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27 de dezembro, de 2019 | 16:00

Cruzeiro pode ser transformado em clube-empresa

Além de poder obter novas formas de arrecadação, o modelo clube-empresa pode ajudar no escalonamento das dívida

André Araújo
Além de poder obter novas formas de arrecadação, o modelo clube-empresa pode ajudar no escalonamento das dívidasAlém de poder obter novas formas de arrecadação, o modelo clube-empresa pode ajudar no escalonamento das dívidas

O novo conselho gestor do Cruzeiro, que tomou posse na segunda-feira (23), busca formas de tirar o clube da maior crise de sua história. Com uma dívida de mais de R$ 700 milhões, rebaixado à Série B do Campeonato Brasileiro e sem dinheiro em caixa, o conselho pensa em transformar o Cruzeiro num clube-empresa.

Formado por Saulo Fróes, Vittorio Medioli, Pedro Lourenço, Emílio Brandi, entre outros empresários mineiros, o conselho gestor trabalha para abrir a “caixa-preta” financeira do clube e achar soluções de curto, médio e longo prazo. E, fazer da Raposa uma Sociedade Anônima como clube-empresa é uma ideia que ganha força. “Acredito que, em um prazo relativamente curto, em três anos, voltaremos a ter um clube competitivo, uma situação saneada. Mas não escapa de transformar o Cruzeiro em uma S/A, uma empresa. Aí passa a ter uma responsabilidade diferente”, disse Vittorio Medioli, vice-presidente do conselho gestor.

Medioli usou como base para a ideia e fazer da Raposa uma S/A o projeto de lei que tramita no Congresso, incentivando os clubes a deixarem de ser recreativos para se tornaram entidades empresariais. “Dentro de uma S/A, poderemos lançar um projeto de uma empresa que vai ser cotada na Bolsa. Não no primeiro ano. Primeiro, fazer com capital fechado. Depois, passar para capital aberto. Inclusive uma parte da dívida pode ser paga ou negociada em cima de participação acionária do novo Cruzeiro. Poderá manter a marca, o acervo histórico do Cruzeiro”.

Além de poder obter novas formas de arrecadação, o modelo clube-empresa pode ajudar no escalonamento das dívidas, ou seja: elas podem ser “congeladas”, ganhar mais prazo para pagamento, dando fôlego financeiro para o clube. De acordo com Vittorio Medioli, um Cruzeiro S/A poderá criar um novo programa de sócio-torcedor e planejar a estrutura patrimonial do clube.

“Vamos capitalizar uma nova empresa. Que irá se chamar, me parece que poderá se chamar "Cruzeiro" ou "Novo Cruzeiro". Vamos manter a alma do antigo Palestra Itália e começar mais 100 anos de luta. É refundação, não há outra maneira. São pilhas de coisas que foram mal feitas. Nossa ideia é fazer uma S/A. Já se dispor a comprar ações no capital fechado. Depois abrir o capital na Bolsa e acredito que é um lançamento para captar R$ 300 milhões, R$ 400 milhões. Mas não serão para pagar dívida, é para projeto longo”, explicou Medioli.

Caso o plano de Sociedade Anônima prossiga com o conselho gestor, ele terá de ser aprovado no Conselho Deliberativo do Cruzeiro, com aprovação da maioria dos conselheiros.

R$ 150 mil de teto salarial

O vice-presidente do conselho gestor do Cruzeiro, Vittorio Medioli, informou que o teto salarial para 2020 será de R$ 150 mil. “O clube vai ter, no próximo ano, uma disponibilidade de pagamento de salário que é muito, mas muito mais baixa que a atual. Temos que colocar um limite de salário que caiba no orçamento. Um orçamento de R$ 380 milhões cai para R$ 80 milhões. Imagina o corte. Poderemos manter alguns atletas, mas com um nível salarial que não ultrapasse R$ 150 mil. Quem quiser ficar, que fique”, disse em entrevista ao GloboEsporte.com.

Conforme Medioli, do total da dívida de R$ 700 milhões do Cruzeiro, R$ 95 milhões são apenas de salários de atletas do time principal.

Apesar dos R$ 150 mil traçados por Medioli, o gestor de futebol, Pedro Lourenço, disse que não é possível estabelecer um teto salarial. “Vamos ter que fazer sacrifício. Não iremos traçar um teto. Cada jogador tem que ganhar o que merece. Tentaremos reduzir ao máximo. Acho que um teto não é legal, porque as pessoas são diferenciadas uma das outras. É reduzir o máximo que puder”, disse Lourenço, também em entrevista ao GloboEsporte.com. (Com informações do Superesportes)
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