10 de dezembro, de 2019 | 19:40

Estação de Pedra Mole é restaurada

A Usiminas apresentou nesta terça-feira o resultado do restauro realizado pela empresa nas Ruínas do Prédio da Estação

Wôlmer Ezequiel
Patrimônio histórico e cultural de Ipatinga, primeira estação ferroviária da cidade será aberta para visitação da comunidade a partir desta semanaPatrimônio histórico e cultural de Ipatinga, primeira estação ferroviária da cidade será aberta para visitação da comunidade a partir desta semana

A Usiminas apresentou nesta terça-feira (10) o resultado do restauro realizado pela empresa nas ruínas da Estação de Pedra Mole, que poderão ser visitadas pela comunidade durante o período de férias escolares. Tombado pelo Patrimônio Histórico e Cultural de Ipatinga, Pedra Mole foi a primeira estação ferroviária da cidade. O bem está localizado às margens do Rio Piracicaba, entre os bairros Cariru e Castelo, recebeu reparos e novas intervenções. As obras começaram em março deste ano, com investimento de aproximadamente R$ 750 mil. O projeto de reforma teve anuência e acompanhamento do Ministério Público Estadual e Conselho do Patrimônio Histórico e Artístico de Ipatinga.

Restaurada, a Estação de Pedra Mole agora passa a ser um ponto turístico e cultural em funcionamento na cidade. Nos meses de dezembro e janeiro, o espaço poderá ser visitado gratuitamente de segunda a sexta-feira, das 11 às 15h, e aos sábados, domingos e feriados, no horário das 9 às 16h. Para o presidente da Usiminas, Sergio Leite, a entrega da estação restaurada reforça os laços da empresa com a história de Ipatinga. “A Usiminas mantém um compromisso com a comunidade de suas áreas de atuação desde a sua fundação e, justo quando completamos 57 anos de operação, é uma honra entregar este bem tão importante para a história e desenvolvimento da região aos moradores de Ipatinga e do Vale do Aço. Esperamos que a população faça bom uso deste espaço cheio de memória e história”, salienta Sergio Leite.

Os visitantes poderão acessar as ruínas a pé, por meio de uma trilha de 650 metros, que conta com totens com informações históricas do local. Na área da estação foi construído um mirante para o visitante admirar o encontro dos rios Doce e Piracicaba. No local onde estão as ruínas e onde funcionava a antiga estação, o projeto de restauro buscou manter aspectos construtivos das estações da época, aliados a elementos construtivos modernos. Foi recriada uma fachada e feita a cobertura de todo o complexo, para envolver e proteger o bem e, ao mesmo tempo, permitir vislumbrar como funcionava uma estação de trem àquela época.

As principais intervenções foram: instalação de portas e janelas; construção de rampa de acesso e plataforma de embarque; instalação de linha férrea de 50 metros; piso na área externa e instalação de mesas com bancos; iluminação na área da estação; construção de mirante com estrutura metálica para observação do encontros dos rios Doce e Piracicaba; instalação de portal com identificação em aço; sanitários; escada de acesso e limpeza da ruína, mantendo grafites e pichações.

Wôlmer Ezequiel
Solenidade contou com a presença do promotor Rafael Pureza; do prefeito Nardyello Rocha; do presidente da Usiminas, Sergio Leite e do presidente do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Artístico de Ipatinga, Rafael LisbanhoSolenidade contou com a presença do promotor Rafael Pureza; do prefeito Nardyello Rocha; do presidente da Usiminas, Sergio Leite e do presidente do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Artístico de Ipatinga, Rafael Lisbanho
História

As ruínas da Estação de Pedra Mole foram tombadas como Patrimônio Histórico e Cultural de Ipatinga, em 30 de setembro de 1996, por meio do Decreto nº 3.575. Sua construção influenciou na formação das principais cidades do Vale do Aço. Seus primeiros habitantes eram os índios Botocudos, atingidos pelas expedições dos Bandeirantes aos rios Doce e Piracicaba, deixando o local. Iniciada em 1905, a construção da linha férrea atraiu para Ipatinga e região os seus primeiros moradores.

Projetada pelo engenheiro Pedro Nolasco, a estação foi fundada em agosto de 1922. Seu nome surgiu da denominação dada ao tipo de rocha presente no terreno onde a estação foi erguida, que se quebrava com facilidade e era popularmente chamada de “pedra mole”. A estação funcionou por cerca de quatro anos e o local depois se manteve como cemitério até 1942.

Por volta de 1930, a estação foi transferida para um outro local em Ipatinga. O trajeto cortando o povoado, no atual Centro de Ipatinga, impulsionou o desenvolvimento do comércio. Na década de 1950 um novo terminal foi construído, a Estação Intendente Câmara, desativando assim a Estação Ipatinga, atualmente denominada Estação Memória, o que tornou Ipatinga uma cidade estratégica para a construção da Usiminas, na década de 1950.

TAC

Em 2018, o Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Artístico de Ipatinga aprovou o projeto da restauração. A reforma veio de um acordo entre o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio da 9ª Promotoria de Justiça de Ipatinga, e a Usiminas, que firmaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que resultou no restauro das ruínas da Estação Pedra Mole, na realização de benfeitorias no local e na abertura do bem tombado à visitação pública.

“O MP entende que o resultado superou todas as expectativas, tivemos a oportunidade de conhecer as ruínas no ano de 2017, quando estavam tomadas pela mata ao redor e havia apenas uma parede. Hoje, ver as ruínas protegidas e também a reconstrução de uma fachada do que poderia ser uma estação de trem antiga, permitindo à população vislumbrar e imaginar as coisas e os eventos que aconteceram aqui, consideramos que é um ganho para a história do município e para a cidade como um todo”, avaliou o promotor de Justiça de Defesa do Meio Ambiente de Ipatinga, Rafael Pureza.

O prefeito de Ipatinga, Nardyello Rocha, emocionou-se durante a solenidade e disse que a restauração é um presente. “Vejo que é um resgate histórico, mais um ponto turístico da cidade, e temos procurado revitalizar aqueles que fazem parte do município. E a cidade recebe um presente, porque é uma ação do MP e da Usiminas, uma forma inteligente de celebrar termos de ajuste de conduta trazendo benefícios para a população, em vez de penalizar, e são formas assim que vamos valorizar cada dia mais. Vou aproveitar este novo equipamento público e trazer os alunos da escola de tempo integral, são 5.500 alunos e demais escolas da rede, e vamos montar um processo, onde traremos os nossos alunos para ver de perto o que fez parte de nossa cidade”, concluiu.



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