30 de dezembro, de 2019 | 16:00

Mais um ano

Fernando Rocha

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Fernando RochaFernando Rocha
Esta é a última coluna do ano mais uma vez difícil, bastante complicado para os brasileiros, divididos entre duas correntes políticas de esquerda e direita, ambas sem saber ao certo o que querem de fato, ou o que é melhor para o nosso país.

Tenho fé e esperança de que a nossa democracia e o respeito à Constituição vá prevalecer. (“...ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal / Ainda vai tornar-se um imenso Portugal!”). Chico Buarque, em “Fado Tropical”.
No futebol, nada mudou na CBF, entidade que detém o monopólio da administração de todas as principais competições nacionais.

Aliás, mudou sim. A CBF ficou mais rica, mas ainda continua sendo a mesma instituição desmoralizada, sem representatividade internacional. E o mesmo se pode dizer de sua parceira no continente, a Conmebol, que continua useira e vezeira em prejudicar os representantes do Brasil nas competições que organiza.

A Seleção Brasileira fez amistosos chinfrins, sem obter grandes êxitos nos resultados, com o claro objetivo de encher os cofres da CBF, cada vez mais endinheirados. E embora tenha conquistado a Copa América na nossa casa, o técnico Tite deixou de ser unanimidade e agora tem o seu trabalho duramente questionado.

Aqui nos nossos grotões mineiros, os dois considerados ‘grandes’, por conta de erros grosseiros e toscos de planejamento de suas diretorias, foram um fiasco completo. O Atlético só não foi rebaixado à Série B nacional porque, entre os piores times, havia outros ainda bem piores do que ele.

Mas o Cruzeiro não escapou da degola, e pela primeira vez em sua quase centenária história amargou o rebaixamento à Série B, envolto numa crise financeira e política que põe em risco até a sua sobrevivência futura. Uma vergonha!

Salve Jesus!
Sem dúvida, o grande fato a se destacar no ano e na temporada do futebol 2019, que hoje chegam ao fim, foi mesmo a contratação do técnico português Jorge Jesus pelo Flamengo, que resultou, além da conquista do Brasileirão, na volta ao topo no continente levantando a Taça Libertadores após 38 anos, e que, mesmo sem alcançar o título do Mundial de Clubes, perdendo a final para o Liverpool, trouxe para o futebol nacional um novo conceito de trabalho, a ser seguido pelos demais clubes.

Eu poderia ressaltar aqui diversos feitos do Flamengo sob o comando do ‘Mister’ português, como, por exemplo, o recorde histórico de pontos ganhos no Campeonato Brasileiro desde 2003, quando começou a era dos pontos corridos, faltando seis rodadas para o final. Mas isso seria redundante, pois já ficou até cansativo exibir estatísticas que mostram que não há paralelo para o time dirigido por Jorge Jesus no Brasil, não neste século.

Ainda sobre o Mengão de Gabriel Barbosa, o Gabigol, não há como deixar de exaltar os números do jogador na temporada, ao igualar a marca de Zico, o maior artilheiro do time rubro-negro no Brasileiro. Gabigol até superou Hernane e se transformou no autor da maior quantidade de gols em uma temporada pelo clube no século, justificando a euforia dos torcedores, que levaram cartazes para os estádios a cada jogo com a frase que virou mantra: "Hoje tem gol do Gabigol..."

Jorge Jesus, o ‘mister’ para a maior torcida do país, teve o seu nome gritado em altos brados no Maracanã, enquanto treinadores pelos quatro cantos trincavam os dentes ao falar dele.
O que mais eu não poderia deixar de dizer, até porque ratifica tudo de bom que o clube fez na temporada, foi o fato de o Flamengo ter levado mais de 50 mil torcedores em todos os jogos do Maracanã, algo especial e notável para a realidade atual do futebol brasileiro. De fato, o que houve de especial, de bom, neste ano que termina no futebol brasileiro, foi o Flamengo de Jesus.

FIM DE PAPO
• “Clube irritante o Flamengo: de vez em quando há quem cochiche pelas esquinas: “O Flamengo deve”. Eu ouço e calo. Entre parênteses, sou admirador enternecido de todos os que devem, seja gente, seja clube. De resto, olhemos o território nacional, em toda a sua extensão. É difícil encontrar um brasileiro sem dívidas. Insisto: um brasileiro sem dívidas é o que há de mais utópico, inexequível e até mesmo indesejável. Que clube ou pessoa poderia atirar no Flamengo a primeira pedra?” Nelson Rodrigues, crônica publicada em 19/1/1057 na extinta “Manchete Esportiva”, pinçada do livro “O Berro Impresso das Manchetes” (Agir Editora), de autoria do jornalista Rui Costa, mineiro de Caratinga.

• Meus agradecimentos a Deus por nos dar mais um ano com vida e saúde; aos nossos familiares, aos amigos, diretores do “Diário do Aço”, Valtinho Oliveira e Waldecy Castro, pela confiança no trabalho, além do pessoal da redação, representados pelo jornalista e amigo Nivaldo Resende, além das empresas que depositaram a confiança de estampar a sua marca neste espaço por mais um ano: Refrigeração Alaska, Laboratório Acil, Escola Mayrink, Roberto Escapamentos e Mecânica, Saritur Transportes, Lano Bike e Casa do Ruralista. Que venha 2020! Muita luz, saúde e paz para todos nós. (Fecha o pano!)
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