das peças do segmento subiu e, por óbvio, o investimento no assunto também. Na encruzilhada fashion em que Minas Gerais se encontra, essa pode ser uma ótima noticia para 2020.

* Outra referência fashion da temporada internacional são as entregas dos prêmios de cinema. O Globo de Ouro começa a festa, com seu tapete vermelho recheado de celebridades, quase sempre com roupas duvidosas. Em fevereiro, a cena vai se repetir no Oscar, com o quem-é-quem da moda-mundo enviando vestidos para as celebridades carregarem no tapete vermelho líder em audiência na tevê e mídias sociais.

* Novidade 2020 na moda mineira: a maioria das grifes de pronta-entrega no atacado, no polo de Beagá, vai lançar sua moda invernal já em janeiro. Dois motivos para o adiantamento: os lojistas venderam bem no Natal e o Carnaval está muito longe. É a chamada ‘data sanduiche’, com muito molho de cifrões, espera-se. ***

PONTO FINAL - E por falar de Carnaval, em março, o ‘atraso’ da folia de Momo mexe mesmo com a moda. A saber: o mês de abril será intenso em eventos, da Minas Trend à São Paulo Fashion Week. Até o Rio de Janeiro, que anda meio fora do circuito, remarcou seu Veste Rio para a primeira quinzena de abril. Todos os eventos com feira de pedidos para o verão 2021. Haja fôlego!