16 de dezembro, de 2019 | 09:37

Modinha estrangeira

Fernando Rocha

Divulgação
Fernando RochaFernando Rocha
O sucesso do português Jorge Jesus, no Flamengo, e de Jorge Sampaoli, no Santos, criou uma nova modinha no futebol brasileiro: o interesse na contratação de técnicos estrangeiros pelos nossos principais clubes.

Falou-se em diversos nomes, como Sebastián Beccacece, o chamado ‘genérico’ de Sampaoli, Ariel Holan (que acabou indo para a Universidade Católica, do Chile) e Miguel Angel Ramírez, os dois últimos campeões da Sul-Americana, mas até agora quem fechou mesmo com um gringo foi o Internacional-RS, que trouxe o argentino Eduardo Coudet, ex-técnico do Racing.

Longe de qualquer xenofobismo, muito antes pelo contrário, acho saudável a vinda de técnicos estrangeiros, pois isso significa quebrar paradigmas e exercer na plenitude o tão necessário e saudável intercâmbio, primordial para o desenvolvimento de qualquer atividade.

Mas vamos e convenhamos, trata-se de uma modinha que só acontece em razão do amadorismo dos nossos dirigentes, que adoram jogar para a torcida e agem essencialmente por impulso, sem planejamento, saindo à procura de um novo técnico ao primeiro sinal de queda técnica da equipe, na realidade com o intuito de encobrir a sua própria incompetência.

Existem, sim, bons e maus técnicos, aqui e também no exterior, gente nova ou veterana, capazes e incapazes. Então, não é porque no quintal do vizinho tem um pé de manga dando bons frutos que eu tenho de buscar algo parecido, tendo a certeza de obter os mesmos resultados e a mesma qualidade.

Crise sem fim
A primeira semana pós-rebaixamento foi talvez a pior na vida do Cruzeiro, onde não se viu qualquer tipo de atitude ou gesto positivo no sentido de solucionar a maior crise da sua história quase centenária.
A política interna, que se transformou há algum tempo num verdadeiro balaio de gatos, explodiu de vez e não se sabe quem é quem, pois todos os nomes citados já estiveram dos dois lados.

Não há como dizer ou apontar apenas para um destes que estão agora no olho do furacão celeste, como sendo culpado sozinho por todas as mazelas atuais, pois em algum momento todos os citados deram sua parcela de contribuição para chegar a tal ponto.

Com uma dívida de aproximadamente R$ 700 milhões, previsão de queda abissal na arrecadação a partir de 2020, por conta do rebaixamento à Série B, a única saída lógica seria afastar e trocar toda a diretoria e os conselheiros atuais. É preciso recomeçar do zero, a fim de recuperar a credibilidade e o apoio da torcida, para que os investidores possam voltar e amenizar a caótica situação financeira que ameaça implodir o clube.

FIM DE PAPO
• Hoje tem a estreia do Mengão no Mundial de Clubes, às 14h30, em Doha, no Qatar, contra o campeão asiático, o Al Hilal, da Arábia Saudita, ex-time do técnico rubro-negro Jorge Jesus. Vale lembrar o ditado mineiro que diz que “porco magro é que suja água”.

• O Al Hilal tem muito dinheiro e contratou vários jogadores conhecidos e que sabem jogar futebol, como Giovinco, Gomis, Cuellar e Otayf, mas vai sentir muito a falta de Al-Faraj, cortado do Mundial por causa de uma lesão. Apesar das muitas alterações, o campeão asiático se impôs tecnicamente na estreia, onde brilhou o peruano Carillo, contando com a mobilidade do brasileiro Carlos Eduardo. O Al Hilal pode dar trabalho e o Mengão precisa tomar cuidado para não decepcionar a sua torcida.

• Com recursos menores e margem de erro reduzida, o que a diretoria do Atlético deveria fazer logo é definir a contratação de um novo técnico. Dá gastura o noticiário diário do clube produzido pelas emissoras de rádio da capital, onde se fala repetidamente no interesse por Jorge Sampaoli, quando se sabe que o clube sequer conseguiu pagar os últimos dois meses de salários e direitos de imagens dos jogadores. Não acredito que este tipo de informação estapafúrdia parta da diretoria, mas sim, da imaginação desses repórteres setoristas ruins de serviço demais da conta.

• O ex-presidente da Argentina, Maurício Macri, que ficou conhecido no país ‘hermano’ por ter presidido o Boca Juniors de 1995 a 2007, perdeu também a eleição no clube xeneize. A chapa da oposição, com o decisivo apoio do ex-craque Riquelme, ganhou o pleito com 52,9% dos votos, contra apenas 30,6% da chapa apoiada por Macri. O novo presidente se chama Jorge Amor Ameal. Rei morto, Rei posto. (Fecha o pano!)
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