20 de dezembro, de 2019 | 07:25

Sindicalista anuncia recurso contra cassação no Metasita

Com a decisão, o vice-presidente Marcos Vinicius de Ávila assumiu a presidência até que a substituição definitiva ocorra

O presidente afastado do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Timóteo e Coronel Fabriciano, Antônio Marcos Martins, publicou nota em que anuncia que vai recorrer e apresenta sua versão acerca da decisão do Conselho Deliberativo da entidade que, por 23 votos a 6, retirou o mandato do dirigente que estava no comando do sindicato desde 2015 e tinha sido reeleito em julho desse ano para um novo mandato. Com a decisão, o vice-presidente Marcos Vinicius de Ávila assumiu a presidência até que a substituição definitiva ocorra.

Procurado na segunda-feira (16) e terça-feira (17), o ex-presidente não se pronunciou. Entretanto, na quarta-feira (18), após a publicação da reportagem “Presidente do Metasita é cassado pelo Conselho Deliberativo”, pelo Diário do Aço, Marco Antônio encaminhou nota, por meio da qual explica que “mesmo contra a vontade de alguns adversários políticos internos, continua no cargo de direção do sindicato”.

O dirigente explica que irá recorrer da decisão do Conselho Deliberativo, que determinou o seu afastamento. Além disso, “para que seja efetivada, nos termos do Estatuto Social da entidade, precisa cumprir as devidas formalidades legais, e cabe ainda recurso, com efeito suspensivo, à Assembleia Geral, onde certamente será revertida definitivamente, pois não tem base legal, além de ser fundada em acusações levianas e falsas, das quais não houve a devida oportunidade de defesa e contraditório”.

O sindicalista afirma que, “em respeito à categoria que representa, no delicado momento em que se discute em um processo de negociação coletiva, uma extensa pauta de interesse de todos os trabalhadores, preferiu deixar em segundo plano as disputas políticas internas e concentrar suas atenções no embate sindical com os patrões, guardando para a devida oportunidade o trato dos problemas internos”.

Antônio Marcos também questiona a divulgação da informação acerca de sua suposta cassação do cargo de presidente e que “nada traz de positivo à categoria”.

O dirigente também afirma que a devida apuração dos fatos demonstrará que não foi cometido nenhum ato de improbidade administrativa. “Pelas vias corretas e a seu devido tempo, todos os fatos serão elucidados e a verdade será restabelecida”.

Por fim, Antônio Marcos afirma que continua à frente da entidade, e que recorrerá a todos os trâmites administrativos e judiciais cabíveis para garantir o pleno exercício de seu mandato, para o qual foi eleito pela ampla maioria dos associados.

Deliberação soberana

Procurada novamente, a direção do Metasita respondeu que a decisão do Conselho Deliberativo é soberana e precisa ser respeitada. A direção também afirma que desconhece a legitimidade do presidente cassado para falar em nome da entidade, uma vez que há um presidente em exercício.

Pesa contra Antônio Marcos o uso do cartão corporativo para realizar viagens particulares e para adquirir produtos de uso pessoal em uma livraria. Também deixou de assinar documentos, o que teria prejudicado os trabalhadores e diretores do Metasita.