04 de dezembro, de 2019 | 14:34
Como a Selic fez os bancos baixarem os juros de empréstimo
Cotação utilizada pelo Banco Central baliza taxa de juros dos bancos

Esse nome aparece em jornais quase todos os dias: Selic. Você não sabe como, mas esse termo impacta diretamente sua vida, inclusive para quem deseja conseguir o tão sonhado crédito pessoal.
A Selic taxa básica de juros da economia brasileira e o principal instrumento de política monetária do Banco Central no controle da inflação. Por influenciar todas as taxas de juros do País, a Selic pode ter um peso no bolso do consumidor quando falamos de empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras.
A Selic é regulada a cada 45 dias em encontros realizados pelo Comitê de Política Monetária, o Copom. A definição é influenciada por fatores como inflação, taxa de câmbio, importações e exportações, e a atividade e a perspectiva de crescimento econômico do País.
É como se a taxa funcionasse como um teto para os juros pagos entre os bancos, que emprestam dinheiro entre si ou com o governo. A Selic também é usada para definir quanto essas instituições cobram em empréstimos para os clientes, por isso ela é a principal ferramenta de controle da inflação.
Um exemplo: se o governo deseja movimentar ou acelerar a economia brasileira, ele reduz a taxa. Com juros menores, fica mais fácil conseguir crédito ou fazer um financiamento.
Mas o efeito contrário também pode acontecer: se a Selic sobe, os juros ficam altos, os produtos encarecem, o consumo é desestimulado e a inflação cai. Na última segunda-feira, 18 de novembro, o relatório Focus, divulgado pelo Banco Central, informou que a taxa Selic deve acabar 2019, à 4,50%, menor valor de sua história. Com a baixa recente na Selic, o momento é mais do que propício para conseguir crédito com taxas saudáveis para o bolso.
Em entrevista à revista Exame, Eduardo Coutinho, coordenador do curso de administração do Ibmec, as pessoas devem aproveitar a taxa Selic mais baixa para conseguir crédito. "É uma ótima oportunidade de melhorar a situação financeira”, afirma o especialista.
Segundo dados do Banco do Brasil, a concessão de crédito focada em renegociação de dívidas cresceu 32,9% entre janeiro e agosto deste ano, em comparação ao mesmo período de 2018.
Para quem tem dinheiro na poupança, acompanhar a Selic também é fundamental. A taxa de rentabilidade da poupança é diretamente ligada a essa taxa de juros desde 2012, quando o rendimento da aplicação passou a ser calculado de acordo com a taxa definida pelo Copom.
Em casos da Selic igual ou menor a 8,5%, a poupança renderá 70% da Selic mais a taxa referencial. Quando a Selic está acima de 8,5%, a caderneta rende 0,5% ao mês mais a mesma taxa referencial.
Em outras palavras, se a Selic estiver em baixa, a tendência é menor rendimento da caderneta de poupança. Neste caso, com o baixo rendimento nos investimentos de renda fixa, o brasileiro encontrar na Bolsa de Valores uma opção de investimento. Mas cuidado: os riscos nesse tipo de ação são maiores.
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