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30 de novembro, de 2019 | 16:22

Só milagre

Divulgação
Fernando RochaFernando Rocha
Os sinais de uma profunda crise já estavam sendo sentidos antes mesmo das denúncias feitas pelo “Fantástico”, da Rede Globo, que apenas abreviaram os acontecimentos que levaram o Cruzeiro à atual situação.

Ao invés de adotar uma política austera, diante das dívidas herdadas das administrações anteriores, a atual diretoria optou não só pela manutenção da mesma linha surreal de condução das finanças do clube, mas também ampliou os gastos até se perder totalmente em meio à interminável crise política interna.

O resultado disso tudo aí está, após mais uma atuação pífia da equipe e a vergonhosa derrota em casa para o CSA, com direito a pênalti perdido por Thiago Neves, que colocou o time definitivamente no caminho do primeiro rebaixamento em sua história quase centenária.

Diz um ditado popular aqui nos nossos grotões que “em casa onde falta pão, todo mundo briga e ninguém tem razão”. Daí então, nenhuma novidade no fato do time ter virado uma bagunça, necessitando agora de um verdadeiro “milagre” para escapar da degola.

Outro vexame
Não fosse o aproveitamento de quase 50% no 1º turno, sob o comando de Rodrigo Santana, o Galo estaria na mesma situação ou quem sabe até pior do que o seu maior rival vive.

Sob o comando do técnico Vagner Mancini, o aproveitamento é de clube rebaixado - apenas 36,6% -, acumulando péssimas atuações e resultados negativos dentro ou fora de casa, contra adversários muito inferiores em todos os sentidos.

Pessoalmente, nada contra o técnico Vagner Mancini, que tem até um jeitão de ser “gente boa”, mas é fato que sua carreira é marcada pelos inúmeros rebaixamentos (seis no total) das equipes por onde passou.

Seu último trabalho no São Paulo foi como coordenador técnico, e não como treinador, daí ser difícil entender a lógica que motivou sua contratação para dirigir o Atlético, sobretudo pelo atual momento delicado que o clube atravessa.
Se o futebol é mesmo uma “caixinha de surpresas”, como dizia o folclórico Gentil Cardoso, há coisas nele que qualquer observador menos atento é capaz de perceber, como, por exemplo, que há uma total incompatibilidade entre o Galo e o treinador Mancini.

FIM DE PAPO
• O presidente Sette Câmara está perto de entrar no último ano de mandato e passar à história do clube como um dos seus piores mandatários, sem ganhar um título de expressão, sequer até o nosso desvalorizado estadual. Faltam três jogos para encerrar o Brasileirão e, além de ainda sofrer com uma pequena ameaça de rebaixamento, o time dificilmente conseguirá uma vaga apara a Copa Sul-Americana, em 2020.

• Em seu blog no “UOL Esporte”, o jornalista Rodrigo Matos traz números impressionantes do sucesso financeiro do Flamengo, atual campeão Brasileiro e da Libertadores. O rubro-negro está prevendo arrecadar, em 2020, nada menos do que R$900 milhões, receita recorde de um clube brasileiro na história. Até setembro de 2019, o clube tinha acumulado R$ 652 milhões de receita bruta. Quase metade deste montante tem origem na venda de jogadores, que chegou a R$ 295 milhões.

No último trimestre, informa Matos, o clube acumula, só com as premiações do Brasileiro e da Libertadores, algo em torno de R$ 83 milhões. Fora isso, houve a bilheteria da semifinal da Libertadores contra o Grêmio (R$ 8 milhões), entre outras partidas de boa arrecadação no Brasileiro. Há ainda pagamentos de TV relacionados ao Brasileiro e a cota mínima pelo menos pela participação no Mundial, que aproximaria a arrecadação em R$ 1 bilhão, mesmo que o rubro-negro carioca não ganhe o Mundial de Clubes.

• Mas se a receita está nas alturas, as despesas também são altíssimas por causa dos altos salários, luvas e premiações pagas aos jogadores, dívidas vencidas etc. Na semana passada, o Flamengo anunciou ter fechado um acordo na justiça trabalhista com o ex-técnico Dorival Junior, que vai receber R$13 milhões de indenização, referentes à sua primeira passagem pelo clube. O rubro-negro ainda não concluiu outro acordo milionário com as famílias de vários garotos vítimas do incêndio no Ninho do Urubu.

• É impressionante a dança dos técnicos nos últimos dias, envolvendo clubes que lutam contra o rebaixamento. Adílson Batista foi demitido pelo Ceará na quarta-feira, após a goleada de 4 x 1 sofrida para o Flamengo, mas na sexta-feira desembarcou em Belo Horizonte para tentar salvar o Cruzeiro da iminente queda à Série B.

Argel Fucks nem retornou a Maceió, após a vitória do CSA sobre o Cruzeiro, quinta à noite, no Mineirão. Voou direto para Fortaleza, onde assumiu o comando do Ceará no lugar de Adílson Batista. O que é tratado como “cultura” do nosso futebol, na verdade, não passa da inexistência de planejamento, ética, profissionalismo, dos clubes e também dos treinadores. (Fecha o pano!)
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