23 de dezembro, de 2019 | 17:00

Boa impressão

Fernando Rocha

]imagemd48818] Apesar da tristeza pela perda do título que persegue há 38 anos, acho que a imprensa e o torcedor rubro-negro se consolaram com o futebol apresentado pela equipe, em muitos momentos igual ou até superior ao do Liverpool, sem nenhuma dúvida, o melhor time do mundo.

Basta lembrar que o atual campeão inglês e da Europa perdeu apenas uma vez nas últimas 56 partidas. Na Premier League, a competição nacional mais difícil do planeta, perdeu apenas uma vez em 17 jogos, fora de casa, para o Manchester United, o seu maior rival.

Mas o que foi decisivo para a derrota do Flamengo? Sem dúvida, pesou o melhor preparo físico do time inglês, que sobrou em campo a partir dos 30 minutos da segunda etapa, algo compreensível, pois enquanto o rubro-negro completava sua partida numero 74 na temporada, o Liverpool concluía a 30ª apresentação.
Desde 2012, quando o Corinthians sagrou-se campeão derrotando o também inglês Chelsea, um time sul-americano não levanta a taça de campeão mundial.

O mérito do Flamengo merece ainda destaque por mostrar ser possível desafiá-los e vencê-los, mas que para isso, nossos clubes e a CBF terão de evoluir ainda mais dentro e fora de campo, enxugando o calendário de competições e investindo na qualidade e estrutura das divisões de base para revelar novos talentos.

Novo astral
Finalmente o cruzeirense teve um fim de semana mais tranquilo, no que diz respeito às notícias vindas dos bastidores do clube, que vive a maior crise política e financeira da sua história e que resultou no rebaixamento à Série B nacional.

Ao menos pode respirar mais aliviado, ao ver confirmada a esperada renúncia do presidente Wagner Pires de Sá e de seus dois vices, abrindo caminho para um grupo de empresários que já assumiu o comando da instituição, iniciando as providências visando reconstruir o que foi dilapidado pela gestão anterior.
Os próximos dias serão de muitas mudanças, não só do elenco, mas de uma forma abrangente do clube, em todos os setores administrativos, onde os sinais de coisas erradas são evidentes.

FIM DE PAPO
• No Galo, apesar da situação financeira também não ser das melhores, nem de longe o quadro atual se assemelha ao do maior rival. As boas notícias prevalecem e dividem as atenções da torcida, a começar pela liberação do começo das obras do novo estádio, um sonho de décadas com previsão para se tornar realidade dentro de aproximadamente 30 meses.

• Quanto ao time para 2020, aguarda-se a definição do novo treinador, que até o fechamento desta coluna, na noite de ontem, não havia acontecido. Depois do “não” de Sampaoli, as tratativas com o ex-goleiro Dudamel, técnico da seleção da Venezuela, estavam bem adiantadas. Nem mesmo o alto salário, cerca de R$1,2 milhão mensais, que Dudamel recebe diretamente do governo bolivariano, teria afastado o desejo dos dirigentes e patrocinadores do Galo, dispostos a trazer o venezuelano para BH, pelo trabalho que tem feito na seleção de seu país, com destaque para o aproveitamento dos jogadores jovens da base.

• Depois de mais um fracasso, ao não conseguir salvar o Cruzeiro do rebaixamento, Abel Braga vai dirigir o Vasco da Gama, em substituição a Vanderlei Luxemburgo, que foi para o Palmeiras. Questionado sobre sua recente passagem pelo clube celeste, Abel Braga, em vez de reconhecer sua incompetência e dos medalhões em quem confiou cegamente, como Thiago Neves, Robinho, Fred, Deivid e Egídio, entre outros, desviou o foco citando os títulos conquistados ao longo da sua longeva carreira.

O mais curioso foi o elogio feito por ele ao presidente vascaíno, Alexandre Campello, por tê-lo alertado e confessado que irá pagar os salários em dia. Como entender isso: alguém que aceita de bom grado não receber em dia os salários por seu trabalho? Como pode o técnico e chefe dos jogadores achar que o fato do presidente do clube ter antecipado que pagará em dia o torna merecedor de elogios?

• “E, em vão lutando contra o metro adverso,/Só lhe saiu este pequeno verso:/ “Mudaria o Natal ou mudei eu?”. Machado de Assis. (Fecha o pano!)