
20 de dezembro, de 2019 | 09:20
Treinador de goleiros ipatinguense faz sucesso em futebol da Indonésia
Luizinho Passos está há três anos no Borneo FC, mas já tem transferência em vista
Álbum pessoal
Ele coleciona bons momentos no futebol, como o acesso do Ipatinga para a elite do Campeonato Brasileiro

O treinador de goleiros Luiz Fernando Silva Passos, o Luizinho, faz parte da galeria de ipatinguenses que se destacam no futebol internacional. Ele atualmente trabalha no Borneo Football Club há três anos, time da 1ª Liga da Indonésia, mas em breve irá encarar um novo desafio, no Persib Bandung. Com a bagagem de 18 anos de profissão, trabalhou em diversos clubes no Brasil, entre eles Ipatinga, Cruzeiro e América. Antes, foi goleiro da base do América e rodou por alguns clubes do interior de São Paulo antes de abraçar a nova profissão.
Adaptação e lembranças
Em Ipatinga, Luiz Passos tem família e muitos amigos. Fora do país, ele conta que a vida é diferente. Outra cultura, temos de nos adaptar ao idioma, comida e isso leva um tempo, mas vamos nos adequando. Aqui na Indonésia eles falam o Bahasa Indonésia e também inglês. Estou desenvolvendo, pois é preciso, mas falo mais inglês”, explica. Ao longo dos anos de bola, o treinador de goleiros coleciona vários momentos marcantes, mas lembra com carinho de dois.
Primeiro as conquistas de acesso do Ipatinga da Série C para B. Depois conseguimos levar o Tigre à Série A do Campeonato Brasileiro. Isso não é fácil e ficou na história. Outro momento foi aqui na Indonésia, onde conseguimos colocar dois goleiros na seleção do país. Um se chama Ridho, na seleção principal com 11 convocações, e Nadeo, com cinco convocações para a equipe Sub-23, em três temporadas que estou no Borneo. Foi um grande sucesso”, avalia.
Luiz já trabalhou com profissionais de qualidade e tem boas recordações e histórias engraçadas de cada um. Certa vez, na palestra antes do jogo contra o líder do campeonato, nosso técnico passou para os jogadores marcarem o time deles na pressão, lá em cima. Não era pra deixar saírem jogando. Mas o que aconteceu foi que, cinco minutos depois, já o placar mostrava 2 a 0 para o adversário. Ele foi na beira do gramado e gritou com jogadores que havia errado, que a estratégia era marcar e esperar, senão tomaríamos uns cinco gols ainda no 1º tempo. Os jogadores riram muito no banco de reservas. Foi muito engraçado”, recorda.
Em outra oportunidade, um treinador achou que o adversário iria jogar com 12 jogadores. Ele arrumou a maior confusão quando viu a escalação, que era Douglas Pereira, Juca, Tiãozinho, Buiu, Biguá, Marquinhos, Juninho Canhota, Fino, Junior, Pepito e Banguelo. E repetia isso, chegou a brigar com o auxiliar técnico. Você é doido me passando um time com 12. Chamaram o treinador de burro e explicaram que o Douglas Pereira era o goleiro, mas ele entendeu que se tratava de duas pessoas. Foi demais”, diverte-se.
Mudança
Para ele, o futebol está em constante transformação, em vários aspectos, como treinamentos, estrutura dos clubes, funcionamento da logística, dentre outros pontos. Futuramente, Luiz pretende voltar para o Brasil. Trabalhar em uma boa equipe, com estrutura e que pague o salário em dia, para dar tranquilidade para arcar com os compromissos.
Porque a gente sabe que não é fácil, no futebol brasileiro muitos times não pagam, poucos têm um calendário anual. Mas penso sim e inclusive tenho vários clubes em mente e que eu gostaria de defender. Grandes equipes. Hoje, meu clube, o Borneo FC, está na 2ª posição do campeonato da 1ª Liga, brigando pela vaga da AFC, uma competição em que vários clubes de diferentes países da área participam”, pontua.
Longe de sua terra natal, Luizinho aproveita o espaço do Diário do Aço para deixar uma mensagem aos leitores. Tenham fé, nunca desistam dos seus sonhos. Quero agradecer a vocês do jornal pela matéria. É muito bom ser lembrado no meu país. Tenho gratidão por muitas pessoas, uma delas é o Waldecy Castro (diretor do DA). Desejo um Feliz Natal a todos, com a presença de Jesus Cristo e um 2020 de muita alegria, paz e com Deus no coração”, conclui.
(Bruna Lage - Repórter)
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