09 de dezembro, de 2019 | 15:00

Combate à violência contra mulheres

Aline Reis Silva *

“A vítima necessita de apoio para dissolver o silêncio e irromper o ciclo da violência”

O dia 10 de dezembro é marcado pelo encerramento da campanha internacional de combate à violência contra mulheres, que são balizados por 16 dias de ativismo, iniciados no dia 25 de novembro.

Os estudos apontam que a cada dois minutos uma mulher é vítima de violência doméstica e familiar no Brasil, sob as diversas formas e intensidades, motivando até mesmo crimes hediondos e graves violações dos direitos humanos.
No Brasil a “Lei Maria da Penha (Lei 11.340, de 2006)” foi uma grande conquista para as mulheres, que apesar da necessidade de sua melhor aplicabilidade, vem salvando muitas vidas.

De maneira genérica pode-se afirmar que quando uma mulher é agredida, toda a sociedade sofre com o impacto da violência, portanto, é inescusável a necessidade de cuidar das mulheres e romper a denominada masculinidade tóxica, termo referido aos homens com comportamentos agressivos.

Ao contrário do que o grande vício leva a visualizar, a gravidade e importância da agressão contra a mulher não está inserida apenas na violência física, como também em outros tipos que importam, sendo necessário compreender que tais atos incluem a violência moral, verbal, psicológica, humilhações, e ainda restrições de autodeterminação da mulher.

A fereza é uma variável presente no cotidiano da mulher brasileira e sua superação envolve o presto acolhimento da vítima, acesso à justiça, atividades educativas e punição do agressor, como também estratégias de prevenção que possam trabalhar na raiz das diversas manifestações de violências.

A Lei Maria da Penha prevê em seu artigo 35 que sejam criados, em todas as esferas, centros e serviços com atividades reflexivas, educativas e pedagógicas voltadas para os agressores. Os resultados esperados seriam a responsabilização do homem pela violência cometida, em paralelo com a desconstrução de estereótipos de gênero.
Para tanto, toda política voltada ao enfrentamento da violência contra a mulher necessita necessariamente desconstruir raízes culturais que valorizem as desigualdades de gênero, que ainda é grandemente valorizada na sociedade contemporânea brasileira.

Apesar da modernização da hodierna sociedade, pesquisas apontam que ainda autorizados pela cultura da desigualdade entre gêneros, os homens responsabilizam seus atos nas vítimas.

Dados apontam que esse acometimento contra a mulher, torna-se reincidente e cada vez mais frequente e mais grave, podendo minar a habilidade de proceder da vítima. Assim, adicionam-se também demais fatores tais como dependência emocional e econômica, comiserações de medo, vergonha e culpa, falta de oportunidade aos ofícios de acolhimento específico essas à mulheres, e ou até mesmo a falta de ciência sobre seus direitos nas redes de atendimento.

Outro fator preponderante para que permaneça neste estado de vulnerabilidade consiste a discriminação, que converge não só para que a agressão incida, como também, para que permaneça.

Este processo está marcado por um ciclo, onde a mulher sempre acredita que vai melhorar. Entender o ciclo ajuda a perceber o progresso das ligações coages e a adversidade da mulher abandonar esse contexto. Onde habitua se replicar, com eventos progressivamente atinados e intermitência menor entre as fases. A vítima necessita de apoio para dissolver o silêncio e irromper esse ciclo.

Ao buscar proteção no Estado, a mulher é desencorajada, podendo enfrentar a denominada “rota da crítica”, enfrentando a violência institucional por parte de servidores que, pouco preparados, reportam indiferenças contra as mulheres.

É importante salientar a dificuldade em sair dessa situação, principalmente quando as agressividades provêm de alguém próximo, com o qual mantem relações de afeto, cuja ruptura conduz situações emocionais envolvendo desestruturação da rotina até mesmo colocando a mulher em risco de morte.

Na prática, o não conhecimento das especificidades referentes a violência contra a mulher, inúmeras vezes, a conduz a um julgamento por não colocar um encerramento na situação. Violência contra mulher é crime. Todos têm voz para denunciar, um vizinho que abusa da mulher, uma violência física, psicológica, verbal que uma amiga sofre. Uma violência doméstica. Para tanto o governo criou uma campanha de combate à violência contra a mulher #vctemvoz. Denuncie. Ligue 180.

* Licenciada em Geografia. Especialista em Planejamento e Gestão Socioambiental. Bacharel em Direito
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Comentários

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Elaine Cristina

10 de dezembro, 2019 | 17:02

“Falamos tanto que, vivemos no séc. XXI e ainda assim, vivemos em uma sociedade machista e preconceituosas. Precisamos, acordar e ver que o meu e o seu bem depende sim de todos, e que devemos sim intervir em favor do próximo seja, agindo, protegendo e reintegrando à sociedade todos que, sofrem de alguma violência. Basta de tanta violência e intolerância. Não, podemos permitir que continuem a existir uma relação de pose e sim uma relação de cumplicidade e respeito.”

Silvio

10 de dezembro, 2019 | 14:46

“A questão de combate a todo tipo de agressão, tem ser tomado o inicio de tudo antes pra evitar muito problemas, então muitos casos que acontece muitas sabem onde estão entrando e mesmo assim aceita”

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