28 de dezembro, de 2019 | 16:00

Passou do fundo

Fernando Rocha

Divulgação
Fernando RochaFernando Rocha
O ano de 2019 está terminando sem deixar saudades para os cruzeirenses, que jamais vão esquecer a série de coisas negativas que aconteceram com o clube até o inédito rebaixamento à Série B nacional.
O clube começou o ano com grandes expectativas de sucesso depois do bicampeonato na Copa do Brasil. Conquistou o Campeonato Mineiro, tinha um elenco aclamado como um dos cinco melhores do país e era apontado como favorito das competições das quais iria participar.

Mas não demorou muito e vieram os maus resultados e as denúncias de irregularidades praticadas pela diretoria celeste, seguida de troca de treinadores e o estouro da crise financeira, expondo ainda mais o caos administrativo e financeiro celeste, até que o gigante foi à lona.

A renúncia do presidente Wagner Pires de Sá e sua diretoria deixou o caminho livre para um grupo de empresários dispostos a trabalhar para reorganizar o clube, o que para a torcida soou como um alento.
Mas depois dos primeiros dias à frente do clube, o Conselho Gestor já deixou transparecer que não será uma tarefa fácil ou rápida de se resolver, pois, como disse o empresário Pedro Lourenço, um dos líderes do atual grupo que administra o clube, “o Cruzeiro passou do fundo do poço”.

Nova aposta
O Atlético já negociava com Rafael Dudamel uma semana antes de se reunir e fazer a proposta que acabou recusada por Jorge Sampaoli, foi o que revelou o bem informado jornalista Héverton Guimarães, da Band Minas/TV.
O venezuelano Dudamel deve ser confirmado técnico do Galo na apresentação do elenco, dia 4 de janeiro, e é mais uma aposta da atual diretoria alvinegra.

Ele tem no currículo apenas um bom trabalho na seleção de seu país, considerada “pequena” no futebol sul-americano, porém, seu perfil é o pretendido pela atual diretoria, pois, além de não ser caro, tem experiência em aproveitar as jovens revelações da base.

Não há outra saída para o Atlético, senão optar por um técnico com essas características, já que não tem dinheiro para grandes contratações e precisa renovar o elenco, que ficou envelhecido e inchado por conta de contratações mal feitas e caras demais.

Fora isso, o Atlético precisa administrar e conviver com uma dívida monstruosa, que obriga o clube a andar sempre com um pé atrás em se tratando de fazer investimentos vultosos. E agora deve ser mais cauteloso ainda, ao ver o exemplo do que aconteceu com o maior rival.

FIM DE PAPO
• Para o atleticano que ainda não sabe quem é o futuro técnico do seu time, o ex-goleiro da seleção venezuelana, Rafael Edgar Dudamel Ochoa, 46 anos, mais conhecido como Rafael Dudamel, nasceu em San Felipe, Venezuela, mas reside atualmente em Cali, na Colômbia, onde também defendeu o Deportivo Cali.

Iniciou a carreira de técnico na temporada 2010-2011 no Estudiantes de Mérida (Venezuela), passou pela seleção Sub-17 local, com a qual foi vice-campeão do Sul-Americano em 2013, pelo Deportivo Lara (Venezuela), pela seleção sub-20 de seu país, com a qual foi vice da Copa do Mundo de 2017, ao mesmo tempo em que também treinava a seleção principal, na qual está desde 2016. Nas eliminatórias para a Copa da Rússia, no ano passado, a seleção “Vino Tinto” (por causa da cor grená da sua camisa) ficou na última posição.

• Segundo o empresário Pedro Lourenço, líder do Conselho Gestor do Cruzeiro, sem contar outras dívidas que ainda podem surgir, os principais rombos que precisam de solução imediata são: R$ 60 milhões relativos a quatro meses de salários atrasados de atletas e funcionários; R$ 52 milhões de dívidas penduradas na FIFA, sendo que R$ 16 milhões terão de ser pagos até o dia 20 de janeiro, ou poderá receber novas sanções severas da entidade, como o rebaixamento à Série C. Pior é que a diretoria anterior adiantou até 2023 todos os recebíveis de cotas da TV aberta, a principal fonte de receita do clube.

• Na noite de quinta-feira (26), no programa Bastidores, da Rádio Itatiaia/BH, o deputado estadual e apresentador João Vitor Xavier bancou uma informação que deixou os torcedores cruzeirenses arrepiados. Segundo ele, diante do tamanho dos problemas encontrados pelos empresários que formam o Conselho Gestor do clube, um dos integrantes, cujo nome não revelou, sugeriu que fosse tomada a mesma receita adotada na Itália pelo Parma e Fiorentina, clubes também gigantes que faliram e hoje estão recuperados.

• Na prática, a solução seria decretar a falência da instituição chamada Cruzeiro e iniciar uma nova vida com outro CNPJ e tudo mais. O problema é que, neste caso, assim como ocorreu na Itália, a legislação prevê o rebaixamento à última divisão nacional e estadual, ou seja, o Cruzeiro teria de recomeçar do zero pela terceira divisão mineira e Série D nacional, o que retardaria sua volta à elite em no mínimo quatro anos. O locutor-deputado disse ainda que esta hipótese foi rejeitada numa primeira discussão, mas ainda não foi totalmente descartada. “O maior pecado, depois do pecado, é a publicação do pecado”. Machado de Assis, no capítulo XXXII de “Quincas Borba”. (Fecha o pano!)
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]
MAK SOLUTIONS MAK 02 - 728-90

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Envie seu Comentário